No primeiro ano da pandemia do novo Coronavírus, em 2020, o Brasil registrou uma queda de 25,5% no número de mamografias, exame de radiografia das mamas capaz de identificar alterações suspeitas desde o estágio inicial do câncer de mama. Os dados são da BP Medicina Diagnóstica, marca da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, hub de saúde de excelência.
A diminuição significativa no volume de exames realizados deve-se, principalmente, ao fato de que muitas mulheres deixaram de fazer o procedimento por causa da quarentena, bem como pelo fechamento de alguns serviços em períodos específicos. A boa notícia é que, em 2021, os números começaram a apresentar uma melhora. Só nas unidades da BP, houve um aumento de 32% na busca por mamografia. Mas os resultados desses exames ainda preocupam.
De acordo com o médico Fabrício Brenelli, mastologista e oncologista da BP, os efeitos dos exames tardios têm sido percebidos atualmente na prática, dentro dos consultórios, já que tem chegado casos mais avançados da doença – comparado há um ou dois anos antes – e que poderiam prescindir de tratamentos menos agressivos. “O impacto da pandemia foi significativo nesse atraso, e provavelmente vai refletir no aumento da mortalidade por câncer de mama”, alerta o médico.
Um estudo do Reino Unido mostra que o atraso no diagnóstico da doença durante a pandemia pode impactar com um o aumento de mortalidade por câncer de mama de 8% a 10% nos próximos cinco anos.
A pandemia ainda não acabou, mas com grande parte da população do país vacinada e a significativa redução do número de mortes pela Covid-19, os especialistas alertam para que as mulheres não deixem de fazer seus exames de rotina, principalmente a mamografia. “A chance de cura de um câncer de mama está diretamente ligada à precocidade do estadiamento da doença, ou seja, quanto mais inicial for diagnosticado um câncer, maior a chance de cura. Neste contexto, a mamografia é fundamental”, explica Débora Gagliato, oncologista da BP, especialista em câncer de mama.
A médica da BP esclarece que é fundamental que as mulheres se engajem em fazer mamografia independente de terem sintomas ou de fazerem autoexame, pois elas podem ser assintomáticas ou não perceberam nada de estranho ao se auto examinarem e, ainda assim, terem uma lesão que só poderá ser detectada através do exame. “Todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade devem, anualmente, fazer mamografia. O exame pode salvar vidas”, reforça.
De acordo com recomendações do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e endossadas pela BP Medicina Diagnóstica, os exames de rastreamento para câncer de mama (pacientes assintomáticas) devem ser realizados antes da primeira dose da vacina da Covid-19 ou após 4 semanas da segunda dose.