CONARH SAÚDE reforça importância da gestão para garantir bem-estar dos trabalhadores

A segunda edição do CONARH SAÚDE (Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, com foco em saúde), organizado pela ABRH Brasil (Associação Brasileira de Recursos Humanos) e pela ASAP (Aliança para Saúde Populacional) reforçou o papel da liderança nas empresas para garantir uma boa administração na saúde corporativa. O evento, que aconteceu na última semana de agosto, reuniu mais de 400 visitantes na Amcham SP e contou com a participação de empresas e especialistas que são referências nos setores de Recursos Humanos e Saúde.

Painéis apresentados no CONARH SAÚDE

O evento contou com seis painéis que abordaram diversos eixos da saúde dentro de uma organização. A primeira palestra foi conduzida por Fernando Viriato de Medeiros, diretor de Talento e Cultura da Accor South America, e Nicolle Laffi, médica ginecologista e obstetra que atua como gerente médica e de Wellbeing na Aon Brasil. O tema foi “A pandemia está indo embora e o impacto da Covid-19 continua. E agora?”. De acordo com Fernando, já é um fato conhecido por todos que a pandemia gerou mudanças no modo de vida e trabalho da sociedade. “Além de problemas relacionados à saúde física e mental, tivemos novos aprendizados”, afirma.

Fernando aponta que o trabalho híbrido se tornou um modelo permanente com a maior adesão do home office. Na avaliação do diretor, esse será o novo desafio das empresas. Segundo Nicolle, a Organização Mundial da Saúde apontava esta tendência desde 2003 e a Covid-19 apenas acelerou este processo. “Para lidar com esses e outros impactos causados pela Covid-19, precisamos de líderes engajados”, explica.

Na sequência, Antônio Salvador, diretor de Capital Humano da Mercer no Brasil e coautor do livro “Transformação Digital, uma jornada muito além da tecnologia”, e Marcia Rodrigues Braga, médica da Petrobras com atuação na gerência de Atenção Integral à Saúde realizaram a palestra “O que muda na gestão da saúde com o home office?”. De acordo com Antônio, há muitas empresas abertas a possibilidade de utilizar Inteligência Artificial para monitorar e oferecer informações sobre a saúde para os colaboradores. “Vivemos em um mundo no qual as notícias falsas estão em alta e isso mostra a importância de as empresas realizarem um papel de comunicação bem amplo com seus trabalhadores”, conta.

Marcia Rodrigues relatou as principais estratégias adotadas pela Petrobras durante a pandemia. “Avançamos com a gamificação em saúde e os programas de atividade física e também passamos a adotar cada vez mais a mídia social corporativa da empresa e as ferramentas colaborativas de modo geral”.

A saúde mental também teve destaque. O assunto foi debatido por Ana Carolina Peuker, CEO da Bee Touch, e José Carlos Nascimento, diretor de RH da ao³. Uma pesquisa realizada pela Mercer, empresa líder global em serviços profissionais nas áreas de risco, aponta que 8 em cada 10 funcionários dizem que correm risco de esgotamento neste ano e que trabalhadores que estão próximos ao estado de burnout são 2,6 vezes mais propensos a procurarem outro emprego. De acordo com José, estudos como esse mostram que precisamos ter um olhar mais humanizado e construir verdadeiramente empresas mais saudáveis. “Para que isso aconteça, o tema deve ser discutido e permeado pela liderança”, diz.

Durante o CONARH SAÚDE também foi apresentado o tema “Alimentação e atividade física na empresa: questões-chaves da saúde”. Na ocasião, Almir Ribeiro Neto, presidente da Abpass (Associação Brasileira para a Promoção da Alimentação Saudável e Sustentável), Kylza Estrella, médica e diretora Técnica na Informar Saúde, e Mila Toledo, CEO da Mila Toledo Fitness Assessoria Esportiva, discutiram que o sedentarismo é considerado a doença do século e que o Brasil é o país mais sedentário da América Latina, com 47% da população nesta situação, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Outro problema importante a ser discutido é a qualidade da alimentação dos brasileiros e para que isso se resolva é importante a ação dos gestores e também que cada colaborador seja o seu próprio líder”, avalia Almir.

