Instrumentos afinados, figurinos coloridos e refrão na ponta da língua: o Bloco do Riso Frouxo, dos Doutores da Alegria, está pronto para levar o ritmo e a alegria do Carnaval aos hospitais públicos de São Paulo, pelo segundo ano consecutivo.
O desfile de bom-humor da trupe de besteirologistas passará por oito unidades de saúde, num total de nove apresentações: começa no Instituto de Tratamento do Câncer Infantil – ITACI, no dia 31 de janeiro, e depois segue para o Hospital Universitário (1/2), Hospital do M’Boi Mirim (5/2), Hospital Santa Marcelina (6/2), Instituto da Criança (7 e 14/2), Hospital Municipal do Campo Limpo (8/2), Hospital Geral do Grajaú (15/2) e Hospital do Mandaqui (19/2).
“É motivador poder levar o Carnaval para perto dos pacientes impossibilitados de saírem às ruas por conta de seu tratamento. Além deles, convidamos os profissionais de saúde e acompanhantes a também participarem da festa. A primeira experiência foi muito boa e queremos continuar a brincadeira”, afirma Ronaldo Aguiar, diretor artístico do grupo.
A inspiração veio do Recife, onde a organização também está sediada e alcança grande popularidade há 12 anos com seu Bloco do Miolo Mole; e do Bloco da Seringa Solta, que mobiliza os grupos participantes do projeto Plateias Hospitalares no Rio de Janeiro.
Toda a ação é construída a partir da linguagem do palhaço, com base no improviso e no humor, potencializando as relações saudáveis e contribuindo com a inclusão sociocultural. O repertório inclui marchinhas antigas e hinos compostos pela própria trupe.
DOUTORES DA ALEGRIA
Doutores da Alegria é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que utiliza a arte do palhaço para intervir junto a crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade e risco social em hospitais públicos e ambientes adversos. Fundada por Wellington Nogueira em 1991, a associação já realizou mais de um milhão de visitas a crianças hospitalizadas, seus acompanhantes e profissionais de saúde.
A partir das intervenções em hospitais, Doutores da Alegria amplia canais de diálogos reflexivos com a sociedade, compartilhando o conhecimento produzido através deformação, pesquisa, publicações e manifestações artísticas, contribuindo para a promoção da cultura e da saúde e inspirando políticas públicas.
Desde 2016 a associação se reposiciona institucionalmente a partir de uma nova governança e uma nova tarefa institucional, propondo a arte como mínimo social, ou seja, como uma das necessidades básicas para o desenvolvimento digno do ser humano, assim como alimentação, saúde, moradia e educação. O trabalho é gratuito para os hospitais e mantido por doações de empresas e de pessoas.