A Campanha Novembro Azul intensifica neste mês a prevenção e o tratamento da saúde do homem, em especial contra o câncer de próstata. Em 17 de novembro é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, segundo que mais mata homens no Brasil. No geral, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens.
A ação, que atualmente é comemorada em todo o mundo, teve início na Austrália, onde leva o nome de Movember – junção das palavras moustache (bigode, em inglês) e november (novembro).
As instituições brasileiras estão engajadas na causa! Confira notícias abaixo:
Saúde do Homem será tema de palestra no Hospital Municipal Evandro Freire
O Hospital Municipal Evandro Freire/CER, gerenciados pelo CEJAM, promovem em 5 de novembro, em seu auditório, no Rio de Janeiro (RJ), palestra sobre a Saúde do Homem com foco no diagnóstico precoce do câncer de próstata.
Segundo a pesquisa Estimativas de Incidência do Câncer para o biênio 2018/2019, do Inca, a existência de 68.220 novos casos, em 2018, significa um risco iminente de 66,12 casos novos a cada 100 mil homens. A doença é a segunda causa de morte entre a população masculina no Brasil.
Em sua palestra, o Clínico Emergencista, Paulo Renzo, falará sobre sinais e sintomas do tumor que afeta a próstata, além de tratar de outras doenças masculinas mais comuns.
Para Renzo, é importante provocar a consciência de que quanto mais cedo se diagnostica a doença, o quanto antes se inicia o tratamento, com chances maiores de remissão do câncer.
“Ao notar sintomas físicos como, por exemplo, dificuldade em urinar, deve-se procurar o médico e realizar exames clínicos como o PSA (exame de sangue), toque retal e biópsia para prevenção da doença”, explica Renzo.
Hospital Vera Cruz e Casa de Saúde promovem ações de alerta para a prevenção do câncer de próstata
O Hospital Vera Cruz e a Casa de Saúde, administrados pela holding Hospital Care, em Campinas (SP), não deixam o Novembro Azul passar em branco e atestam a sua atuação de excelência na saúde de Campinas com ações que focam o cuidado das pessoas e a prevenção.
O Centro de Oncologia do Hospital Vera Cruz, instalado no bairro Nova Campinas, vai oferecer decoração temática, show musical, degustações, sessões de beleza e caminhada como atividades que vão permear todo o mês.
A Casa de Saúde, que em outubro estava com a fachada rosa, será iluminada inteira de azul, iniciativa que garante ao prédio centenário ainda mais beleza e atenção para o tema. No dia 23, a entrada da edificação histórica concentrará serviços gratuitos e atividades de conscientização para a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata.
Centro de Oncologia do Vera Cruz
Música e cerveja sem álcool. Essas duas atrações e mais outras tantas fazem parte da programação do Novembro Azul no Centro de Oncologia do Vera Cruz, localizado na avenida Jesuíno Marcondes Machado, no bairro Nova Campinas. O objetivo das dinâmicas é suavizar o período passado na sala de quimioterapia intravenosa e em outros ambientes de tratamento no Centro. As atividades distraem e proporcionam bem-estar aos pacientes e também aos acompanhantes.
A manhã do dia 5 (terça) será melodiosa com a presença voluntária do músico Antônio Carlos Montone, que vai se apresentar cantando e tocando canções de MPB.
A degustação de cerveja sem álcool ocorre no dia seguinte, 6 (quarta), quando o Empório Tartufo, instalado na vizinhança do Centro de Oncologia, vai servir aos frequentadores também crispy de banana da terra, caldos e tortas, das 16h às 17h30.
A manhã inteira do dia 7 (quinta) será recheada de sorvetes e confeitos. E entre os dias 4 e 8, os homens poderão cuidar das mãos com a consultora Natália Corrêa, que oferecerá hidratação e massagens das 9h às 12h com produtos da Mary Key.
A programação do Novembro Azul no Centro de Oncologia culmina com a Caminhada da Oncologia no domingo, dia 10. Minutos antes da largada da 2ª edição da Corrida e Caminhada Vera Cruz – que oferece percursos de 6k e 12k para corrida e 6k para caminhada (as inscrições para participação do público em geral terminaram no dia 27/10), pacientes, familiares e equipe de profissionais do Centro de Oncologia do Vera Cruz iniciarão, a partir do local de concentração – à Praça Mario de Andrade, no Nova Campinas -; a Corrida da Oncologia, que consiste em uma caminhada ao redor do quarteirão a fim de promover a prática de exercício a este público e para prestigiar o evento organizado pelo hospital. A expectativa é que 400 pessoas integrem o grupo da oncologia.
Casa de Saúde
A abertura do período de conscientização para a prevenção do câncer de próstata na Casa de Saúde ocorre logo no dia 1º de novembro, quando uma pequena cerimônia inaugura a iluminação azul em toda a fachada do prédio histórico, agendada para às 17h30. O evento, aberto ao público, ocorre diante da entrada principal do hospital onde será possível vislumbrar a decoração, quando haverá breves falas de representantes da diretoria e de médicos especialistas.
O belo jardim da Casa de Saúde será palco de outra ação no dia 23, sábado, desta vez o evento é diurno, das 9h às 13h. Profissionais de saúde darão orientações sobre prevenção e tratamento do câncer de próstata.
Além disso, instrutores físicos darão dicas de exercícios e posturas para proceder as atividades do dia a dia com mais disposição e nutricionistas incentivarão o consumo de alimentação saudável, que é uma das principais maneiras de prevenir câncer.
Os serviços estarão dispostos em tendas e a proposta é a que o visitante passe por todos os espaços, formando um circuito. Um carrinho de pipoca e outro de algodão-doce podem ser acessados a qualquer momento. Entre as atrações terão ainda barbeiros que sortearão 10 cortes de cabelo e barba.
Artigo – Novembro Azul e a prevenção do câncer de próstata
A próstata é uma glândula de aproximadamente 25 gramas, no adulto jovem, que fica abaixo da bexiga e na frente do reto (parte terminal do intestino). A sua função está relacionada à reprodução (produção do líquido ejaculado) e ao prazer sexual (orgasmo), além de atuar como barreira às infecções e manter a continência urinária.
O câncer de próstata é a neoplasia sólida mais comum e a segunda maior causa de óbito oncológico no sexo masculino. É o câncer mais incidente nos homens (excetuando-se o câncer de pele não melanoma) em todas as regiões do país.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), haverá mais de 68.000 novos casos este ano no Brasil, enquanto nos Estados Unidos, segundo a Sociedade Americana do Câncer, a estimativa é de 174.650 novos casos e 31.620 óbitos em 2019.
É considerado um câncer da terceira idade, isto é, em três quartos dos casos no mundo manifesta-se a partir dos 65 anos. O aumento da incidência no Brasil pode ser justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação e também pelo aumento na expectativa de vida.
O INCA e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) destacam a alta incidência do câncer de próstata e, assim, ressaltam a importância da consulta médica, que tem como objetivo o diagnóstico precoce. Lembramos que nos estágios iniciais a doença não manifesta qualquer sinal ou sintoma, justificando assim uma visita ao consultório do Urologista, que fará um histórico clínico detalhado, somado ao toque prostático e solicitação dos exames necessários, dentre os quais o famoso PSA (antígeno prostático específico), que podem sugerir a suspeita de um câncer. A confirmação do diagnóstico faz-se por uma biópsia de próstata.
Os fatores de risco para Câncer de Próstata são: idade, homens de raça negra, obesidade, hábitos alimentares ricos em gorduras, sedentarismo e fator familiar (quando se tem um parente de primeiro grau com câncer de próstata, a probabilidade é de até duas vezes maior; e para aqueles que tem dois parentes de primeiro grau, essa probabilidade é de até seis vezes maior).
A SBU recomenda que homens com mais de 50 anos procurem um Urologista, para avaliação individualizada. Homens da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em uma decisão compartilhada com o paciente. Ressaltamos que hoje faz-se um diagnóstico de câncer de próstata a cada 7 minutos, um óbito pela doença a cada 40 minutos, 25% dos portadores de câncer de próstata morrem devido a doença e 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados em estágios avançados.
Quando os sintomas começam a aparecer, 95% dos casos já estão em fase adiantada. Não é possível evitar a doença, mas é possível diagnosticá-la precocemente e, desse modo, as chances de cura são maiores – superiores a 90 %.
Segundo a SBU, muitos homens têm “medo” do diagnóstico de câncer, mas os urologistas enfatizam que a medicina tem evoluído para proporcionar aos pacientes tratamentos menos invasivos e cada vez mais eficazes.
Novidades em exames de imagem são incorporadas ao cotidiano, como a ressonância magnética multiparamétrica, que torna mais precisas as indicações de biópsias, evitando procedimentos desnecessários ou o PET CT com PSMA, que pode rastrear doenças metastáticas de pequeno volume em locais incomuns.
Os tratamentos estão sendo personalizados e, para isso, prioriza-se o maior número de informações sobre o tumor, como: volume; extensão e grau de agressividade do tumor prostático, além de considerar a perspectiva de vida do paciente, doenças associadas, valor do PSA e exames de imagem. Desse modo, evitam-se tratamentos agressivos e desnecessários para doenças de baixo risco de progressão.
Em minha opinião, todos os homens devem ser esclarecidos sobre o câncer da próstata e suas implicações. Jamais podemos deixar de diagnosticá-lo em homens saudáveis e, assim, discutir a melhor opção terapêutica. Deixar o câncer se manifestar espontaneamente é um grande risco e sofrimento para o paciente e sua família, considerando a evolução e potencial agressividade desse tumor.
Dr. Marco Aurélio Lipay é Doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), Titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, Membro Correspondente da Associação Americana e Latino Americano de Urologia e Autor do Livro “Genética Oncológica Aplicada a Urologia”
Fernando Lucchese e José Camargo palestram em workshop de saúde masculina
A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS) realiza, no dia 12 de novembro, o Workshop de Saúde Masculina. Promovido pelo Serviço de Urologia da instituição, chefiado pelo médico urologista Ernani Rhoden, a atividade irá abordar temas amplos e atuais sobre saúde masculina. A programação irá abordar temas relevantes da saúde masculina, presentes na prática diária do médico urologista e não-urologista, promovendo atualização e aperfeiçoamento profissional. Entre os palestrantes do evento, que é direcionado a profissionais da saúde, estão os médicos Fernando Lucchese e José Camargo. Lucchese, cirurgião cardiovascular e diretor médico dos hospitais São Francisco e da Criança Santo Antônio, irá falar sobre as fronteiras éticas e médicas na busca pela longevidade. Já a palestra de Camargo, cirurgião torácico e diretor médico do Hospital Dom Vicente Scherer, será uma análise crítica da atenção médica contemporânea diante da inevitabilidade da morte. Outro destaque da programação é a participação do presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, Dr. Eduardo Neubarth Trindade, que vai falar sobre legalidade e ilegalidade na busca da longevidade e a atuação do Conselho para inibir a má prática e o charlatanismo.A programação completa e as inscrições para a atividade estão disponíveis em www.santacasa.org.br/eventos.
Ressonância Magnética é fundamental para o diagnóstico preciso do câncer de próstata
Após um mês voltado para a conscientização da importância da prevenção do câncer de mama, o Outubro Rosa, agora chega a vez do Novembro Azul. O mês é internacionalmente conhecido por ser dedicado às ações de mobilização relacionadas ao câncer de próstata. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 42 homens morrem por dia em decorrência do câncer de próstata e aproximadamente 3 milhões vivem com a doença. O câncer de próstata é a segunda principal causa de morte por câncer em homens e em relação à incidência, no Brasil, o ele é o segundo mais comum entre eles. Ainda para 2019, estima-se mais de 68 mil novos casos.
