Cooperação do setor empresarial viabiliza serviço público de tratamento do AVC

Nelson Eiji Akimoto frisa que a ACIC vem prestando importante contribuição ao Poder Público na pandemia

Saúde e economia são binômios que se completam. Sem saúde os agentes econômicos não podem atuar no mercado, seja na condição de produtor, consumidor, trabalhador, investidor, empreendedor etc. Não há dilema nem antagonismo entre esses dois fatores, mas sim interdependência, razão pela qual o enfretamento da pandemia deve priorizar as pessoas e, dentro do possível, preservar as atividades laborais e empresariais.

A Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) vem prestando importante contribuição ao Poder Público na pandemia do novo Coronavírus que assola o país desde março do ano passado. “Estamos convictos de que com associativismo, cooperação e solidariedade é possível solucionar todos os problemas da sociedade”, assevera o presidente Nelson Eiji Akimoto.

Exemplo marcante que corrobora essa assertiva é a recente conquista do credenciamento do serviço de AVC – para o tratamento de pessoas acometidas de acidente vascular cerebral – no Hospital Regional do Oeste (HRO), em Chapecó (SC).

No primeiro semestre do ano passado a ACIC tomou conhecimento que o HRO, embora seja o maior hospital filantrópico de Santa Catarina e atenda a uma região com mais de 1 milhão de habitantes, não dispunha do serviço de AVC. Constatou-se que pacientes usuários do Sistema Único de Saúde, encaminhados ao HRO em busca de atendimento para o AVC, acabavam irrecuperavelmente sequelados em razão da ausência desse atendimento especializado.

De forma articulada com o próprio HRO, a ACIC levou o caso aos gestores públicos nas esferas do Município, do Estado e do Ministério da Saúde para encaminhar duas iniciativas: a instalação do serviço e a sua habilitação pelo SUS.

Em face da urgência da questão, a ACIC com o apoio de entidades coirmãs decidiu financiar emergencialmente, com recursos privados, o serviço de AVC enquanto transcorria o processo técnico-administrativo. Não havia tempo a perder: um crescente número de pacientes infectados com a Covid-19 apresentava quadro de AVC.

Assim, durante três meses as entidades empresariais – tendo à frente a ACIC, o apoio do CEC, Cesec, Sicom, Sitran – sustentaram o funcionamento desse serviço, suportando o ônus financeiro para o pagamento de médicos, outros profissionais de saúde, medicamentos e insumos.

Financiado com recursos privados, o serviço começou a funcionar em janeiro e muitas vidas foram salvas por conta do apoio da comunidade empresarial. O hospital público mais próximo com esse tipo de atendimento fica em Blumenau, a mais de 400 quilômetros de distância de Chapecó.

No fim de abril a vice-governadora Daniela Reinehr trouxe a boa notícia: o Ministério da Saúde aprovava o credenciamento pelo Sistema Único de Saúde. A vice-governadora levou a demanda ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, garantindo agilidade para o credenciamento do serviço junto ao SUS.

“A atuação do Governo do Estado foi essencial para essa conquista. É uma notícia de emocionar. Essa é uma necessidade antiga da nossa região”, assinala. “Muitas vidas serão salvas”, acrescenta o presidente da ACIC.

O processo já tem aprovação técnica e aguarda publicação no Diário Oficial da União juntamente com a correspondente liberação dos recursos orçamentários, cuja verba inicial é da ordem de R$ 1,6 milhão.

Essa não foi a primeira grande ação da ACIC em favor do HRO. No ano passado a Associação arrecadou e depositou na conta do Hospital Regional cerca de R$ 1,1 milhão de reais que permitiu a compra de equipamentos para ampliação do número de leitos da UTI destinada aos pacientes acometidos da Covid-19.

“Esse é um vitorioso e emblemático exemplo de como a comunidade pode contribuir com o Poder Público ao vencer a inércia passiva das reivindicações inócuas e assumir um protagonismo capaz de identificar, avaliar e equacionar problemas pontuais na coletividade”, finaliza o presidente.

O Hospital Regional do Oeste Lenoir Vargas Ferreira tem papel fundamental nas políticas públicas de assistência à saúde no oeste catarinense. Em 2020, esse estabelecimento atendeu 19.666 internações gerais, 17.004 internações do SUS e 110.244 atendimentos ambulatoriais. Realizou 38.924 sessões de tratamento oncológico, 11.031 cirurgias, 596.476 exames laboratoriais, 115.038 diagnósticos por vídeo e imagens e serviu 786.221 refeições.

A grande massa de trabalhadores rurais e urbanos, especialmente dos frigoríficos, da construção civil e da indústria metalúrgicas é atendida no HRO. Manter esse nosocômio com 100% de sua capacidade operacional e de hotelaria foi fundamental no enfrentamento da pandemia.

Redação

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