Brasil intensifica diagnóstico da tuberculose após pandemia para reduzir casos até 2035

O Brasil está intensificando os esforços para combater a tuberculose por meio do fortalecimento do diagnóstico, entre outras estratégias. O objetivo é reduzir a incidência da doença para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e chegar a ter menos de 230 óbitos até 2035, de acordo com o Ministério da Saúde1.

Atualmente, a taxa de incidência é de 32 casos por 100 mil habitantes, considerando-se os 68,2 mil casos notificados pelo ministério em 2021. A pandemia de Covid-19 resultou em redução das notificações. O Brasil, junto com outros 15 países, foi responsável por 93% da diminuição das notificações da tuberculose no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), gestora de serviços de diagnóstico por imagem, o número de exames realizados para o diagnóstico da tuberculose diminuiu em 79% nos hospitais onde a fundação atua, em Goiás e São Paulo. Foram 135.430 exames realizados em 2022 ante 661.226 em 2021. A tuberculose tem cura, desde que o o diagnóstico e o tratamento sejam feitos corretamente.

“Entre os testes para diagnóstico da tuberculose, a cultura em meio sólido ou líquido é o padrão-ouro, sendo que a cultura líquida automatizada, possui uma proporção de detecção 17% mais alta que a cultura sólida². O procedimento é visto como referência na avaliação do diagnóstico da tuberculose”, explica a Dra. Erica Chimara, pesquisadora e diretora técnica do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.

“O diagnóstico precoce e preciso da tuberculose é essencial para o tratamento eficaz e prevenção da propagação da doença”, complementa Dr. Luís Tibana, Superintendente Médico da FIDI.

Nova tecnologia diagnóstica no sistema público de saúde

Desde o ano passado, o Brasil passou a contar com a cultura líquida automatizada para detecção de microbactérias e o teste de sensibilidade aos antimicrobianos utilizados no tratamento da tuberculose, adotados pelos Laboratórios Centrais (Lacens) do país.

“A cultura em meio líquido é importante para que seja realizada a identificação e detecção de resistência, informação que auxilia o clínico na escolha do tratamento adequado. A tuberculose, causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, é uma doença curável e prevenível. Cerca de 85% das pessoas que desenvolvem a doença são tratadas com sucesso em até seis meses”, ressalta a especialista.

De acordo com a OMS, o bacilo da tuberculose é o segundo patógeno mais mortal depois do novo Coronavírus. Na maioria das vezes, afeta os pulmões e se espalha quando as pessoas infectadas expelem essas bactérias no ar, por exemplo, tossindo. De acordo com o relatório mundial publicado pela entidade no ano passado, cerca de 10,6 milhões de pessoas contraíram esta doença em 2021 — uma cifra 4,5% superior à de 2020 — e 1,6 milhão morreram por esta causa⁴.

Muitos dos novos casos de tuberculose são atribuídos a cinco fatores de risco: desnutrição, infecção pelo HIV, transtornos por uso de álcool, tabagismo e diabetes⁴. A vacina BCG, ministrada na infância, é indicada para prevenir as formas graves da doença.

Referências:

1. Ministério da Saúde – Link

2. Link

3. OMS – Link 

4. OMS – Link

Redação

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