Como todos os tipos de câncer o segredo está na conscientização de que o diagnóstico precoce é a chave para um tratamento menos agressivo e a redução dos riscos de mortalidade. Sendo assim, é necessário manter uma regularidade na realização de exames. “O universo masculino ainda alimenta muitos preconceitos em relação à consulta urológica, mais propriamente ao toque retal. Mas, com os exames de imagem cada vez mais tecnológicos, é propiciado aos urologistas maior segurança na condução de seus pacientes e em certos casos (dependendo de um toque retal tranquilizador e níveis de PSA baixos) diminuírem à frequência de tais toques”, afirma Lucilo Maranhão Neto, radiologista com especialização em ressonância magnética.
Mas, ele alerta que, em primeiro lugar, está o exame clínico propriamente dito no consultório do urologista, incluindo o toque retal. Nenhum exame de imagem poderá substituir esta etapa, de fundamental importância para o início da investigação clínica das patologias prostáticas, visto que pode-se ter um pequeno tumor que seja palpado no toque retal sem que haja alteração ainda nos níveis do PSA. Porém, o toque retal também apresenta suas limitações. “Somente a porção posterior e lateral da próstata pode ser palpada. Com o toque, o urologista tem a impressão pessoal da consistência da glândula do seu paciente e se o tumor estiver nas áreas acessíveis ao método. Assim, os exames de imagem tornam-se extremamente importantes na prática clínica urológica e sem os quais o urologista ficaria limitado na avaliação global da próstata”, complementa. Entre os exames de imagem estariam ultrassonografia e ressonância magnética.
O primeiro, como estudo inicial e indiscutivelmente o mais disponível, mais realizado rotineiramente e mais solicitado pelos urologistas, em geral para homens a partir dos 50 anos. Porém, também com suas limitações técnicas por ser um método operador dependente e por não apresentar a sensibilidade desejada na detecção de tumores muito pequenos ou nas áreas cancerosas que ainda não se tornaram uma nodulação bem definida. Tais alterações precoces são muito bem caracterizadas a depender do estágio em que se encontrem pela ressonância magnética, que atualmente tornou-se o grande método diagnóstico de imagem das neoplasias da próstata. Como pontos negativos estão sua acessibilidade ainda restrita para a população em geral e seu relativo alto custo.
Ainda segundo Lucilo Maranhão Neto, atualmente, os urologistas estão solicitando a ‘avaliação multiparamétrica da próstata’ através da ressonância magnética para a detecção precoce do câncer em estágio inicial possibilitando, assim, maior sobrevida e melhor planejamento cirúrgico ao paciente. “Um dos importantes papéis da ressonância é que ela pode ser solicitada antes da biópsia no intuito de sensibilizar e direcionar mais a coleta de material, diminuindo as chances de biópsias falso-negativas”, conclui o radiologista.
Com uma morte a cada 38 minutos, câncer de próstata necessita de atenção constante e proativa
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) sobre o câncer de próstata revelam um quadro preocupante: até o final do ano estima-se que o país terá 68.220 novos casos da doença. Tal número corresponde a sete casos a cada hora, somando 31,7% dos diagnósticos de todos os tipos da doença registrados nacionalmente, fazendo deste o mais incidente entre os homens depois do carcinoma de pele não-melanoma. No âmbito mundial, a tendência é igualmente inquietante, sendo este responsável por 4% das mortes somados todos os tipos de tumores segundo a GLOBOCAN 2018.
O impacto é sentido até mesmo economicamente. Segundo um estudo da Unidade de Inteligência da revista The Economist as perdas apenas no Brasil somaram — em 2015 — mais de um bilhão de dólares não corrigidos pela inflação. Esse horizonte, seja no espectro pessoal ou nacional, não é, como pode parecer, uma sentença, pois o câncer de próstata é um tipo de neoplasia maligna (tumor) com uma perspectiva de cura otimista caso seja identificado rapidamente.
“Pessoas que estejam na faixa de risco, composta por homens acima de 50 anos, com histórico familiar, precisam discutir com seu médico sobre o rastreamento e os exames necessários. Mas, em geral, todos os homens devem fazer acompanhamento anual”, explica o oncologista André Fay, do Grupo Oncoclínicas.
Um dos principais obstáculos na prevenção e detecção desse tumor, e outros que afetam apenas a população do gênero masculino, é exatamente a falta de informação. Uma pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), encomendada pelo Datafolha, indicou que 21% do público masculino acredita que o exame de toque retal “não é coisa de homem”. Considerando aqueles com mais de 60 anos (grupo de risco), 38% disseram não achar o procedimento relevante. Outro dado do IBGE mostrou que aproximadamente 5,7 milhões de homens de 50 anos ou mais realizaram exame físico ou de toque retal nos 12 meses anteriores à pesquisa, equivalendo a apenas 25% dessa faixa de idade.
Por isso a importância de campanhas informativas como a promovida pelo Instituto Oncoclínicas – iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa -, em parceria com a SBU para desmistificar o exame de toque retal. A ação lançada neste mês de Novembro é protagonizada pelo apresentador, ator, roteirista, diretor e escritor Marcelo Tas e tem como foco central a difusão de conhecimento por meio das mídias sociais.
“Precisamos esclarecer à sociedade em geral que o exame de toque retal, essencial para a prevenção e detecção do câncer de próstata em estágios iniciais, não precisa ser um tabu. O teste dura em média sete segundos, é simples, não causa dores ou complicações após sua realização e, acima de tudo, é essencial para uma vida saudável”, explica Bruno Ferrari, presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas e um dos idealizadores da campanha.
Fay concorda e adiciona: a melhor forma de combater esse tipo de preconceito é com a melhoria e a ampliação das informações. “Este é, de longe, o tipo de câncer mais comum entre os homens. O número de mortes também está aumentando e o exame de toque retal, juntamente com o avaliação do PSA, é fundamental para diagnosticar o tumor em estágios iniciais e salvar essas vidas. À medida que os homens saibam, cada vez mais, da sua importância para curar a doença, em caso de diagnóstico, menos preconceito e mais consciência terá”, afirma.
Tumores próximos também deixam homem refém de seu próprio desconhecimento
A falta de autocuidado masculino vai mesmo além das consequências para a próstata, alcançando também partes que, em tese, deveriam receber maior atenção médica: o pênis e os testículos. Ainda que menos prevalentes (2% e 5% dos casos respectivamente), os cânceres peniano e testicular também deixam o homem refém de seu próprio desconhecimento.
O tumor de pênis tem uma relação íntima com fatores que fogem da genética: a falta de uma boa higiene – leia-se não limpar o órgão com a devida atenção – tem uma relação causal direta no número de casos, que são responsáveis por mais de mil amputações todos os anos. Outro fator de risco é infecção – geralmente via relação sexual – por HPV (papilomavírus humano), que hoje é considerado uma epidemia global e está prevalente em 54,6% da população brasileira de 16 a 25 anos.
“É fundamental que o brasileiro entenda que precisa limpar com frequência seus órgãos genitais, com água e sabão, nada muito complexo. E que os meninos também sejam vacinados contra o HPV”, esclarece Andrey Soares, oncologista do CPO/Oncoclínicas e diretor científico da Latin American Cooperative Oncology Group Genitourinary (LACOG – GU).
O câncer testicular, por sua vez, não tem tal correlação com fatores ambientais, mas indica um dado alarmante: a maior incidência ocorre em homens mais jovens, em idades entre 15 e 50 anos. Nessa fase, segundo dados do Ministério da saúde, existe chance de o tumor ser confundido, ou até mesmo mascarado, por um processo inflamatório ou infeccioso envolvendo o testículo. Anualmente morrem cerca de 360 pessoas pela doença, muitas vezes diagnosticadas já em estágios mais graves.
“É importante ampliar as conversas sobre esses tumores também. O de pênis, que pode levar à amputação do órgão, felizmente é raro. A adequada higiene e o uso da camisinha para evitar o contágio do HPV são as melhores formas de prevenção. Mas o câncer de testículo, que atinge homens mais jovens, é altamente curável, um dos tumores mais curáveis dentro da oncologia, principalmente se diagnosticados precocemente. Então, é fundamental que o homem busque um médico sentindo ou percebendo qualquer alteração nos testículos”, diz Fay
Incentivo a uma vida mais saudável e mudança de perspectiva
Uma revisão sistemática e meta-análise de pesquisadores chineses chegou a um quadro mais transparente de que há uma associação – ainda que pequena – entre atividade física e a diminuição de chances de aparecer câncer de próstata. “Ainda que tal estudo não envolva os outros tumores citados anteriormente, o INCA e o Ministério da Saúde concordam que uma rotina de vida saudável, alimentação balanceada e outros pode ajudar na prevenção de diversos tipos de carcinomas”, frisa Andrey.
André Fay assina embaixo. “Este é uma recomendação que vai, é claro, para além do mês de novembro, uma vida saudável, exercícios e boa alimentação, evitar o excesso de álcool, o tabagismo e o sedentarismo são importantes ações que previnem o câncer e também diversas outras doenças”, enfatiza.
A relação mais importante, porém, relacionada aos homens parece ser diagnóstico precoce e o autocuidado proativo e preventivo, algo que não é comum no público masculino, tradicionalmente reticente e orgulhoso para procurar atendimento especializado e compartilhar suas fragilidades. Não à toa, 70% das mulheres comparecem às consultas médicas do parceiro segundo levantamento realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem do Estado de SP.
“Cercados conceitos e preconceitos facilmente quebráveis caso haja interesse e disposição, tipos de câncer como próstata, pênis e testículo necessitam, além do acompanhamento médico, de uma mudança de perspectiva por parte dos homens”, reforça Ferrari.
Oncoclínicas e SBU unidos no combate ao câncer de próstata
Com o mote “São só sete segundos”, a ação do Instituto Oncoclínicas com a SBU traz Marcelo Tas como porta-voz de um vídeo educativo com o objetivo de estimular a população masculina a realizar o exame clínico de toque retal, principal ferramenta clínica de avaliação da próstata. Além disso, a ação incentiva o acompanhamento contínuo da saúde com outros testes complementares e atenção a quaisquer sinais de alerta que indiquem possibilidade da doença.
“A maior barreira é esse homem entender os cuidados que ele precisa ter sempre, como se observar e ir ao médico com frequência para acompanhamento de qualquer alteração. É papel dos profissionais de saúde e entidades do segmento estimular acesso à informação clara e objetiva para que a população em geral busque o acompanhamento médico preventivo periodicamente”, finaliza o oncologista Bruno Ferrari.
Pesquisa do Instituto Lado a Lado pela Vida traz dados inéditos sobre a saúde do homem brasileiro
O Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), criador da campanha Novembro Azul no Brasil, divulga dados exclusivos da pesquisa “Um Novo Olhar para a Saúde do Homem”, realizada em parceria com a área de Inteligência de Mercado do Grupo Abril, que mostra o comportamento do homem brasileiro em relação à sua saúde. Um dado inédito chama atenção na pesquisa: os homens estão emocionalmente fragilizados, pois sentem ansiedade (63%), tristeza (46%) e depressão (23%).
Esses resultados mostram o fardo dos problemas de ordem psicológica e emocional na vida dos homens, o que também influencia a saúde em geral, já que 37% dos entrevistados com até 39 anos e 20% daqueles com 40 ou mais admitem só procurar um médico quando se sentem mal.
