Chegou ao Brasil o menor marcapasso do mundo

Um novo implante cardíaco foi desenvolvido e já pode ser usado por pacientes brasileiros. O aparelho estimula o coração que não bate no ritmo que deveria, os marca-passos estão há cinco décadas salvando vidas.

O marca-passo mais comum é um sistema eletrônico com microprocessador implantado na clavícula, abaixo da pele. É alimentado por uma bateria de lítio e tem forma de uma moeda grande. Por meio de seus fios, chamados eletrodos, se conecta ao coração através de uma veia (vaso sanguíneo) que os leva ao coração, onde uma descarga elétrica é enviada trabalhando tanto como estimulador quanto sensor.

“O novo marcapasso, sem eletrodos, foi desenvolvido com o objetivo de evitar algumas complicações dos marcapassos convencionais, que são as infecções e as fraturas de eletrodos. Essa peça do marcapasso pode gerar uma complicação gravíssima ao ponto de o paciente ter de se submeter a cirurgias de grande risco. Foi pensando em evitar isso que esse novo tipo de marcapasso foi desenvolvido”, explica Dr. Caio Henrique, cardiologista e arritmologista pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.

O modelo Micra tem o tamanho de uma cápsula e foi desenvolvido pela Medtronic. Possui 20 mm de tamanho e 2 mg de peso. Por não possuir eletrodos, é fixado diretamente no músculo do coração por meio de duas garras, que atuam como uma âncora, e o instalam e mantêm no músculo cardíaco por até 12 anos. Para chegar até lá, os médicos o colocam na veia femoral, localizada na perna do paciente, e o conduzem até o coração com um cateter. Lá será acionado sempre que o ritmo ficar descompassado, assim como um gerador de eletricidade começa a funcionar assim que o fornecimento de energia é interrompido.

O uso do Micra no Brasil

O marcapasso ainda não é usado nem por 10 pessoas. Ele não é fornecido pelo SUS nem foi incorporado a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Segundo Dr. Caio, outro ponto importante é que o Micra não substituirá os marcapassos atuais. “Trata-se, sim, de uma alternativa para casos selecionados, principalmente, aqueles em que os pacientes que não têm veias adequadas para fazer o implante de um marcapasso convencional com eletrodos, ou quando os pacientes apresentam alto risco de infecção”.

Ele reconhece que é um tratamento novo, muito promissor, mas ainda em fase inicial. “Precisamos ter mais estudos clínicos randomizados com um maior número de pacientes, e um acompanhamento mais a longo prazo desse tipo de marcapasso para, então, termos dados mais contundentes de eficácia e segurança”, finaliza o cardiologista.

Redação

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