Cada passo importa: profissionais da saúde caminham quilômetros dentro de hospitais para salvar vidas

Enfermeira Alessandra Fabrício utiliza aplicativo para monitorar passos enquanto cuida de pacientes, somando cerca de três quilômetros apenas no pronto-socorro

Praticar exercícios físicos regularmente, manter uma alimentação equilibrada, reduzir o consumo de bebida alcoólica e abandonar o cigarro são pilares que fazem parte da rotina de pessoas saudáveis. Para o médico Juliano Gasparetto, no entanto, esses hábitos também foram decisivos para superar problemas de saúde familiares. “A partida prematura do meu pai devido a um infarto me fez tomar consciência da necessidade de priorizar minha saúde para ter um desfecho diferente”, lembra. Agora, como gestor de dois grandes hospitais, professor, pai e marido, suas responsabilidades reforçam a importância de manter um padrão de vida saudável. “Mesmo com a agenda cheia, tento colocar o autocuidado como parte do meu dia, e isso inclui deixar de lado o elevador e optar pelas escadas, por exemplo”, pontua o diretor-geral dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, de Curitiba (PR).

Adotar um estilo de vida saudável na meia idade pode aumentar significativamente a expectativa de vida, proporcionando aos homens e mulheres cerca de duas décadas a mais em comparação às pessoas com hábitos ruins, segundo um estudo sobre longevidade realizado pelo Carle Illinois College of Medicine, nos Estados Unidos. Os resultados indicam que uma mulher na faixa dos 40 anos que mantém boas práticas pode viver, em média, 21 anos a mais em comparação com aquelas que não seguem uma rotina saúdavel. Para os homens na meia idade, a expectativa de vida pode ser até 24 anos superior aos não saudáveis. “Rapidamente, a vida e a medicina nos ensinam que a saúde não é apenas uma questão de genética, mas, principalmente, de escolhas diárias”, destaca Juliano Gasparetto.

Passos para salvar vidas

Acolhimento, classificação de risco, assistência, ações imediatas e coordenação de setor. Atividades como essas se repetem na rotina de enfermeiros que estão presentes nos corredores do pronto-socorro do Hospital Universitário Cajuru. Quando alguém chega em busca de atendimento, muitas vezes em estado grave, é nesse momento que os profissionais não medem esforços para salvar vidas. Nos bastidores do hospital com atendimento exclusivo pelo SUS, Alessandra Aparecida Fabricio lidera uma equipe de enfermagem que dá muitos passos para garantir o cuidado integral aos pacientes que mais precisam. “O nosso maior objetivo é garantir a condução do atendimento com qualidade e segurança”, enfatiza a coordenadora de enfermagem do pronto-socorro.

Enquanto preza pela vida de quem está internado, a enfermeira Alessandra Fabrício precisa dar aproximadamente 4 mil passos diários, o que representa uma distância de três quilômetros apenas dentro do pronto-socorro. “Esta jornada não só simboliza minha preocupação com a saúde, mas também o cuidado constante para com aqueles que confiam no nosso trabalho”, afirma. Os números são ainda mais expressivos para quem se desafia a mudar hábitos, como é o caso de Juliano Gasparetto. “Priorizando meu deslocamento a pé e a prática regular de exercícios, consegui atingir a marca de 12 mil passos diários, somando aproximadamente 400 mil passos por mês. Mais do que números, cada quilômetro percorrido representa o esforço para estar bem e, então, poder cuidar dos pacientes”, acrescenta o diretor-geral.

Incentivo à saúde

O número de passos que uma pessoa precisa dar diariamente para começar a cuidar da saúde não é difícil de alcançar. O maior estudo feito até o momento sobre o tema mostra que menos de 4 mil passos já trazem bons resultados. Segundo a pesquisa publicada na revista European Journal of Preventive Cardiology, 3,9 mil passos por dia podem reduzir o risco de morte por qualquer problema de saúde. Além disso, uma quantidade ainda menor, de 2,3 mil, diminui a chance de falecimento em decorrência de doenças cardiovasculares. O artigo também mostra que um aumento de mil passos diários se associou à diminuição de 15% no risco de óbito por qualquer razão, enquanto um incremento de 500 passos esteve relacionado a uma queda de 7% na possibilidade de perder a vida devido a complicações cardiovasculares.

Entre as salas de pronto-atendimento, unidades de terapia intensiva, enfermarias e macas, estão profissionais que se dedicam dia após dia a cuidar dos outros e, ao mesmo tempo, não deixam de lado o cuidado com a própria saúde. E isso tem sido valorizado pelas próprias empresas. Os esforços diários de profissionais como Juliano e Alessandra foram incentivados por um aplicativo que funciona como um navegador móvel de benefícios de saúde e bem-estar, oferecido pelo Grupo Marista, do qual os hospitais fazem parte. O objetivo é estimular a mudança de hábitos e o cuidado com a saúde para além do ambiente de trabalho. “Vemos o aplicativo ganhando cada vez mais espaço entre os colaboradores, criando um ambiente de troca e incentivo mútuo. Ao final do dia, a plataforma mostra cada passo como uma conquista a ser celebrada”, explica a especialista em saúde corporativa do Grupo Marista, Luciana Aparecida de Souza Augusto.

Redação

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