A questão financeira e a falta de disponibilidade nos postos de saúde são os principais obstáculos apontados, seguidos de perto pela impressão de que, ao se sentir bem, não há necessidade de ir ao médico. “Essa ilusão preocupa ainda mais se levarmos em conta que 23% dos respondentes dizem substituir uma consulta por uma pesquisa na internet com certa frequência”, afirma Marlene Oliveira, presidente e fundadora do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Outro ponto preocupante mostrado na pesquisa está relacionado à prevenção do câncer de próstata, que é o segundo de maior incidência entre os homens, mas que ao mesmo tempo tem índice de cura em torno de 90% para quem o identifica precocemente. Entre os homens com mais de 40 anos, quase metade não têm o hábito de ir ao urologista, percentual que se eleva para 54% no Sul do país. Entre os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), 58% não vai ao urologista, dado já esperado, considerando que a consulta com o especialista no SUS é feita somente com o encaminhamento após o primeiro contato do usuário na rede pública, que é feito pelo clínico geral.
Um dado positivo da pesquisa foi confirmar que a Campanha Novembro Azul, idealizada pelo LAL em 2011, é conhecida por 94% dos entrevistados: 24% afirmam estar mais atentos com a saúde e 8% começaram a fazer exames regularmente. Desde o início, o objetivo da campanha Novembro Azul é o de informar os homens sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata e o resultado do estudo mostrou que houve uma mudança de comportamento e alguns homens passaram a tomar as rédeas de sua saúde.
“Entretanto, muitos ainda demonstram uma resistência quase natural para fazer exames de rotina ou mesmo diagnosticar algum problema alertado por um sintoma”, diz Marlene.
Paciente com câncer de próstata precisa estar alerta para o risco de doença cardiovascular
Em 2017, mais de 15 mil homens morreram de câncer de próstata segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ainda de acordo com a instituição, para 2019, a expectativa é de pelo menos mais 68 mil novos casos. Estima-se que entre 27 a 34% deles venha a óbito por conta de complicação cardiovascular, a causa de morte não-oncológica mais comum nesses homens. Por isso, além dos cuidados com os hábitos de vida saudáveis, é importante estar atento aos sinais de doenças cardíacas.
A cardiologista e vice-presidente do Grupo de Estudos Brasileiro de Cardio-oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Ariane Vieira Scarlatelli Macedo, alerta para a necessidade de médicos e pacientes atentarem-se sobre a possibilidade de ocorrência de eventos cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, por exemplo) durante e após o tratamento do câncer de próstata.
O câncer de próstata afeta principalmente homens com mais de 65 anos e a doença cardiovascular normalmente coexiste com o tumor nesses pacientes. “Por esse motivo, o tratamento do câncer de próstata pede um olhar multidisciplinar, que idealmente deve ser realizado em conjunto pelo cardiologista e o oncologista”, explica a especialista.
O tipo de tratamento escolhido para o câncer de próstata depende da gravidade do câncer e deve levar em conta essa avaliação. Por esse motivo, o diagnóstico precoce é tão importante. É sabido que alguns tratamentos como terapias hormonais aumentam o risco de novos eventos cardiovasculares para os pacientes. Nesse cenário, discutir com o médico sobre doenças cardiovasculares pré-existentes ou fatores de risco é extremamente necessária. “Conhecendo o histórico de cada paciente, a equipe médica vai identificar o melhor tratamento para o câncer, oferecendo segurança também para o sistema cardiovascular”, completa a cardio-oncologista.
A especialista explica abaixo em detalhes o que é o câncer de próstata e como é feito o diagnóstico da doença:
A doença
A próstata é uma glândula que só o homem possui e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). O órgão envolve a porção inicial da uretra, canal por onde a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz a secreção prostática que faz parte do sêmen ou esperma.
O crescimento desordenado de células malignas na próstata leva ao surgimento do tumor maligno de próstata. Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.
Diagnóstico
A suspeita do câncer de próstata pode ser feita com a combinação de dois exames: dosagem de PSA (exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico) e o toque retal (como a glândula fica em frente ao reto, o exame permite ao médico palpar a próstata e perceber se há nódulos suspeitos). Apesar de incômodo, cerca de 18% dos casos de câncer só conseguem ser detectados pelo toque retal, uma vez que nesses casos o exame de sangue é normal. Nenhum dos dois exames tem 100% de precisão. Por isso, podem ser necessários testes complementares.
A biópsia da próstata é o único procedimento capaz de confirmar o câncer. A retirada de amostras de tecido da glândula para análise é feita com auxílio da ultrassonografia. Outros exames de imagem também podem ser solicitados.
“Histórico familiar aumenta até 10 vezes a possibilidade de câncer de próstata”, diz especialista
O momento em que é entregue o diagnóstico do câncer para o paciente, geralmente, é tenso e cheio de sentimentos apreensivos. E agora, qual será o próximo passo?! É exatamente por isso que muitas pessoas se sentem inseguras na hora de realizar algum tipo de exame preventivo, por terem medo de obter o resultado de uma doença um pouco mais séria, como é o caso do câncer de próstata.
No Brasil, esse tipo de câncer é o mais incidente nos homens de todas as regiões, excluindo o de pele não melanoma, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). É estimado que, apenas em 2019, sejam diagnosticados mais de 68 mil casos dessa patologia.
Novembro Azul e a conscientização
Com esses altos índices, é essencial que a apreensão seja deixada de lado para realizar todos os exames necessários. Pensando nisso, foi criada a campanha Novembro Azul, ação apoiada por diversas instituições em prol da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata e de outras doenças mais comum entre os homens.
“No caso do câncer de próstata, em particular, a conscientização é importante porque a doença não é visível e não causa dor, sangramento ou outros sofrimentos, até que já esteja em um estado muito avançado”, alerta a Drª Luciana Schultz, médica patologista da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
É importante ressaltar ainda que os homens com histórico familiar de câncer de próstata precisam ficar mais atentos para realizarem um diagnóstico precoce, uma vez que segundo a Drª Katia Leite, presidente eleita da SBP, “a presença familiar aumenta de 5 a 10 vezes a possibilidade de câncer de próstata”.
Sinais de atenção
Apesar de não gerar qualquer tipo de sintoma, o câncer de próstata faz com que haja alguns sinais no corpo, como o endurecimento de regiões da próstata ao tocá-la (toque retal) e aumento dos níveis de Antígeno Específico da Próstata (PSA) – proteína prostática, que quanto maior for, elevado é o risco de câncer na região – no sangue. Ao haverem esses pontos, é realizada a biópsia pelo médico patologista para avaliar se o paciente tem câncer ou não.
“A biópsia possibilita ainda a identificação de seu potencial de agressividade. Hoje, após uma primeira biópsia negativa, quando há persistência da suspeita do câncer, indica-se a realização da ressonância magnética multiparamétrica”, ressalta a Drª Katia, completando que se a ressonância identificar alterações sugestivas de câncer, principalmente aqueles com maior potencial de agressividade, a biópsia será refeita com uma representação maior de fragmentos.
Importância do patologista
Uma vez que a biópsia é tão importante para apontar a existência do câncer, é de extrema necessidade ter um bom patologista para realizá-la.
“O patologista entra em cena toda vez que sua equipe oncológica decide por uma biópsia. Ele tem a expertise para processar os fragmentos retirados de forma a potencializar as informações que o tecido pode oferecer”, conta a Drª Luciana, informando que caso haja qualquer tipo de dúvida na análise do procedimento, o médico patologista pode realizar a técnica imuno-histoquímica, que aumenta a precisão da análise.
Como é esse médico que define o grau do câncer entre 5 níveis de agressividade, por meio de seu laudo que é definido pelo urologista ou oncologista as melhores opções de cura, que podem ser a cirurgia, hormonioterapia, quimioterapia, radioterapia, entre outros.
Medicina nuclear pode identificar precocemente câncer de próstata e metástases
Ao longo do mês de novembro, ocorre o movimento Novembro Azul, responsável por disseminar a grande importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo é o segundo mais comum entre os homens no Brasil. A saber, alguns desses tumores podem crescer rapidamente, afetar outros órgãos e até levar à morte. No país, este câncer nos homens só tem menos incidência do que o câncer de pele não-melanoma.
Atualmente, a tecnologia tem sido a maior aliada para a detecção precoce do câncer de próstata, bem como para a escolha do melhor tratamento – o que aumenta, de forma considerável, as chances de cura dos pacientes.
Ainda pouco conhecida pelos brasileiros, a Medicina Nuclear utiliza pequenas quantidades de radiação, tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento de diversas doenças – entre elas, o câncer de próstata.
Como funciona
A modalidade é capaz de analisar a anatomia dos órgãos e mostrar como eles funcionam, em tempo real.
“A Medicina nuclear conta com um exame que mostra a extensão do câncer e localiza possíveis metástases, antes mesmo que ele provoque alterações anatômicas ou mesmo em alterações nos níveis de PSA muito precoces”, comenta o médico nuclear e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, George Barberio Coura Filho – responsável clínico da Dimen SP.
Além de auxiliar no reconhecimento, esse tipo de medicina também é essencial para tratamentos ainda mais antecipados e precisos, já que serve como instrumento de aplicação endovenosa das medicações específicas para cada caso.
Novembro Azul alerta para prevenção do câncer de próstata, o 2º mais comum entre os homens
Depois de o Outubro Rosa alertar as mulheres para os perigos do câncer de mama, o Novembro Azul chega para conscientizar os homens da importância da prevenção ao câncer de próstata. Afinal, trata-se de uma doença que teve mais de 65 mil casos registrados no ano passado apenas no Brasil.
De acordo com números divulgados pelo Ministério da Saúde, a estimativa é de que 68.220 novos casos de câncer de próstata tenham sido diagnosticados no Brasil em 2018. Tais valores correspondem a um risco estimado de 66,12 casos a cada 100 mil homens.
Com alta incidência e relação direta com o aumento da expectativa de vida da população masculina, o câncer de próstata foi também o segundo mais comum entre os homens no Brasil em 2018, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, e o segundo que mais matou em 2017, com 15.391 óbitos, enquanto traqueia, brônquios e pulmões teve 16.137 casos.
Preconceito com o exame ainda é obstáculo para diagnóstico
Para diminuir tais números, é importante acabar com o tabu em torno do exame de toque, que é necessário para detectar qualquer alteração na próstata. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, esse exame “é parte fundamental da avaliação prostática, servindo também para auxiliar na decisão da melhor forma de tratamento, caso o câncer esteja presente”.
Vale salientar, porém, que o câncer de próstata é diagnosticado exclusivamente por meio da biópsia do órgão. Para realizá-la, o médico precisa levar em consideração alguns fatores, entre eles o exame de toque retal e também o nível do Antígeno Prostático Específico (PSA, na sigla em inglês), uma proteína produzida pelo tecido prostático.
O especialista Dr. Amir Jamil Karam, da Care Plus, explica que o câncer de próstata não tem sintomas em sua fase inicial, e não há nada específico a ser feito para sua prevenção. “Apenas a detecção precoce, através de uma consulta anual, já basta. Todo homem, a partir dos 40 anos, deve procurar um urologista para avaliação”, comenta. O tratamento é individualizado, dependendo da idade do paciente e estágio que a doença foi diagnosticada.
Ainda segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, o início da avaliação do risco de câncer de próstata começa aos 50 anos. Entre homens negros, obesos mórbidos ou com parentes de primeiro grau que já tiveram a doença, como o risco da doença é maior, os exames deverão ser realizados a partir dos 45 anos.
Com uma morte a cada 38 minutos, câncer de próstata necessita de atenção constante e proativa
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) sobre o câncer de próstata revelam um quadro preocupante: até o final do ano estima-se que o biênio 2018-2019 terá 68.220 novos casos da doença. Tal número corresponde a sete casos a cada hora, somando 31,7% dos diagnósticos de todos os tipos da doença registrados no país, fazendo deste o mais incidente entre os homens depois do carcinoma de pele não-melanoma. No âmbito mundial, a tendência é igualmente inquietante, sendo este responsável por 4% das mortes somados todos os tipos de tumores segundo a GLOBOCAN 2018.
