O Centro de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital do GRAACC, referência no tratamento do câncer infantojuvenil, é considerado um dos mais avançados do país. Em 21 anos de atividade foram mais de 860 transplantes realizados como forma de tratamento das leucemias, o tipo mais comum de câncer em crianças, e de neuroblastomas de alto risco e tumores do sistema nervoso central. Esse período conferiu ao hospital a excelência no atendimento e realização desse tipo de procedimento.
“Os transplantes de medula óssea são realizados em cerca de 30% dos casos, como alternativa quando o paciente não responde bem ao tratamento ou quando apresenta recidiva da doença, ou seja, a doença se manifesta novamente após um determinado tempo. O paciente pediátrico requer uma atenção especial e o GRAACC se especializou nesse atendimento, devido aos diversos casos que recebemos e os transplantes realizados, desde os mais simples aos mais complexos”, explica a Dra. Renata Fittipaldi, Coordenadora do Centro de TMO do Hospital do GRAACC.
Antes, durante e após o transplante o paciente e um acompanhante ficam em uma área isolada no hospital, longe de agentes infecciosos. Para a segurança de todos o acesso é por biometria. Os quartos possuem pressão positiva com filtros que não deixam o ar externo entrar no ambiente e água purificada nas pias e chuveiros. Tudo preparado para evitar qualquer chance de contaminação.
Criopreservação
O GRAACC tem expertise na manipulação, congelamento e processamento das medulas, com o centro de criopreservação de células tronco, equipado com freezers de congelamento 80° negativos e tanque de nitrogênio líquido a 196° negativos.
“Existem 119 centros transplantadores registrados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e o GRAACC está entre os 53 centros que fazem o processamento de medula. Considerando os diferenciais do paciente pediátrico, somos especialistas em congelamento e lavagem das células em pacientes abaixo de 15 quilos, o que nos dá uma experiência singular neste segmento”, salienta Dra. Renata.
Os critérios técnicos adotados pelo GRAACC, tornou o hospital um centro de coleta de sangue periférico e medula do Registro de Doadores de Medula (REDOME).
As leucemias
O diagnóstico é feito por meio do mielograma (exame do sangue de dentro do osso). Comumente aparecem na medula óssea, mas podem surgir também nos testículos e no líquor (líquido da espinha). Os tipos mais comuns na infância são a Leucemia Linfoide Aguda (LLA), Leucemia Mieloide Aguda (LMA) e a Leucemia Mieloide Crônica (LMC).
“Como em qualquer caso de câncer infantojuvenil, os sintomas podem ser confundidos com fatos corriqueiros da infância como dor do crescimento, manchas roxas pelo corpo, febre, abatimento e dores de cabeça, por exemplo. Porém, a persistência de algum desses fatores, por mais de dez dias, deve ser investigada o quanto antes, pois quanto mais cedo for detectado, maior será a eficácia do tratamento e, consequentemente, as chances de cura”.
Tipos de transplantes
O Hospital do GRAACC realiza todos os tipos de transplante de medula óssea. Todos são feitos no Centro de Transplante de Medula Óssea e dependem do tratamento e tipo do câncer pediátrico.
Autólogo – Utiliza células do próprio paciente, que são coletadas e congeladas. O paciente realiza sessões de quimioterapia para eliminar as células de tumor no organismo e, posteriormente, recebe a medula que foi congelada de volta.
Alogênico – Feito a partir de células de medula de um doador, em geral, totalmente compatível (da mesma família ou não). Envolve quimioterapia e, muitas vezes, radioterapia para eliminar a medula afetada e permitir que a medula transplantada tome seu lugar.
Haploidêntico – Utiliza o mesmo processo do alogênico, porém com doador sendo um parente de primeiro grau (pai, mãe, irmão ou filho, com 50% de compatibilidade). Uma alternativa a ser considerada na falta de doador 100% compatível.