Equidade nas faculdades: mesada permite que alunos de medicina consigam se manter na graduação

A rotina do ensino superior no Brasil é um desafio que vai além dos conteúdos passados em sala de aula. Com uma rotina cada vez mais desafiadora, alunos da área da saúde, em especial, medicina, medicina veterinária e odontologia, precisam se desdobrar para conciliar os estudos na faculdade e os desafios além da sala de aula. Com o objetivo de preencher as lacunas sociais dentro do ensino superior, a Sanar, startup número um em educação e suporte aos médicos, criou o Sanar Up, plataforma que fornece empréstimos para estudantes a partir do 4º ano.

O programa disponibiliza entre R$ 800,00 a R$ 1600,00 por mês para que o aluno consiga se manter no curso e focar nos seus estudos, utilizando o dinheiro como quiser, desde despesas com internato, provas e até aluguel de moradia. Com o advento da pandemia, a busca pelo serviço teve uma alta de 300% entre 2020 e 2021. Atualmente, mais de 6.000 alunos da classe C e D utilizam a plataforma na forma de mesada.

Segundo Caio Nunes, médico formado pela Universidade Federal da Bahia, professor e um dos fundadores da Sanar, os novos hábitos forçados pela pandemia tiveram impacto direto na procura pelos empréstimos. “O contexto pandêmico afetou a renda de muitas famílias de estudantes de medicina no Brasil que hoje, segundo o censo médico de 2020, são famílias que, em sua maioria (65%), tem uma renda de até 10 salários mínimos. Sem dúvidas, esse cenário foi um dos responsáveis por ter feito as pessoas buscarem empréstimos durante a graduação”, explica.

Mesmo não sendo necessário pagar mensalidade, as universidades públicas destacam o contraste social entre os alunos. Com uma rotina de estudo integral, variando de 8 a 12 horas por dia, alguns estudantes de medicina precisam trabalhar para conseguir se manter no curso. Segundo uma pesquisa realizada pelo Enade 2019, 80% dos alunos afirmam não ter renda própria, serem bancados pela família e possuírem renda mensal superior a R$ 5.700. Enquanto isso, apenas 6,8% deles afirmaram que a renda familiar era de até R$ 1.431,50, e 7,9% declararam depender de programas de renda do governo, como o Bolsa Família para se manter no curso.

Desde sua criação, o Sanar Up possibilitou que estudantes da classe C e D consigam se dedicar de forma única e exclusiva ao curso, evitando a evasão estudantil. Além disso, a plataforma pretende inovar criando ferramentas ainda mais inclusivas para os estudantes. “Pretendemos lançar uma série de novos produtos para o profissional médico. Acabamos de lançar um produto exclusivo para recém-formados que precisam pagar contas ligadas a formatura, provas de residência ou demandas familiares. Está nos planos lançar um super financiamento estudantil no qual será financiada não só a faculdade do estudante de medicina, mas também será oferecido todo o suporte que o ecossistema da Sanar oferece. Será um financiamento não apenas da faculdade mas de todas as necessidades que ele tem durante a graduação para que ele se forme um médico completo”, comenta Caio.

Redação

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