O impacto é sentido até mesmo economicamente. Segundo um estudo da Unidade de Inteligência da revista The Economist as perdas apenas no Brasil somaram – em 2015 – mais de um bilhão de dólares não corrigidos pela inflação. Esse horizonte, seja no espectro pessoal ou nacional, não é, como pode parecer, uma sentença, pois o câncer de próstata é um tipo de neoplasia maligna (tumor) com uma perspectiva de cura otimista caso seja identificado rapidamente.
“Pessoas que estejam na faixa de risco, composta por homens acima de 50 anos, com histórico familiar, precisam discutir com seu médico sobre o rastreamento e os exames necessários. Mas, em geral, todos os homens devem fazer acompanhamento anual”, explica André Fay, oncologista do Grupo Oncoclínicas no Rio Grande do Sul.
Um dos principais obstáculos na prevenção e detecção desse tumor, e outros que afetam apenas a população do gênero masculino, é exatamente a falta de informação. Uma pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), encomendada pelo Datafolha, indicou que 21% do público masculino acredita que o exame de toque retal “não é coisa de homem”. Considerando aqueles com mais de 60 anos (grupo de risco), 38% disseram não achar o procedimento relevante. Outro dado do IBGE mostrou que aproximadamente 5,7 milhões de homens de 50 anos ou mais realizaram exame físico ou de toque retal nos 12 meses anteriores à pesquisa, equivalendo a apenas 25% dessa faixa de idade.
Fay adiciona: a melhor forma de combater esse tipo de preconceito é com a melhoria e a ampliação das informações. “Este é, de longe, o tipo de câncer mais comum entre os homens. O número de mortes também está aumentando e o exame de toque retal, juntamente com o avaliação do PSA, é fundamental para diagnosticar o tumor em estágios iniciais e salvar essas vidas. À medida que os homens saibam, cada vez mais, da sua importância para curar a doença, em caso de diagnóstico, menos preconceito e mais consciência terá”, afirma.
Estimativa de novos casos no Rio de Janeiro é de 6,95 mil
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa de novos casos de câncer de próstata (2018) no estado do Rio de Janeiro é de 6,95 mil, correspondendo a cerca de 10% do total de casos estimados para todo o país em 2018. O oncologista ressalta que disseminar para toda a população sintomas, formas de prevenção e fatores de risco pode fazer a diferença na redução do número de novos casos.
“Sinais como sangue na urina, sensação de bexiga não completamente vazia e dificuldade de urinar são os mais comuns e apontam para a presença de tumores na próstata. Por isso, todos os homens, principalmente os acima de 40 anos, devem conhecer esses sintomas. Também é essencial saber que a qualidade de vida, o que inclui uma dieta saudável, prática de exercícios regulares e manutenção do peso corporal, é uma poderosa arma de prevenção do câncer”, diz Dr. Carlos de Andrade, diretor da Oncoclínicas Rio de Janeiro.
Tumores próximos também deixam homem refém de seu próprio desconhecimento
A falta de autocuidado masculino vai mesmo além das consequências para a próstata, alcançando também partes que, em tese, deveriam receber maior atenção médica: o pênis e os testículos. Ainda que menos prevalentes (2% e 5% dos casos respectivamente), os cânceres peniano e testicular também deixam o homem refém de seu próprio desconhecimento.
O tumor de pênis tem uma relação íntima com fatores que fogem da genética: a falta de uma boa higiene – leia-se não limpar o órgão com a devida atenção – tem uma relação causal direta no número de casos, que são responsáveis por mais de mil amputações todos os anos. Outro fator de risco é infecção – geralmente via relação sexual – por HPV (papilomavírus humano), que hoje é considerado uma epidemia global e está prevalente em 54,6% da população brasileira de 16 a 25 anos.
O câncer testicular, por sua vez, não tem tal correlação com fatores ambientais, mas indica um dado alarmante: a maior incidência ocorre em homens mais jovens, em idades entre 15 e 50 anos. Nessa fase, segundo dados do Ministério da saúde, existe chance de o tumor ser confundido, ou até mesmo mascarado, por um processo inflamatório ou infeccioso envolvendo o testículo. Anualmente morrem cerca de 360 pessoas pela doença, muitas vezes diagnosticadas já em estágios mais graves.
“É importante ampliar as conversas sobre esses tumores também. O de pênis, que pode levar à amputação do órgão, felizmente é raro. A adequada higiene e o uso da camisinha para evitar o contágio do HPV são as melhores formas de prevenção. Mas o câncer de testículo, que atinge homens mais jovens, é altamente curável, um dos tumores mais curáveis dentro da oncologia, principalmente se diagnosticados precocemente. Então, é fundamental que o homem busque um médico sentindo ou percebendo qualquer alteração nos testículos”, diz Fay.
Incentivo a uma vida mais saudável e mudança de perspectiva
Uma revisão sistemática e meta-análise de pesquisadores chineses chegou a um quadro mais transparente de que há uma associação – ainda que pequena – entre atividade física e a diminuição de chances de aparecer câncer de próstata. Ainda que tal estudo não envolva os outros tumores citados anteriormente, o INCA e o Ministério da Saúde concordam que uma rotina de vida saudável, alimentação balanceada e outros pode ajudar na prevenção de diversos tipos de carcinomas
André Fay assina embaixo: “Este é uma recomendação que vai, é claro, para além do mês de novembro, uma vida saudável, exercícios e boa alimentação, evitar o excesso de álcool, o tabagismo e o sedentarismo são importantes ações que previnem o câncer e também diversas outras doenças”, enfatiza.
A relação mais importante, porém, relacionada aos homens parece ser diagnóstico precoce e o autocuidado proativo e preventivo, algo que não é comum no público masculino, tradicionalmente reticente e orgulhoso para procurar atendimento especializado e compartilhar suas fragilidades. Não à toa, 70% das mulheres comparecem às consultas médicas do parceiro segundo levantamento realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem do Estado de SP.
Avanços em diagnóstico e tratamentos contribuem para o combate ao câncer de próstata
O câncer de próstata ainda é um tema difícil para muitos homens, mas a divulgação da importância da prevenção, somada aos avanços em diagnósticos e em tratamentos vem contribuindo para reverter este cenário.
Testes genéticos, radioterapias e cirurgias menos invasivas são algumas formas de combater a doença que é a segunda mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma) na área oncológica. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), para cada ano do biênio 2018-2019 O Brasil registrará mais de 68 mil casos novos de câncer de próstata.
O aumento de expectativa de vida é um dos fatores para essa elevação de taxa de incidência. O câncer de próstata é considerado uma doença da terceira idade, uma vez que aproximadamente 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. “Este é um cenário real, assim como todos os avanços no combate que temos hoje, como o uso da robótica na urologia. Como a pelve é uma região de difícil acesso, ter a visão ampliada e tridimensional ajuda muito na retirada do tumor e no pós-operatório do paciente”, explica o Dr. Paulo Maron, urologista do Leforte Oncologia.
Além da cirurgia, a radioterapia, que apresenta bons resultados, está próxima de uma nova etapa. De acordo com o Dr. Daniel Grabarz, coordenador do Serviço de Radioterapia do Hospital Leforte, esse tipo de tratamento já conta com um número reduzido de sessões em pacientes com tumores de próstata, que passou de 39 para 20 aplicações. Além disso, com a radiação focada somente na região do tumor, é possível que o número de sessões seja diminuído para apenas cinco.
“Nos Estados Unidos, já estão sendo feitos protocolos da radioterapia esteriotáxica extracraniana (SBRT) com esta redução de sessões. Em breve, deveremos ter este serviço aos nossos pacientes”, explica.
Os testes genéticos permitem outra forma de prevenção e combate precoce à doença. Apesar de pouco difundido, o acesso e a procura por esses exames vem aumentando. “Além do envelhecimento, a obesidade e a exposição a substâncias tóxicas, como derivados do petróleo, fuligem e poluentes gerados pelos carros, são fatores de risco para o câncer de próstata, assim como pai ou irmãos acometidos pela doença”, explica a Dra. Thereza Cavalcanti, médica geneticista especialista em oncogenética do Hospital Leforte.
Nos casos mais agressivos ou que se espalham para outros órgãos, recomendam-se os testes genéticos. A proteína BRCA2, por exemplo, é importante para reparar as moléculas de DNA danificadas, evitando o surgimento de tumores. Quando o gene BRCA2 está alterado, aumentam-se as chances de ocorrer câncer de próstata e de pâncreas nos homens; e de mama e de ovários, nas mulheres. “O exame é feito com amostra de sangue ou de saliva, e pode indicar tanto os órgãos com mais risco para o desenvolvimento de câncer, quanto orientar exames preventivos mais adequados ao paciente e a seus filhos”, reforça.
Debate aborda diferenças de gênero na insuficiência cardíaca
A Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo (SP), recebe, em 6 de novembro, às 19h, um debate especial em torno do tema: Outubro Rosa e Novembro Azul – homens e mulheres sofrem igualmente de doenças cardíacas?
Promovido pela Rede Brasileira de Insuficiência Cardíaca (REBRIC), o evento reunirá um time de cardiologistas em uma discussão sobre uma doença que acomete mais de 26 milhões de pessoas no mundo e mata quase 3 vezes mais do que alguns tipos de cânceres, como o de próstata e o de mama.
Com a participação das médicas cardiologistas Fabiana G. Marcondes Braga e Sabrina Bernardez Pereira, além do Presidente da Rede Brasileira de Insuficiência Cardíaca (REBRIC), Dr. Manoel Canesin, o debate marca ainda o lançamento do livro As Histórias de Adriano, escrito pelo médico cardiologista Marco Antônio Fabiani.
O livro traz histórias de mudanças e de superação envolvendo pacientes com insuficiência cardíaca. “Desesperanças transformadas em esperanças comovem e nos mostram pequenos milagres. Médicos presenciam isso no seu cotidiano”, revela o autor. O livro “concilia o conhecimento técnico e compreensão leiga, com informação da melhor qualidade de forma simples e, por que não dizer, lúdica, aos nossos pacientes”, afirma Fabiani.
Após o debate, serão distribuídos exemplares autografados do livro “As Histórias de Adriano”. “Este livro é uma visão dos múltiplos lados da Doença do Coração Fraco que sim, tem seu lado triste da dor e sofrimento. Entretanto, tem também seu lado feliz, de aprendizado, da vida, do crescimento, da compaixão e da arte, participação, doação e esforços de cada um de nós, junto à prevenção e ao cuidado das pessoas que convivem com ela” afirma Manoel Fernandes Canesin que, ao lado do médico cardiologista Salvador Rassi, é responsável pela edição do livro.
“Com a Rede Brasileira de Insuficiência Cardíaca (REBRIC) e este livro, queremos deixar na memória de todos boas razões para olharmos para a Doença do Coração Fraco e ajudarmos a unir todos corações brasileiros a enfrentarem este desafio, não só com muita emoção e ternura, mas com muita ação técnica, necessária para mudar de forma exponencial o destino das pessoas que possam ter ou já vivem com a doença”, completa.
Marcelo Tas estrela campanha para incentivar cuidado com a saúde masculina no Novembro Azul
Com o mote “São só sete segundos”, a ação do Instituto Oncoclínicas em conjunto com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) para promover o Novembro Azul traz o jornalista e comunicador Marcelo Tas como porta-voz de um vídeo educativo com o objetivo de estimular a população masculina a realizar o exame clínico de toque retal, principal ferramenta clínica de avaliação da próstata. A ação também incentiva o acompanhamento contínuo da saúde com outros testes complementares e atenção a quaisquer sinais de alerta que indiquem possibilidade da doença.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) sobre o câncer de próstata revelam um quadro preocupante: até o final do ano estima-se que o biênio 2018-2019 terá 68.220 novos casos da doença. Tal número corresponde a sete casos a cada hora, somando 31,7% dos diagnósticos de todos os tipos da doença registrados no país, fazendo deste o mais incidente entre os homens depois do carcinoma de pele não-melanoma. No âmbito mundial, a tendência é igualmente inquietante, sendo este responsável por 4% das mortes somados todos os tipos de tumores segundo a GLOBOCAN 2018.
