Equipe do Hospital Sírio-Libanês publica estudo sobre braquiterapia de próstata em revista internacional

Médicos do Hospital Sírio-Libanês acabam de publicar um estudo inédito na revista médica International Brazilian Journal of Urology, que acompanhou 406 pacientes que foram tratados de câncer de próstata com braquiterapia. Os resultados apontaram para taxas de controle da doença foram de 90,6% e 82,2% em 5 e 10 anos, respectivamente. Apenas 6% dos pacientes apresentaram metástases em 10 anos e menos de 1% morreram de câncer de próstata.

O estudo também demonstra que apenas entre 0,5 a 3,6% dos pacientes apresentaram complicações relacionadas ao tratamento, como diminuição do jato, aumento da frequência urinária e nos casos mais graves, obstrução completa da urina. “Este estudo é muito importante para oncologia brasileira pois trata-se de uma série com um número bastante expressivo de pacientes que foram acompanhados por longos anos. Os resultados clínicos se equiparam e até superam algumas das grandes séries de renomadas instituições americanas com larga experiência neste tipo de estratégia terapêutica, tanto em taxas de cura quanto em efeitos colaterais. Taxas zero de letalidade, transfusão, infecção, desfecho clínico e acidentes anestésicos”, explica o Dr. João Luis Fernandes da Silva, diretor adjunto do Departamento de Radioterapia do Hospital Sírio-Libanês.

A braquiterapia de baixa taxa de dose é um tratamento utilizado há mais de 30 anos no câncer de próstata e consiste na colocação de sementes radioativas (Iodo-125) por meio de agulhas guiadas por ultrassonografia e raios X. O procedimento não-cirúrgico dura cerca de 30 minutos e requer anestesia geral. O paciente recebe alta hospitalar no dia seguinte, sem necessidade de sonda urinária.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, e o mais frequente na terceira idade. A escolha do melhor tratamento leva em conta a extensão do tumor, a diversificação das células malignas, a dosagem do antígeno prostático específico, a idade e as condições clínicas do paciente. Entre as opções mais utilizadas para combater este tipo de câncer estão a retirada da próstata, a radioterapia e a braquiterapia, que vem apresentando muito eficaz quando a doença é diagnosticada e acompanhada desde sua fase inicial. “Cada método tem suas particularidades. No caso da braquiterapia, o benefício de ser realizada em apenas um dia é um diferencial”, finaliza o médico.

Redação

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