Em 2019, beneficiários de planos de saúde realizaram 1,62 bilhão de procedimentos

Os beneficiários de planos de saúde realizaram 1,62 bilhão de procedimentos como consultas, exames e internações no ano de 2019. O número representa um aumento de 2,4% em relação ao total de procedimentos realizados em 2018 (1,57 bilhão). Os dados fazem parte do Mapa Assistencial, publicação anual divulgada nesta quarta-feira (1) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O destaque da publicação esse ano é o seu novo formato, em painel dinâmico, conferindo maior transparência e aumento do acesso às informações de produção assistencial do setor, de envio obrigatório à ANS pelas operadoras.

O Mapa Assistencial contém indicadores de produção assistencial médico-hospitalar e, a partir dessa edição, apresenta também indicadores de produção odontológica. Dentre os indicadores, há o número de procedimentos realizados por beneficiário segundo modalidade de operadora – autogestão, cooperativa médica, medicina de grupo, filantropia e seguradora – e por tipo de contratação do plano, possibilitando análise comparativa do setor, considerando sua heterogeneidade. Houve um aumento do número de exames complementares realizados por beneficiário em todos os tipos de contratação. No total do setor, foram realizados 19,7 procedimentos de exames por beneficiário em 2019, ante 18,5 em 2018. O mesmo ocorreu com as internações: no total, foram 192 procedimentos por mil beneficiários em 2019, frente 180 por mil beneficiário em 2018.

A realização de exames complementares somou o maior número de procedimentos no ano, totalizando 916,5 milhões (aumento de 6,4% em relação a 2018). Na sequência vêm consultas médicas, com 277,5 milhões (aumento de 1,16% em relação a 2018) e procedimentos odontológicos, com 182,8 milhões (aumento de 3,7%). As internações somaram 8,6 milhões de ocorrências no ano, representando um aumento de 6,52% em relação ao ano anterior.

Confira na tabela abaixo o número de procedimentos realizados em 2019 pelos planos de saúde:

Formato de apresentação mais dinâmico

Conforme destacado, a partir desta edição, o Mapa Assistencial da Saúde Suplementar passa a ser apresentado em uma nova plataforma, em painel dinâmico na ferramenta Power BI. “O formato confere maior transparência aos dados e interatividade aos leitores, e já vem sendo utilizado em outras publicações da ANS. Também traz mais informações que a publicação tradicional, incluindo um anexo com indicadores de produção odontológica, que não eram apresentados na versão anterior. Informação de qualidade sobre os procedimentos e eventos realizados pelos beneficiários de planos de saúde é fundamental para a promoção da coordenação das ações em saúde e gestão da saúde populacional”, afirma o diretor-presidente substituto, Rogério Scarabel.

Lançado em 2012, o Mapa tem como objetivo a divulgação da produção assistencial prestada pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde a partir das informações enviadas pelo Sistema de Informações de Produtos (SIP) e consolidadas pela ANS.

Confira aqui o Mapa Assistencial da Saúde Suplementar

Doenças crônicas

O Mapa Assistencial destaca alguns procedimentos para diagnóstico e cuidado de condições crônicas como o diabetes e a hipertensão arterial. Entre 2018 e 2019, o número de exames de hemoglobina glicada, utilizado para diagnosticar e acompanhar o diabetes mellitus, teve um aumento de 16,4%. Em 2019, foram 337,5 mil exames por mil beneficiários. Da mesma forma, o Mapa aponta um aumento de 10,9% no número de exames Holter 24 horas realizados pelos planos de saúde, importante no diagnóstico e acompanhamento de doenças do aparelho circulatório. Em 2019, foram realizados 31,1 exames por mil beneficiários.

Essa análise é importante pois sinaliza para o aumento da utilização de exames para diagnóstico e acompanhamento do diabetes e hipertensão arterial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. A detecção precoce e o tratamento adequado do diabetes e hipertensão são importantes medidas para reduzir os riscos cardiovasculares decorrentes destas condições.

Dados de destaque nos procedimentos

• Consultas: O número de consultas médicas por beneficiário variou pouco em relação a 2018, tendo passado de 5,9 consultas por beneficiários em 2018 para 6 consultas por beneficiário em 2019. Entre as consultas médicas ambulatoriais, a especialidade clínica médica liderou o número de ocorrências, totalizando 29.960.232 procedimentos em 2019 (13,6%). Em seguida, vêm as especialidades ginecologia e obstetrícia, com 19.092.012 ocorrências (8,7%), e pediatria, com 16.508.478 ocorrências (7,5%). O maior aumento percentual em relação a 2018 foi verificado nas consultas em oncologia: 15,3% em comparação com o ano anterior.
• Outros atendimentos ambulatoriais: Este grupo engloba as consultas ou sessões realizadas por profissionais não médicos, como consultas e sessões com fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e nutricionista. De forma agregada, o setor passou de 3,5 atendimentos desse tipo por beneficiário em 2018 para 3,4 em 2019. A maior variação foi observada em relação ao número de consultas com terapeuta ocupacional e consultas com psicólogo por beneficiário, que sofreram aumento de 23,2% e 19,3%, respectivamente, em 2019 em relação a 2018.
• Terapias: Este grupo engloba atendimentos utilizando métodos de tratamento em regime ambulatorial, de caráter eletivo, urgência ou emergência, como transfusão ambulatorial, quimioterapia sistêmica, radioterapia por mega voltagem, hemodiálise aguda, hemodiálise crônica e implante de dispositivo intrauterino – DIU. Em 2019, foram realizadas em média 1,5 terapias por beneficiário, com hemodiálise crônica liderando (2.501.393 ocorrências).
• Exames: Em 2019, verificou-se um aumento de 6,4% no número absoluto de exames realizados em relação a 2018. Em termos de número de exames por beneficiário, essa relação variou de 18,5 em 2018 para 19,7 em 2019. O exame mais realizado em 2019 foi radiografia, com 31.660.168 ocorrências (679 por mil beneficiários), seguido por hemoglobina glicada, com 15.736.523 ocorrências (337 por mil beneficiários) e ressonância magnética, com 8.338.409 ocorrências (179 por mil beneficiários).
• Internações: O número de internações por mil beneficiários apresentou aumento de 6,4% em relação a 2018, tendo os valores passado de 180,1 para 192 internações por mil beneficiários em 2019. Entre os diferentes tipos de internações (clínica, cirúrgica, obstétrica, pediátrica e psiquiátrica), a mais prevalente em 2019 continuou sendo a cirúrgica, com 3.761.426 ocorrências, sendo o maior número registrado nas cirurgias bariátricas (52.699). Em 2019, verificou-se uma redução de 10,7% no total de internações em hospital-dia para saúde mental.
• Causas de internações: Em 2019, entre as causas selecionadas de internações, o maior número foi relacionado a doenças do aparelho respiratório, com 506,9 mil ocorrências, seguido por doenças do aparelho circulatório, com 493,3 mil ocorrências. As doenças do aparelho respiratório representaram 5,9% das causas de internação no setor em 2019. Esse será um importante indicador para acompanhamento na próxima edição do Mapa Assistencial, considerando o impacto da pandemia pelo Coronavírus nos serviços de saúde no ano de 2020.

Redação

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