Um dos principais obstáculos na prevenção e detecção desse tumor, e outros que afetam apenas a população do gênero masculino, é exatamente a falta de informação. Uma pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), encomendada pelo Datafolha, indicou que 21% do público masculino acreditam que o exame de toque retal “não é coisa de homem”. Considerando aqueles com mais de 60 anos (grupo de risco), 38% disseram não achar o procedimento relevante. Outro dado do IBGE mostrou que aproximadamente 5,7 milhões de homens de 50 anos ou mais realizaram exame físico ou de toque retal nos 12 meses anteriores à pesquisa, equivalendo a apenas 25% dessa faixa de idade.
Por isso, a importância de campanhas informativas como a promovida pelo Instituto Oncoclínicas – iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa -, em parceria com a SBU para desmistificar o exame de toque retal. A ação lançada neste mês de Novembro é protagonizada pelo apresentador, ator, roteirista, diretor e escritor Marcelo Tas e tem como foco central a difusão de conhecimento por meio das mídias sociais.
“Precisamos esclarecer à sociedade em geral que o exame de toque retal, essencial para a prevenção e detecção do câncer de próstata em estágios iniciais, não precisa ser um tabu. O teste dura em média sete segundos, é simples, não causa dores ou complicações após sua realização e, acima de tudo, é essencial para uma vida saudável”, explica Bruno Ferrari, presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas e um dos idealizadores da campanha.
Universalização dos sintomas e fatores de risco como medidas preventivas
O oncologista Dr. Carlos de Andrade, diretor da Oncoclínicas Rio de Janeiro, ressalta que disseminar para toda a população sintomas, formas de prevenção e fatores de risco pode fazer a diferença na redução do número de novos casos.
“Sinais como sangue na urina, sensação de bexiga não completamente vazia e dificuldade de urinar são os mais comuns e apontam para a presença de tumores na próstata. Por isso, todos os homens, principalmente os acima de 40 anos, devem conhecer esses sintomas. Também é essencial saber que a qualidade de vida, o que inclui uma dieta saudável, prática de exercícios regulares e manutenção do peso corporal, é uma poderosa arma de prevenção do câncer”, diz Andrade.
Confira o vídeo da Campanha:
Exame genético faz diagnóstico de câncer de próstata e reduz em 30% o número de biópsias
São estimados 68 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil em 2019, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma), sendo o responsável por cerca de 15 mil óbitos em 2017. Mundialmente, o mês de novembro reforça a importância de exames que detectem esse tipo de câncer em fase precoce. O laboratório Delboni Auriemo, que integra a Dasa, oferece, entre os exames que auxiliam no diagnóstico da doença, o teste PHI (Prostate Health Index), que, associado a dosagens de PSA (Antígeno Prostático Específico), reduz em 30% as biópsias desnecessárias.
De acordo com Gustavo Campana, diretor médico da Dasa -, o exame PHI é complementar ao PSA total e livre. “O PSA é um exame de sangue solicitado pelos especialistas no início da investigação médica e avalia a quantidade específica de moléculas produzidas pela próstata. O aumento de sua concentração pode determinar a presença de um tumor maligno”, explica. No entanto, ele pondera que o PSA, isoladamente, retorna um número alto de diagnósticos falso-positivos, cujos pacientes são encaminhados para a biópsia, procedimento desconfortável e invasivo. “Quando o PHI é inserido nesta investigação junto com o PSA, ele analisa uma terceira molécula que está mais ligada aos tumores malignos; como consequência, há maior precisão no diagnóstico e a redução de biópsias desnecessárias,” completa Campana.
O PHI é três vezes mais específico para câncer de próstata do que o PSA isolado e, ainda, esse exame genético é capaz de classificar apropriadamente os pacientes com probabilidades baixa, moderada e alta de risco de câncer de próstata. “O PSA serve como teste de triagem junto com o exame de toque e, quando o PSA aponta de 2 a 10 ng/ML, indica-se o PHI para um diagnóstico mais certeiro”, esclarece.
O câncer de próstata pode estar relacionado com o histórico familiar, idade e obesidade. Segundo o INCA, homens acima de 65 anos são os mais diagnosticados com o tumor. De acordo com o Ministério da Saúde, este tipo de câncer geralmente tem evolução lenta e não ameaça a vida do homem. Porém, em alguns casos, pode ocorrer o efeito metástase, fazendo com que o tumor cresça rapidamente e se espalhe para outros órgãos.
É importante, ainda, manter uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, além de diminuir o consumo de alimentos ricos em gordura – principalmente os de origem de animal. Praticar atividades físicas, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e não fumar são hábitos que também ajudam a prevenir o câncer. “Em alguns casos, principalmente nos estágios iniciais, a doença é assintomática. Porém, os homens devem estar atentos aos sintomas, como as manifestações ligadas à urina, por exemplo sangue, dificuldade e diminuição do jato. Os pacientes devem sempre procurar um urologista e, se for o caso, iniciar a investigação da doença com os exames de rastreio”, finaliza Campana.
Diariamente 42 homens morrem de câncer de próstata no Brasil
Dia 17 de novembro é o Dia Mundial de Combate ao Câncer da Próstata. Por esse motivo, o mês de novembro é também conhecido como “Novembro Azul”, destinado à conscientização mundial sobre esse tipo de câncer. A doença é a segunda maior causa de morte por câncer no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam que os números de diagnóstico desse tipo de câncer devem ultrapassar os 68 mil este ano.
Segundo o Instituto Oncoguia, 1 a cada 9 homens será diagnosticado com a doença durante a vida. Cerca de 6 em cada 10 casos são diagnosticados em homens com mais de 65 anos, sendo raro antes dos 40 anos. Por isso, o diagnóstico precoce da doença é tão importante. Segundo o Dr. Aier Adriano Costa, coordenador da equipe médica do Docway, o diagnóstico rápido da doença faz com que o tratamento seja eficaz em 9 entre 10 casos. “Quanto mais consciência os homens tiverem da doença e de como diagnosticá-la e preveni-la, maiores são as chances de cura e sucesso no tratamento, por isso campanhas como essa são tão importantes”, comenta.
A doença em estágio inicial normalmente não causa algum tipo de sintoma, mas em casos avançados, a pessoa pode apresentar fluxo urinário fraco ou interrompido, impotência, sangue no líquido seminal, franqueza ou dormência nas pernas e pés, dor ou ardor durante o xixi e até perda do controle da bexiga. Ainda segundo o especialista, justamente por não apresentar sintomas relevantes em estágio inicial é que existe essa importância da realização de exames periódicos.
Quanto à prevenção, deve-se ficar atento não só aos fatores de risco como a idade e o histórico familiar, a incidência de casos da doença é reduzida quando o homem adota medidas simples em seu dia a dia. Uma dieta saudável e a prática de exercícios são fundamentais para quem quer manter-se longe das doenças. “Quando me refiro a hábitos saudáveis, não estou dizendo que o homem precise virar um atleta, se ele praticar exercícios de intensidade moderada por 150 minutos durante a semana, aliando isso a uma dieta mais equilibrada que inclua antioxidantes, dentre eles o selênio, vitamina E e o licopeno. Já terá grandes resultado”, completa o especialista.
Exame associado ao PSA pode reduzir em até 30% número de biópsias desnecessárias
São estimados 68 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil em 2019, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma), sendo o responsável por cerca de 15 mil óbitos em 2017. Mundialmente, o mês de novembro reforça a importância de exames que detectem esse tipo de câncer em fase precoce. O laboratório Delboni Auriemo, que integra a Dasa, oferece, entre os exames que auxiliam no diagnóstico da doença, o teste PHI (Índice de Saúde Prostática – Prostate Health Index), que, associado a dosagens de PSA (Antígeno Prostático Específico), pode reduzir em até 30% as biópsias desnecessárias.
De acordo com Gustavo Campana, diretor médico da Dasa -, o exame PHI é complementar ao PSA total e livre. “O PSA é um exame de sangue solicitado pelos especialistas no início da investigação médica e avalia a quantidade específica de moléculas produzidas pela próstata. O aumento de sua concentração pode determinar a presença de um tumor maligno”, explica. No entanto, ele pondera que o PSA, isoladamente, retorna um número alto de diagnósticos falso-positivos, cujos pacientes são encaminhados para a biópsia, procedimento desconfortável e invasivo. “Quando o PHI é inserido nesta investigação junto com o PSA, ele analisa uma terceira molécula que está mais ligada aos tumores malignos; como consequência, há maior precisão no diagnóstico e a redução de biópsias desnecessárias,” completa Campana.
O PHI é três vezes mais específico para câncer de próstata do que o PSA isolado e, ainda, é capaz de classificar apropriadamente os pacientes com probabilidades baixa, moderada e alta de risco de câncer de próstata. “O PSA serve como teste de triagem junto com o exame de toque e, quando o PSA aponta de 2 a 10 ng/ML, indica-se o PHI para um diagnóstico mais certeiro”, esclarece.
O câncer de próstata pode estar relacionado com o histórico familiar, idade e obesidade. Segundo o INCA, homens acima de 65 anos são os mais diagnosticados com o tumor. De acordo com o Ministério da Saúde, este tipo de câncer geralmente tem evolução lenta e não ameaça a vida do homem. Porém, em alguns casos, pode ocorrer o efeito metástase, fazendo com que o tumor cresça rapidamente e se espalhe para outros órgãos.
É importante, ainda, manter uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, além de diminuir o consumo de alimentos ricos em gordura – principalmente os de origem de animal. Praticar atividades físicas, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e não fumar são hábitos que também ajudam a prevenir o câncer. “Em alguns casos, principalmente nos estágios iniciais, a doença é assintomática. Porém, os homens devem estar atentos aos sintomas, como as manifestações ligadas à urina, por exemplo sangue, dificuldade e diminuição do jato. Os pacientes devem sempre procurar um urologista e, se for o caso, iniciar a investigação da doença com os exames de rastreio”, finaliza Campana.
Artigo – Câncer de próstata é o tumor mais comum entre homens com mais de 50 anos
Novembro é o mês de conscientização sobre cuidados integrais com a saúde do homem. Além da saúde mental, é destacado o cuidado também com doenças crônicas (diabetes, hipertensão), infecções sexualmente transmissíveis e, principalmente, o câncer de próstata.
O câncer de próstata é o tumor mais comum entre homens com mais de 50 anos. A doença, responsável por 10% de todas as mortes provocadas por câncer em pacientes masculinos, afeta a glândula que produz os nutrientes e fluídos que constituem o esperma, situada logo abaixo da bexiga e à frente do reto.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, só neste ano, sejam diagnosticados 68.220 novos casos de câncer de próstata no Brasil. Ao longo da vida de um homem, há um crescimento natural do tamanho e da quantidade de células da próstata. Porém, este crescimento pode se descontrolar em algum momento da vida.
O câncer se instala numa área qualquer da glândula e, à medida que aumenta, ocupa lentamente seus lobos, até futuramente chegar aos tecidos ao seu redor, incluindo as vesículas seminais. A doença evolui de maneira silenciosa, sem nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata. Dentre eles: necessidade de urinar mais vezes no decorrer do dia, dificuldade de urinar, diminuição do jato de urina e até sangue na urina.
Na fase avançada, quando o tratamento também já se torna mais difícil, os sintomas são piores. Além dos sintomas urinários já mencionados, provoca dor óssea, infecção generalizada ou até insuficiência renal.