Albertina Oliveira, diretora superintendente da Gerdau Previdência, e Fábio Gonçalves, diretor executivo de Valor e Acesso no Hospital Care e CEO e cofundador na Excella, apresentaram o último painel do dia, sobre desperdícios em saúde. Albertina analisa que o tema vem se destacando como uma das maiores preocupações do mundo empresarial por ser a segunda maior despesas com pessoas na maioria das organizações. “Para gerir melhor a saúde corporativa, ela tem que ser discutida no conselho da empresa, ela tem que fazer parte da política e da estratégia e não apenas das discussões financeiras”, afirma.

Cases de sucesso

O CONARH SAÚDE também contou com a presença de grandes empresas que são referência em saúde corporativa para trazer suas experiências de sucesso. Uma delas foi a Dasa Empresas, gestora de benefícios e soluções de saúde corporativa da Dasa. Na ocasião, Ricardo Ramos, cirurgião-geral e partner de gestão médica e tecnologia da Dasa Empresas, defendeu que a saúde corporativa é muito mais do que um plano médico, mostrando as ações traçadas pela companhia com consulta médica, políticas privadas e públicas de saúde e ações personalizadas para os seus colaboradores. “Nas ações mais especificas para cada tipo de público, a tecnologia, a Inteligência Artificial, a Medicinal Devices e a Machine Learning podem ser grandes aliadas para esses processos”, diz.

A TOTVS, empresa de tecnologia, exibiu como a comunicação pode ser a ferramenta mais eficiente para a saúde na organização. O tema foi abordado por Tatiana Marques, Gerente de Recursos Humanos na TOTVS. Tatiana conta que a organização tem pilares de cuidados estabelecidos em ações de sustentação em conjunto com programas saudáveis. Além disso, os colaboradores contam com uma rede de comunicação que tem como objetivo ser uma fonte de informação confiável. “Também realizamos programas, lives, canais de contato informais, oficinas de debate, plantões de dúvidas on-line, eventos presenciais e tudo o que permitisse o constante contato e engajamento entre as pessoas”, explica.

O Hospital Albert Einstein trouxe um case para falar sobre educação de saúde para liderança. A palestra foi conduzida pela doutora Raquel Conceição, Head de Saúde Corporativa e Saúde Populacional do Hospital Albert Einstein. Segundo a especialista, o gestor precisa ampliar a sua visão de saúde individual para corporativa, implantar estratégias de custo efetivas, políticas que foquem no tema e envolver as lideranças. “Além disso, é preciso reconhecer a tendência e os comportamentos de seus funcionários, criar um comitê estratégico para a saúde e pensar na saúde como um investimento estratégico, e não como um custo”, pontua.

Uma das ações adotadas pelo Hospital Albert Einstein para trazer soluções pautadas neste tema foi a promoção do ambiente nutricional seguro e saudável através do “Programa Mesa”. O projeto propôs adaptações mais saudáveis no refeitório e na cesta básica. “Isso tornou possível a redução do consumo de 48 kg de açúcar no refeitório devido a troca de quatro sabores de suco normal por baixa caloria e o acréscimo de água com sabor no cardápio”, relata Raquel.

Programa Empresa Saudável

A Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Brasil) apresentou o Programa Empresa Saudável (PES). O foco do programa é promover educação em Saúde Corporativa, empoderando a área de Recursos Humanos por meio da democratização do conhecimento e do uso racional e eficaz dos recursos em saúde. Além de gerar um impacto positivo na saúde das organizações, a iniciativa também inclui um selo de reconhecimento, com certificação, para as empresas participantes. As empresas participantes também terão como benefício o benchmark de melhores práticas, otimização de recursos e se posicionar como referência na área da saúde no seu segmento de atuação.

O PES é apoiado por uma coalizão de instituições ligadas à saúde, que são referência em competência, credibilidade e solidez. Elas são: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Associação Brasileira de Promoção da Alimentação Saudável e Sustentável (ABPASS), Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Aliança para a Saúde Populacional (ASAP), Federação Brasileira de Saúde Suplementar (FenaSaúde),   Grupo de Recursos Humanos (G3), Great Place To Work (GPTW), Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e Associação Brasileira de Operadora de Planos de Medicamentos (PBMA).

As inscrições estão abertas. As empresas interessadas podem se candidatar através deste link: abrhbrasil.org.br/pes/#inscrevase.

Redação

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