Decisão do STF regulamenta técnica cirúrgica para controle do Diabetes tipo 2

O apresentador de televisão Faustão, o ex-jogador e senador Romário e o publicitário Nizan Guanaes tinham em comum a Diabetes tipo 2. Todos eles realizaram a cirurgia de gastrectomia vertical ou interposição ileal e, hoje, vivem sem a necessidade de medicação contínua.

De acordo com o IBGE,18,6 milhões de pessoas têm a doença no Brasil. Para esses pacientes, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) divulgada nessa segunda-feira (09/05), representa um grande passo na busca pela cura da doença.

Polêmica

A gastrectomia vertical foi desenvolvida pelo médico Áureo Ludovico de Paula, de Goiânia, há 14 anos. A técnica consiste na recolocação do íleo (fim do intestino delgado) entre o duodeno e o jejuno, o que aumenta a produção de hormônios da saciedade e melhoram o Diabetes tipo 2.

Durante todo esse período, o médico foi acusado de realizar a técnica cirúrgica de modo experimental. Nessa semana, o STF recusou recurso do Ministério Público Federal de Goiás da ação contra o médico Áureo Ludovico e, diante da decisão e autorização judicial, o procedimento fica reconhecido cientificamente.

Conquista

Além do Dr. Áureo Ludovico, outros dois gastrocirurgiões são especialistas na técnica de gastrectomia vertical no Brasil: o Dr. Augusto Tinoco, do Rio de Janeiro, e o Dr. Alcides Branco, de Curitiba, que realiza a cirurgia desde 2009, com proteção de protocolo universitário, e soma mais de 200 casos com resultados positivos.

“Espero que com a técnica regulamentada – e não mais considerada em caráter experimental – outros pacientes acometidos pelo Diabetes tipo 2 também passem a realizar este procedimento no país. É uma grande conquista para a medicina”, disse o gastrocirurgião Alcides Branco. De acordo com ele, estudos mostram que o controle da doença chega a 80% no período de cinco anos, com a realização da cirurgia de gastrectomia vertical.

“Além disso, a decisão do STF abre caminho para a discussão da realização do procedimento com os planos de saúde e o sistema de saúde público”, complementa Branco, que atende na clínica que leva seu nome em Curitiba e também estará atendendo no Centro de Cirurgia do Diabetes e Robótica Eco Medical Center, que inaugura no próximo dia 1º de junho.

Redação

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