Entre os fatores de risco estão a idade (mais de 50 anos), histórico familiar, excesso de gordura corporal e conviver em ambientes onde se está exposto às chamadas “aminas aromáticas”, comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de metais. Outras substâncias perigosas são o arsênio (conservante de madeira e agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas.
É sempre importante destacar como cuidados essenciais à saúde: a manutenção de uma alimentação saudável, evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas, além de praticar atividades físicas. E fazer exames médicos completos regularmente, para identificar alterações no organismo. Atitudes simples que promovem bem-estar e ajudam a manter mente e corpo em perfeito funcionamento.
Caio César Cintra é urologista no hospital HSANP. É Prof. assistente da disciplina de urologia da Faculdade de Medicina do ABC e Mestre em cirurgia pela FCMSC-SP
Incontinência urinária não deve ser barreira para tratamento do câncer de próstata
Sequela comum entre homens que realizam o tratamento cirúrgico de câncer de próstata, a incontinência urinária ainda causa receio entre pacientes que necessitam do procedimento para combater a doença. O urologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Fernando Almeida, entretanto, tranquiliza sobre o assunto e explica que é possível reverter o problema.
A solução está no implante de um esfíncter artificial que substitui o do próprio corpo que apresenta um mau funcionamento. Essa parte do organismo consiste em um músculo em formato de anel, responsável por controlar a urina. Segundo o médico, a incontinência urinária ocorre, pois o esfíncter está muito próximo da próstata e, na cirurgia, pode ser prejudicado.
Almeida ressalta que é comum o problema acometer entre 5% e 30% dos homens que passam pela cirurgia, mas em diferentes graus. Desse montante, 5% apresentam maior gravidade. “Para esses homens que desenvolveram a incontinência em estágio mais grave é indicado o implante, que tem uma taxa de sucesso ótima, de 80%”, reforça.
A alternativa não possui contra indicação e é fundamental para retomar a qualidade de vida do paciente. “O hospital é referência nesse tipo de tratamento, realizando-o há mais de 10 anos, portanto, é importante reforçar que é possível reverter a sequela com algo relativamente simples e muito eficaz”, complementa o urologista.
A Instituição, além de ser modelo na colocação do implante, possui um Centro Especializado em doenças de disfunção miccional destinado tanto para homens quanto para mulheres.
Diagnóstico de câncer de próstata pode gerar ansiedade e depressão
Durante a campanha do Novembro Azul, focada na prevenção para o câncer de próstata, Katherine Maurente alerta para a importância de observar fatores psicológicos no tratamento da doença. A estudante de psicologia ressalta que é primordial observar os fatores psicológicos no tratamento da doença.
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens. São estimados que ocorram 68.220 novos casos em 2018, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Apesar da alta incidência, ainda há resistência dos homens em fazer o acompanhamento médico adequado, dificultando o diagnóstico da doença na fase inicial.
Diante desse cenário, a campanha Novembro Azul tenta conscientizar esse público para a necessidade de prevenir e tratar o câncer de próstata. A detecção precoce é fundamental para o tratamento, já que nessa fase 90% dos casos são curáveis.
Mesmo com um alto índice de cura, o diagnóstico do câncer, em específico o de próstata, pode acarretar transtornos psicológicos.
“A preocupação com a sexualidade pode gerar sintomas depressivos e ansiosos. Não apenas a disfunção erétil é causa de consternação, mas também a capacidade de sentir prazer, de se satisfazer sexualmente”, avalia Katherine.
A ansiedade e a depressão agravam o tratamento
O grau de ansiedade nesses pacientes pode aumentar segundo a evolução da doença ou conforme a agressividade do tratamento oncológico. A depressão também é comum em pacientes com câncer, apesar de não ser frequentemente diagnosticada, o que afeta o tratamento, conforme destaca.
“Caso seja identificada uma alteração do ponto de vista psíquico no paciente, que necessite de intervenção profissional, as diferentes especialidades envolvidas no tratamento oncológico devem trabalhar em conjunto. O diagnóstico da depressão requer cuidado e atenção”.
Fazer exames de rotina são essenciais na prevenção do câncer de próstata. A Sociedade Americana de Urologia recomenda que o exame de sangue para a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) seja realizado anualmente por homens a partir dos 45 anos. Além dele, também é importante o exame da próstata. Quem tem mais de 50 anos, deve procurar um urologista.
Com fachadas iluminadas, Hospital São Camilo promove campanha Novembro Azul
A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo adere à campanha Novembro Azul iluminando as fachadas das suas Unidades Pompeia, Santana e Ipiranga. O objetivo é chamar a atenção da população para a causa e promover a conscientização sobre a prevenção do câncer de próstata.
Durante todo o mês, a Instituição divulgará conteúdos em suas redes sociais com informações sobre formas de prevenção, diagnóstico e tratamentos da doença. Também serão realizadas ações através dos canais internos, como TV Corporativa e Newsletter, além de palestras para os colaboradores.
O câncer de próstata aparece no topo da lista dos tipos que mais atingem os homens. Somente em 2018 foram mais de 68 mil novos casos no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O que é o câncer de próstata?
O câncer de próstata é um tumor na glândula do sistema reprodutor masculino, que armazena e secreta um fluído que constitui parte do volume do fluido seminal. “Homens com histórico familiar de câncer de próstata, que tenham algum grau de obesidade e idade acima de 50 anos apresentam maior risco de desenvolver esse tipo de câncer”, revela Dr. Rodrigo Campos, urologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Segundo ele, os afrodescendentes também têm uma tendência maior de desenvolver a doença.
O especialista explica que o câncer de próstata geralmente cresce de forma lenta e sem sintomas. Alguns homens apresentam sintomas leves, que podem ser confundidos com outras doenças do trato urinário. No entanto, em alguns casos, ele pode surgir e avançar rapidamente, com risco de metástase.
Por isso, é importante estar atento aos sinais e sintomas que podem surgir:
- Dificuldade de urinar;
- Demora em começar e terminar de urinar;
- Sangue na urina;
- Diminuição do jato de urina;
- Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
Ao identificar algum desses sintomas, é necessário procurar um especialista, que poderá realizar o exame físico (toque retal) e solicitar exames de sangue (PSA) e ultrassom. Caso necessário, o diagnóstico de câncer de próstata será confirmado após uma biópsia.
Dr. Campos ressalta a importância de buscar informação sobre o tema a fim de combater o preconceito e realizar os exames preventivos. “Esta é a segunda maior causa de morte por câncer em homens no Brasil, um risco que pode ser evitado quando diagnosticado precocemente”, frisa.
Além disso, o médico recomenda ter uma alimentação equilibrada, controlar o peso corporal através da prática de exercícios físicos, não fumar e reduzir o consumo de álcool.
Teste genético auxilia no diagnóstico precoce do câncer de próstata
O mês de novembro é marcado pelo movimento de conscientização Novembro Azul. O objetivo é reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, esse tipo é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Quando a doença é identificada em sua fase inicial, as chances de recuperação aumentam de maneira significativa.
As causas da doença estão ligadas a muitos fatores, dentre eles, o genético. Procurar ter hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos, além de investir em uma dieta balanceada e nutritiva são atitudes que ajudam a diminuir o risco. Porém, aos que têm casos de câncer de próstata na família o alerta precisa ser maior. Pacientes que o pai ou irmãos tiveram a doença antes dos 60 anos têm um risco de 3 a 10 vezes maior do que os homens sem histórico familiar.
“Ao realizar um teste genético, é possível identificar se existe uma mutação dos genes associados a este tipo de câncer, como o BRCA1 e BRCA2. Ao verificar esta alteração e a existência do risco, pode-se estabelecer um plano de vigilância, diferente do adotado pela população normal”, explica João Bosco Oliveira, médico imunologista e geneticista, sócio-fundador da Genomika Diagnósticos, laboratório pioneiro de genética clínica. A detecção precoce da doença permite um tratamento menos agressivo e menor chance de morte.
Exames como esse, hoje em dia, já estão bem mais acessíveis, podendo ser realizados em laboratórios de genética clínica. “Esse teste avalia 145 genes associados a diversos tipos de câncer, como próstata, mama, intestino, endométrio, entre outros. A partir dos resultados, o paciente, em conjunto com seu médico, pode planejar o melhor programa de prevenção para a doença, com dados personalizados baseados na sua constituição genética”, explica João Bosco Oliveira.
Para o paciente, o processo de coleta para a realização do sequenciamento genético, etapa presente em todos esses exames, é simples. É realizada uma coleta da amostra, que pode ser de sangue ou saliva. Com isso, ela é processada no laboratório, onde é realizada a extração do DNA que está presente nas células. Após essa etapa, é feito o processamento da amostra e o sequenciamento de segunda geração para analisar a sequência do DNA amplificado em milhares de vezes. Todo esse processo é executado com o auxílio de robôs que agilizam e dão mais segurança e precisão ao processamento das amostras.
O acesso a esse exame, hoje em dia, também é facilitado. Com a regulamentação da Agência Nacional de Saúde Suplementar de 2013, os testes de sequenciamento dos genes BRCA1 e BRCA2 passaram a integrar o rol de exames genéticos cobertos integralmente pelos planos de saúde. Caso o paciente preencha alguns critérios e pré-requisitos determinados pela ANS, é possível fazer esses testes através dos convênios.
Pesquisa internacional busca pacientes para avaliar nova terapia contra o câncer de próstata
O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), está selecionando pacientes para mais um estudo internacional sobre a imunoterapia, técnica que estimula o organismo a combater células cancerosas. A instituição busca pacientes com câncer de próstata para participar da pesquisa, que reúne 70 centros médicos de excelência em todo o mundo.
Podem participar do estudo (NCT03338790) pacientes com confirmação histológica de adenocarcinoma da próstata, evidência de metástase e que estejam em uso de terapia de privação androgênica (ADT), com um análogo ao hormônio de liberação de gonadotrofina (GnHR) ou orquiectomia bilateral. Pacientes que receberam as medicações abiraterona ou enzalutamida, ou ambas, são elegíveis.
“Trata-se do tipo mais comum de câncer de próstata, que atinge mais de 95% dos pacientes”, diz Pedro Isaacsson, Gerente Institucional de Pesquisa do Hospital Moinhos. O trabalho avaliará a utilização do medicamento nivolumabe. A participação no estudo, realizado em parceria com o laboratório Bristol-Myers, não terá custo para os pacientes. Aqueles que forem selecionados contarão com a infraestrutura de ponta da instituição durante todo o processo, para o acompanhamento médico e exames.
Os interessados devem entrar em contato com o Instituto de Educação e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento pelo e-mail iep.pesquisa@hmv.org.br, ou telefone (51) 3314-2965.
Professor conta como venceu o câncer de próstata
Diferentemente da maioria dos homens o professor universitário, Enrique Grunspan Stachower, de 64 anos, é cuidadoso com a saúde. Conseguiu identificar alteração nos resultados dos exames PSA (Antígeno Prostático Específico), usado também para detectar o câncer de próstata, quando comparou os feitos em dezembro de 2018 com os de período anterior.
Quando teve conhecimento da alteração, a esposa do Enrique foi taxativa e enfática na decisão. “Vamos direto ao IBCC Oncologia. Lá são especialistas, rápidos e entendem muito bem do assunto”, lembrou. Passou em atendimento com o Dr. Alvaro Bosco, urologista e especialista em cirurgia de próstata, em fevereiro de 2019 e em abril fez a operação.
“Depois de dois dias estava em casa. Está certo que tive algumas dificuldades por conta do dreno e da sonda. Foram 14 dias de aflição. Precisei reaprender a usar a bexiga para controlar a urina, afinal não poderia voltar a dar aula usando fralda”, contou sorrindo. Essa é mais uma das várias histórias com final feliz que acontecem no IBCC Oncologia. Uma decisão rápida e certeira que ajudou a salvar uma vida.
