Como diagnosticar sintomas neurológicos decorrentes do tratamento do câncer?

Algumas medicações utilizadas no tratamento dos vários cânceres podem produzir sintomas neurológicos, especialmente dos nervos, como formigamentos e dormência de mãos e pés, fraqueza, quedas, além de vários outros sintomas, e que médicos neurologistas são capazes de diagnosticar e tratar. A radioterapia, algumas vezes, também pode levar a sintomas neurológicos, cabendo ao oncologista acionar o especialista para fazer parte do tratamento destes pacientes.

Ainda há as síndromes paraneoplásicas, situações onde há uma resposta imunológica conta o câncer, e que pode se manifestar na forma de sintomas neurológicos, muitas vezes estranhos ou completamente diferentes do que o oncologista está acostumado a ver, e nós, neurologistas, entramos nessa também.

O que faz um neurologista em um hospital de câncer? O neurologista não é o médico que  cuida do cérebro? Pois é, é justamente por isso. De acordo com o dr. Flávio Sallem, neurologista do IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, de São Paulo (SP), com Phd na especialidade, o cérebro é um órgão complexo, e que pode ser acometido pelo câncer e por suas complicações, além das complicações do tratamento. “Além do cérebro, o neurologista também trata da medula, não a óssea, mas a espinhal, a que está dentro da coluna, e que se lesada leva o paciente a perder os movimentos dos braços e pernas. Ele cuida, ainda, dos nervos que saem da medula para os membros, dos músculos, e da junção entre os nervos e os músculos”, explica o doutor.

Os pacientes oncológicos podem ter doenças que nada têm a ver com o câncer que possuem. Segundo Sallem, podem ser epilépticos, e ter crises no hospital; podem ter derrames, os famosos AVCs ou acidentes vasculares cerebrais, por pressão alta, doenças do coração, ou diabetes; podem ter confusão mental, e outras doenças e sintomas que devem ser abordados pelo neurologista durante a internação.

“Por estas situações, a presença de uma equipe neurológica no hospital oncológico é necessária, para que possamos cuidar do paciente como um todo e com a máxima eficácia, sem perder o foco na doença de base (o câncer), mas ao mesmo tempo observando quaisquer complicações neurológicas que possam vir a aparecer”, complementa o neurologista.

Metástases

O sistema nervoso pode ser sede de tumores primários, ou seja, que nascem de lá mesmo, os famosos tumores cerebrais e medulares. Meningeomas, astrocitomas, oligodendrogliomas, glioblastoma multiforme, e tantos outros tumores, além dos tumores dos nervos, como os schwanomas e os neurinomas. São tantos “nomas”. Mas estes não são os tumores mais comuns que podem ocorrer no sistema nervoso e, na verdade, as metástases são os principais.

Metástases são implantes de tumores fora do local onde eles nascem. Tumores da mama, pulmão, cólon, útero, rins e tantos outros podem produzir sintomas e sinais referentes ao cérebro, e daí entra o neurologista, para auxiliar no diagnóstico e no tratamento correto destas lesões.

Os pacientes portadores de câncer deverão passar por avaliação neurológica por solicitação do oncologista quando ocorrerem sinais e sintomas que sugiram doença do sistema nervoso, ou seja, cérebro, medula e nervos.

Os pacientes oncológicos podem ter doenças que nada têm a ver com o câncer que possuem. Podem ser epilépticos, e ter crises no hospital; podem ter derrames, os famosos AVCs ou acidentes vasculares cerebrais, por pressão alta, doenças do coração, ou diabetes; podem ter confusão mental, e outras doenças e sintomas que devem ser abordados pelo neurologista durante a internação.

Redação

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