Covid-19: profissionais que instalam, fazem manutenção e operam equipamentos em UTIs não recebem vacinação

Equipamentos hospitalares como respiradores, ventiladores, tomógrafos e até mesmo camas hospitalares de UTIs nunca precisaram tanto estar em perfeito estado de funcionamento quanto nesta pandemia brutal, e assim contribuir para a sobrevivência e o bem-estar dos pacientes. Para operarem bem, necessitam de manutenções periódicas e apoio operacional especializado em centros cirúrgicos e UTIs. Os profissionais que realizam este trabalho somam mais de três mil técnicos e engenheiros que visitam hospitais todos os dias. E, pasmem, não são considerados como profissionais de saúde no grupo prioritário de vacinação da Covid-19 pelo Plano Nacional de Imunização (PNI).

A Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia em Produtos para Saúde (ABIMED) tem pleiteado desde janeiro a inclusão destes profissionais no grupo prioritário, tanto via ofício quanto diálogo com as 26 Secretarias Estaduais de Saúde, com a Secretaria de Vigilância em Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (COSEMS/SP) e até localmente, com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. Todas as respostas têm sido as mesmas: faltam vacinas e as secretarias seguem o PNI.

Dois avanços aconteceram após a atuação da Associação, mas ainda sem desdobramentos. Um deles foi a indicação do Deputado Estadual Frederico d’Ávila à Secretária Estadual da Saúde de São Paulo para inclusão dos funcionários na campanha de vacinação. O outro foi a criação do Projeto de Lei PL 1345/2021, de autoria do Deputado Federal Pedro Westphalen, para condicionar o grupo à priorização no PNI.

Ainda sem retorno, a ABIMED se reuniu na quinta-feira (22) com representantes das empresas associadas que têm sofrido com a questão, vendo seus funcionários correrem risco ao fazerem seu trabalho, que é contribuir para salvar vidas. “Como bem lembrou uma de nossas associadas, a atividade de técnicos de campo está na lista de atividades essenciais do Decreto Federal 10.282/2021, artigo terceiro, parágrafo segundo. Ora, o que falta para reconhecerem que sem esses profissionais a pandemia pode piorar ainda mais?”, conta Fernando.

Na reunião com os associados, diversas medidas foram avaliadas. Por ora, a ABIMED vai seguir buscando a inclusão dos profissionais de campo na lista de prioridades em contato com o Legislativo e o Executivo para expor a situação e convencê-los da necessidade emergencial do pleito. Com a expectativa de retomada das cirurgias eletivas, a demanda pelos serviços desse grupo sem dúvida será ampliada”, finaliza Fernando.

Redação

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