Para o Dr. Alvaro muito se fala sobre o papel das mulheres na saúde do homem, apesar de poucos estudos e números sobre isso. “Mas no IBCC Oncologia, principalmente no caso do câncer de próstata, as mulheres são grandes influenciadoras do sexo oposto no tratamento adequado e foi o que aconteceu com o Enrique”, disse. “A rapidez de Enrique e da esposa foi determinante para o tratamento adequado e para a cura da doença, mesmo em estágio 4 como era o caso do professor”, ressaltou o médico.
O IBCC Oncologia além de contar com equipe de urologistas altamente qualificada, oferece por meio da Medicina Nuclear do hospital técnica de diagnóstico por imagem capaz de mostrar a anatomia do corpo humano e avaliar possíveis alterações metabólicas. Trata-se do PET-CT, aparelho que permite investigação aprofundada no diagnóstico, no estadiamento e no planejamento terapêutico do câncer de próstata.
Câncer de próstata
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) revela que o número de casos novos de câncer de próstata no Brasil ultrapassou a marca de 68 mil em 2018. Entre os tipos de câncer que acometem homens, o da próstata é o de maior incidência, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, com 49.530 casos.
O câncer também conhecido como neoplasia, é uma doença na qual ocorre um crescimento exacerbado e desordenado de algumas células. No caso do câncer de próstatas, essas células são originariamente da próstata, e podem invadir os tecidos e órgãos e espalhar-se para outras partes do corpo, denominada metástases.
Habitualmente o câncer de próstata é uma doença indolente, de crescimento lento e que acomete homens com idade acima de 50 anos. Embora não seja conhecida a causa, é sabido que fatores genéticos estão envolvidos, sendo que homens com parentesco de 1° grau de neoplasia de próstata apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença.
Na fase inicial não há sintomas. Grande parte dos pacientes permanecerá assintomático ou terão sintomas urinários, como dificuldade para urinar e aumento da frequência urinária, posteriormente podendo evoluir para quadro de obstrução urinária, dor no reto ou nos ossos, fraqueza e desânimo.
O diagnóstico é feito com a biópsia da próstata. Os pacientes que apresentarem aumento do PSA no sangue ou alteração no toque retal são candidatos à realização de ultrassonografia transretal com biópsia da próstata para verificar a presença da doença.
O tratamento é multidisciplinar e pode envolver cirurgia, radioterapia, uso de hormônios ou quimioterapia. A escolha do cuidado ideal é feita dependendo do estágio da doença e das características do paciente.
O exame para detecção do câncer de próstata deve ser realizado a partir dos 50 anos de idade, mas antes disso o homem já pode se consultar com um urologista. Há um grupo de risco em que o tumor é identificado mais cedo e que precisa iniciar o rastreio a partir dos 45 anos: são os homens negros, aqueles com parentes de primeiro grau que tiveram a doença e os obesos.
Pesquisa revela que homens demoram em média seis meses para procurarem um médico após os primeiros sintomas de câncer de próstata
Historicamente, homens evitam fazer exames de rotina e, muitas vezes, mesmo após perceberem sinais de que há algo de errado com a saúde, preferem adiar a ida ao médico. Quando o assunto é câncer de próstata, a situação se agrava.
Pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, a pedido da Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, mostra que 51% dos participantes com a doença em fase metastática descobriram o câncer de próstata em estágio avançado, e 67% conheciam pouco ou não conheciam a doença antes do diagnóstico.
O levantamento, realizado com o intuito de entender como os pacientes lidam com a doença e quais os impactos do câncer em diversos aspectos de suas vidas, revelou ainda que um em cada três homens nunca procurou um médico como medida preventiva, apenas recorrendo a um especialista após apresentar algum sintoma da doença. Mesmo assim, os participantes da pesquisa demoraram, em média, seis meses para buscar atendimento após o surgimento de sintomas como fluxo urinário fraco ou interrompido, vontade de urinar frequentemente à noite e dores (no quadril, coxas e ombro predominantemente).
“Apesar da preocupação do homem com o diagnóstico do câncer de próstata, muitos acabam não fazendo acompanhamento médico ou exames por medo da descoberta da doença, além do preconceito relacionado ao exame de toque”, explica o Dr. Diogo Bastos, oncologista do Hospital Sírio-Libanês e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).
A pesquisa apontou também que as primeiras reações ao receberem o diagnóstico do câncer de próstata foram medo, tristeza e preocupação. Para o grupo de pacientes em fase metastática — quando a doença se espalha para outras partes do corpo — alguns sentimentos negativos apareceram de maneira ainda mais acentuada, com o dobro de homens deste grupo afirmando que sentiram medo e/ou desespero no momento do diagnóstico em comparação aos pacientes de fases menos graves. Entretanto, ao longo do tratamento, esses sentimentos vão ficando menos intensos e abrem espaço para esperança, tranquilidade e alívio.
“Os homens têm medo da doença em si e dos possíveis efeitos colaterais dos tratamentos como, por exemplo, a disfunção erétil”, completa Dr. Diogo. Segundo o médico, a maioria das pessoas acredita que todo homem que é submetido a um tratamento para câncer de próstata terá uma disfunção erétil, o que não é verdade. “Existem muitos tratamentos seguros atualmente e que não evoluem para esse problema. Em geral, esse é um câncer altamente curável, mas quanto mais cedo detectar, maior é a chance de cura”, conclui o oncologista.
Perfil dos participantes da pesquisa
Durante o levantamento, foram entrevistados 200 homens acima dos 40 anos, diagnosticados com câncer de próstata há mais de dois anos, divididos em grupos de pacientes metastáticos e não metastáticos, em 13 capitais (Belém, Manaus, Recife, Salvador, Fortaleza, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília e Goiânia).
Os pacientes ouvidos tinham, em média, 64 anos de idade e conviviam com o câncer de próstata há cerca de 5 anos. Metade deles era aposentado (52%), enquanto 37% continuavam trabalhando e 12% estavam desempregados. Destaca-se que o grupo de pacientes metastáticos apresentou uma taxa 33% maior de desemprego em comparação àqueles com a doença em fases mais iniciais.
A pesquisa foi realizada no período de 27 de novembro de 2018 a 20 de fevereiro de 2019, por meio de questionário aplicado presencialmente ou por telefone. A amostra divide-se em 30% de pacientes metastáticos e 70% de não metastáticos. A margem de erro considerada foi de 7 pontos percentuais.
Tratamento
O intervalo médio identificado entre os primeiros sinais da doença, o diagnóstico e o começo do tratamento foi de 15 meses. De acordo com a pesquisa, 71% dos pacientes sem metástase fizeram cirurgia e radioterapia. No grupo metastático, 39% disseram ter feito cirurgia, radioterapia e estar em tratamento medicamentoso.
“De cada 10 pacientes com doença localizada apenas na próstata (ou seja, câncer não-metastático), de oito a nove serão curados” explica o Dr. Fernando Maluf, oncologista clínico e diretor médico do Centro Oncológico da Beneficência Portuguesa de São Paulo, membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e Diretor do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
Um novo medicamento, já disponível no Brasil, demonstrou adiar o surgimento de metástase do câncer de próstata, oferecendo mais qualidade de vida ao paciente. Estudos mostram que a apalutamida, da Janssen, diminuiu em 72% o risco de progressão para metástase ou de morte e proporcionou 40,5 meses de sobrevida livre de metástase (mediana), o que representa um ganho de dois anos quando comparado ao placebo (mediana de 16,2 meses). Os principais eventos adversos de apalutamida, presentes em um pequeno número de pacientes e sem impacto negativo na qualidade de vida, foram fadiga, hipertensão e rash cutâneo.
A apalutamida é um remédio que bloqueia o mecanismo pelo qual o câncer de próstata cresce, evitando que o hormônio masculino alimente as células tumorais. “Este novo medicamento se mostrou capaz de reduzir o risco de morte e de metástases nos ossos, o que significa evitar dores, fraturas e compressão de estruturas nervosas, proporcionando ganho relevante na qualidade de vida para o paciente”, comenta o Dr. Maluf.
Teste inovador elimina biópsias desnecessárias
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é a segunda maior causa de morte entre os homens no Brasil. São 66,12 casos a cada 100 mil homens. Só em 2018, foram 68.220 novos casos. Além de manter uma vida saudável, com o peso corporal adequado, praticando atividade física, evitando o consumo de bebidas alcoólicas e do cigarro, o diagnóstico precoce é o que possibilita os melhores resultados no tratamento da doença.
Os exames mais conhecidos para diagnóstico são o toque retal (permite ao médico apalpar a próstata e perceber se há nódulos – caroços – ou tecidos endurecidos – possível estágio inicial da doença) e o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico). “Acontece que feitos de forma isolada, eles não garantem um diagnóstico preciso, por isso podem ser necessários exames complementares”, afirma Dr. Pedro Paixão, urologista do laboratório Hermes Pardini.
Hoje já é possível realizar o PHI – Índice de Saúde da Próstata – um método inovador, complementar, que permite obter uma probabilidade de câncer de próstata através de uma amostra de sangue, resultando, assim, na diminuição de biópsias desnecessárias. O urologista explica que quando em um exame de rotina identificava-se o PSA alterado e o exame de toque normal, haviam apenas duas opções para completar o diagnóstico: a ressonância ou a biópsia, sendo que a precisão da biópsia é muito baixa, em torno de 15 a 20%, além de ser um exame muito invasivo. Em cada dez biópsias realizadas, oito tinham o resultado negativo. “Agora, nesses casos, podemos solicitar o PHI e evitar que muitos pacientes sejam submetidos ao procedimento de forma desnecessária. Caso o resultado do exame dê positivo, aumenta a exatidão em torno de 75%”, diz Pedro Paixão.
As células da próstata, na maioria dos casos, se multiplicam de forma lenta e não chegam a ameaçar a saúde do homem. Em outros, elas podem crescer rapidamente e criar os tumores malignos. Os principais sintomas são: dificuldade de urinar, demora em começar e terminar de urinar, sangue na urina, diminuição do jato de urina e a necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
O Dr. Pedro ressalta ainda que, para os que possuem histórico de câncer na família, é muito importante que comece a realizar, rotineiramente, os exames preventivos a partir dos 40 anos. Para aqueles que não possuem, o recomendado é a partir dos 50. “Procure seu médico, pelo menos, uma vez por ano. O melhor tratamento é sempre a prevenção”, conclui Paixão.
Como a dança pode auxiliar no bem-estar de pacientes com câncer de próstata
No mundo, o câncer é uma das maiores causas de morte, perdendo apenas para complicações cardiovasculares. Em países desenvolvidos, este cenário está mudando. Segundo estudos recentes da Universidade Laval de Quebec, Canadá, a doença se tornou a principal causa de morte nesses locais e a previsão é que isso se estenda nas próximas décadas para todo o planeta. Estima-se que tenham surgido mais de 18 milhões de novos casos no último ano, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Só no Brasil, esse número gira em torno de 582 mil, sendo o câncer de próstata o segundo mais comum entre os homens – especialmente acima dos 50 anos – atrás apenas do de pele não-melanoma.
São inúmeras pesquisas e inovações da medicina, no sentido de obter um diagnóstico precoce e melhorar as opções de tratamento, proporcionando aos pacientes maiores expectativas de sobrevida e cura. No entanto, o combate à doença requer um equilíbrio entre a administração dos medicamentos e a saúde emocional. De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, ferramentas que lidam com esses pilares – também conhecidos como intervenções psicossociais – podem ajudar os pacientes a lidarem com o sofrimento, melhorarem a qualidade vida e o bem-estar durante todo o processo de terapia.
