Como a inteligência artificial poderá auxiliar nos processos de reprodução assistida

A inteligência artificial, campo da ciência que se dedica a estudar, desenvolver e usar máquinas e sistemas computacionais que sejam capazes de realizar atividades humanas de maneira autônoma e eficiente, vem ganhando cada vez mais espaço em vários segmentos da sociedade. Ela está ligada à robótica e a programas de computação bem específicos, como o machine learning, deep learning, sistemas de reconhecimento de voz, entre outras tecnologias que já usamos no nosso dia a dia, muitas vezes sem saber.

Na medicina e na área da saúde, ela também vem ganhando terreno e, especificamente na medicina reprodutiva poderá ser muito útil para auxiliar na escolha dos melhores embriões em processos de fertilização in vitro.

De acordo com a embriologista da clínica Origen BH, Renata Bossi, a inteligência artificial já demonstra usabilidade na medicina reprodutiva. “Hoje, associamos IA à tecnologia de timelapse, que permite aos especialistas aperfeiçoarem ainda mais os cuidados na hora de escolher os embriões aptos para a transferência ao útero feminino, em pacientes que estão em tratamento para engravidar. A inteligência artificial nos permitirá entender melhor e estimar as taxas de formação de blastocisto, bem como compreender melhor como eventos antes desconhecidos podem influenciar no desenvolvimento embrionário”, diz.

Segundo a especialista em reprodução assistida, já existem estudos em andamento que conseguem predizer a qualidade genética do embrião e isso é de extrema relevância para médicos e embriologistas da reprodução assistida, pois nos dará muito mais segurança de que o tratamento terá mais chances de sucesso.

Um dos principais benefícios da adoção de inteligência artificial em processos da medicina reprodutiva é a possível melhora dos resultados do tratamento, com menor exposição possível dos embriões a fatores ambientais e a diminuição, cada vez mais, da realização de procedimentos invasivos.

Atualmente a tecnologia mais próxima de inteligência artificial usada na medicina reprodutiva são os programas associados à tecnologia de timelapse, que filma todo desenvolvimento embrionário. Em 2021, a Origen adquiriu a incubadora Geri, considerada uma das mais modernas em timelapse do mundo.

“A incubadora Geri é considerada um dos timelapses mais avançados do mundo. Além de permitir registrar todo desenvolvimento embrionário  na forma de um filme, promove um cultivo com menor variação de osmolaridade, pH e temperatura, mimetizando o ambiente do corpo da mulher, como nenhuma outra incubadora. Além disso, a incubadora nos permite trabalhar com diversos programas de inteligência artificial, com bancos de dados vindos do mundo inteiro, o que nos ajuda escolher os melhores embriões de forma mais assertiva para transferência, congelamento ou biópsia”, diz Renata.

A embriologista ressalta também que a inteligência artificial poderá, em breve, auxiliar na escolha do melhor momento para realizar congelamento dos embriões e ainda na melhor seleção de espermatozoides para a técnica de Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI), um dos tratamentos para casais que querem engravidar. A ICSI consiste na introdução de um único espermatozoide dentro do óvulo para que ocorra a fecundação. Trata-se de uma técnica de reprodução humana assistida realizada por meio do tratamento de fertilização in vitro e indicada, principalmente, em casos de infertilidade provocada por fator masculino grave. A ICSI viabiliza a gravidez em casos, por exemplo, de vasectomia.

Redação

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