A psicóloga Lilian Nobre ressalta que o corpo e a mente são diretamente interligados. “É importante reconhecer as emoções e os sentimentos durante o diagnóstico e tratamento. É preciso que os pacientes tenham uma perspectiva positiva sobre sua condição. Nesse sentido, se manter ativo e ter uma vida social saudável, pode ser uma forma melhor de lidar com a doença”.
Dança auxilia no tratamento de câncer
Assim como para a população em geral, pacientes liberados pelo oncologista — especialmente os que tem câncer ósseo – podem se exercitar, principalmente se essa prática for prazerosa. “É imprescindível que estejam em um ambiente onde se sintam apoiados. Por isso, a Zumba® pode ser uma alternativa, pois além dos benefícios físicos no manejo dos sintomas, também é uma aula que promove suporte psicossocial”, explica Regina Chamon, médica hematologista e especialista em medicina Integrativa do Centro Paulista de Oncologia. Ela ressalta ainda que a atividade ajuda a reduzir os efeitos colaterais causados pela quimioterapia como fadiga, alterações do sono e perda de massa muscular.
Após o término do tratamento, a prática da atividade física tem o papel de prevenir futuros problemas como ganho de peso, elevação do colesterol e redução do risco de doença cardiovascular. “Manter uma rotina frequente de exercícios promove a regulação de neurotransmissores e permite uma alteração na percepção tanto da intensidade da dor quanto da sensação de incômodo que ocasiona”, acrescenta a médica.
Um exemplo é o advogado Edmur Pereira de Oliveira, que durante a realização de exames de rotina, foi diagnosticado com câncer de próstata aos 52 anos e teve um prognóstico ruim. “Meu médico constatou um carcinoma grau 8, considerado grave. Marcamos a cirurgia e todo o órgão foi retirado. Logo após, como tratamento para evitar uma recidiva da doença, fiz radioterapia”.
Edmur conta que durante o processo buscou um acompanhamento multidisciplinar, para tentar se manter mais saudável. “Sempre fui uma pessoa bem instruída, participava ano após ano de campanhas para a prevenção do câncer, mas me sentia condenado. O mundo, a escola e nossos pais não nos ensinam que uma pessoa com a doença pode ser curada”. Depressivo, com índices de diabetes alterados, o advogado conta que a médica endocrinologista prescreveu um medicamento diferente para seu quadro: “Eu desacreditei quando ela me indicou como remédio a Zumba®”.
No início, mesmo surpreso com a sugestão, resolveu seguir a recomendação. “Participei de uma aula e adorei. Durante uma hora eu ri, cantei, me diverti e esqueci de tudo o que estava me amargurando. Foi então que comecei a praticar a modalidade e nunca mais parei. Emagreci e especialmente voltei a ser feliz”, conta o advogado que hoje, após nove anos de diagnóstico continua praticando como instrutor da dança.
Huapa promove evento em conscientização à saúde do homem
O mês de novembro é dedicado à conscientização da saúde do homem, em especial, ao câncer de próstata. Diante disso, o Hospital Estadual de Urgências de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada (Huapa), por meio de seu Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt), trouxe aos seus colaboradores uma palestra divertida sobre o tema, realizada em 12 de novembro, no corredor do centro cirúrgico da unidade.
Ministrada pela enfermeira do trabalho da Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Spais), da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Nara Borges, a palestra abordou o que é a próstata e qual sua função; os preconceitos e mitos que cercam os exames; as doenças que podem ocorrer devido à falta de prevenção; os fatores de risco; diagnóstico e alimentos que auxiliam no combate ao câncer.
Segundo a enfermeira, “a recomendação é fazer os exames a partir dos 45 anos. Em casos em que os pacientes tenham histórico de câncer de próstata na família e para pacientes da raça negra, quanto mais cedo, melhor. Acho também que o comportamento a ser mudado é mais o tabu de ir ao médico, já que é normal vermos as mulheres arrastarem seus companheiros para o consultório”, frisou Nara.
Novembro é mês do cuidado do homem com a sua saúde
O mês de novembro já está atrelado ao azul e focado, principalmente, no combate ao câncer de próstata, segunda causa de morte pela doença que mais mata os homens no País. Entretanto, os cuidados com a saúde masculina deveriam se estender para todo o corpo, visando sempre o bem-estar dele.
Há alguns tipos de cânceres que são mais comuns neles do que nelas. É o caso do câncer de rim de células claras – segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2018, a incidência estimada foi de 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes. E mais: 3.760 homens foram diagnosticados com a doença contra 2.510 mulheres no mesmo ano.
O câncer de rim é um tipo de carcinoma ainda subdiagnosticado, pois alguns dos principais sintomas são confundidos com dores abdominais e lombares, que podem camuflar a doença e, assim, demorar para detectar o tumor em estágio inicial. Nesta fase, o tratamento é menos invasivo e com menos efeitos colaterais, porém não é a realidade para os pacientes de câncer de rim que chegam em estágio avançado aos consultórios em 33% dos casos.
Alguns fatores de risco são comuns para o crescimento de tumores, como o alto consumo de bebidas alcóolicas, sedentarismo e alimentação rica em gorduras ruins e ultra processadas, destacando-se o tabagismo como uma das principais causas do aparecimento do câncer de rim. No caso dos homens, que fumam mais do as mulheres, isso reflete diretamente no número maior de casos entre eles, seguido pela obesidade e hipertensão.
Mais curiosidades sobre a doença:
- A incidência deste tipo de câncer é maior em homens acima dos 64 anos;
- Não há exames de rastreamento eficazes, pois o tumor está localizado em uma região chamada de retroperitoneal, que dificulta o diagnóstico;
- A doença é assintomática e somente 10% dos pacientes apresentam os sintomas mais comuns – sangue na urina e dor lombar;
- Apesar de ser considerada uma doença ainda pouco incidente, os casos da doença aumentarão 22% até 2020;
- Cálculos renais e consumo baixo de líquidos não causam câncer nos rins.
Aproveitando este mês de conscientização voltado para eles, além de fazer check ups anualmente com o urologista, é importante cuidar da saúde do coração, não fumar e manter o peso ideal de acordo com a estatura. Ir ao especialista uma vez por ano e fazer os exames de rotina são imprescindíveis para manter-se saudável. Além disso, incentivar os adolescentes a irem ao urologista e nefrologista desde o início da puberdade para acompanhar a mudança do seu corpo e saber cuidar dele. A prevenção salva vidas.
Câncer de próstata poderá ser detectado por exame de urina
Um estudo do Laboratório de Investigação Médica da Disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em conjunto com o Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da USP, conseguiu identificar pacientes com câncer de próstata a partir do exame de amostras de urina. A pesquisa discrimina perfeitamente condições potenciais para a detecção da doença.
“A urina pode conter elementos que reflitam os processos bioquímicos relacionados ao desenvolvimento de um tumor”, explica a Dra. Katia Leite, chefe do Laboratório de Investigação Médica da Urologia da FMUSP e diretora científica da Genoa/LPCM. O estudo foi realizado em conjunto com o Prof. Giuseppe Palmisano, do ICB da USP, e avaliou 12 pacientes, metade com câncer de próstata e metade com hiperplasia benigna. Concluiu que um painel de 56 glicoproteínas (tipo de proteína ligado a um carboidrato) nas amostras de urina alcançou uma precisão de 100% no diagnóstico do câncer de próstata (Oncotarget, 2018, Vol. 9, (No. 69), pp: 33077-33097).
Em trabalho subsequente, analisando o tecido prostático obtido por biópsia, um painel de 11 proteínas conseguiu discriminar pacientes com câncer de próstata favorável e desfavorável (Kawahara et al. Proteomics 2019; doi.org/10.1002/pmic.201900174). Para a Dra. Katia, essa informação é de enorme relevância, pois conduz a escolha do tratamento, que inicialmente pode ser baseado na observação.
“A busca por rastreadores de diagnóstico e prognóstico para substituir testes com baixa confiabilidade ou invasivos é extremamente importante. Apesar de existirem testes semelhantes disponíveis comercialmente, esses exames têm alto custo e baixa disponibilidade. O que procuramos são marcadores específicos, sensíveis a baixo custo para o uso na população brasileira”, afirma a Dra. Katia Leite.
Atualmente, o câncer de próstata é classificado pela escala de Gleason ou ISUP (International Society of Urological Pathology), o indicador prognóstico mais importante para determinar o direcionamento terapêutico. No entanto, o sistema tem limitações por conta da heterogeneidade do tumor, amostragem limitada e subjetividade na interpretação da biópsia.
As escalas classificam o câncer em pontuações variáveis de 6 e 10 (Gleason) ou de 1 a 5 (ISUP), sendo o Gleason 6 ou ISUP 1 o tumor mais bem diferenciado e, portanto, de prognóstico favorável. “Os tumores benignos e pequenos podem ser manejados de modo expectante, conduta denominada “active surveillance” ou vigilância ativa, onde o tratamento curativo pode ser postergado, evitando assim seus possíveis efeitos colaterais”, diz a especialista.
A biópsia é a única maneira de se diagnosticar o câncer de próstata e definir seu potencial de agressividade. Porém, por ser invasivo, não é isento de morbidades como a infecção e o sangramento. Ainda é o exame mais importante e continuará sendo para o diagnóstico do câncer da próstata. “O avanço dos testes não invasivos tem como objetivo a redução do número de biópsias e a melhor caracterização do potencial de agressividade do tumor, e pode ter um grande impacto econômico e no bem-estar do homem”, finaliza a diretora científica da Genoa/LPCM.
Campanha de financiamento coletivo arrecada fundos para o Novembro Azul
A campanha Novembro Azul, criada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em 2011, trabalha durante todo o ano pela conscientização sobre os cuidados com a saúde do homem, com ênfase no diagnóstico precoce do câncer de próstata. Para ajudar com as iniciativas da Campanha, o Instituto se aliou à Kickante, a mais premiada plataforma de crowdfunding (financiamento coletivo) do Brasil, e criou uma campanha que pretende engajar os brasileiros em prol dessa causa tão nobre.
Para contribuir basta acessar a página da Kickante (www.kickante.com.br/campanhas/novembro-azul-apoie) e escolher uma das opções. E, como recompensa, receber produtos especiais do Novembro Azul, como a camiseta oficial e a pulseira Life by Vivara.
Os recursos arrecadados serão utilizados para ampliar as campanhas do Novembro Azul, que acontecem em todo o país, inclusive em regiões de difícil acesso e zonas rurais, orientando a população de forma simples, objetiva e esclarecedora para a importância de cuidar da saúde, de ter hábitos de vida saudável e fazer o acompanhamento médico. O Instituto também trabalha junto a órgãos de saúde governamentais para apoiar a formulação de políticas públicas mais eficientes.
A importância do PHI para diagnóstico precoce do câncer de próstata
No mês dedicado à prevenção ao câncer de próstata e em concordância com a campanha #ImportantePrevenir, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial reforça a importância do exame PHI para diagnosticar a doença.
O Prostate Health Index (Índice da Saúde da Próstata) está disponível no Brasil há alguns anos. No entanto, ainda não foi incorporado ao Rol de procedimentos obrigatórios da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ou seja, as operadoras de planos de saúde não são obrigadas a cobrir a realização desse exame para os usuários. O exame pode ser realizado em laboratórios de análises clínicas de forma particular.
De acordo com o médico patologista clínico, professor da Escola Paulista de Medicina e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, Adagmar Andriolo, o PHI oferece ao médico informações mais precisas sobre a existência de câncer e sobre seu grau de agressividade. “É possível reduzir em até 30% a realização de biópsias prostáticas desnecessárias. O PSA ainda é eficiente e o exame mais utilizado, mas, comprovadamente, apresenta uma taxa significativa dos chamados ‘falsos positivos’”.
O especialista ainda reforça que “o exame digital da próstata periódico (toque retal) continua sendo procedimento fundamental para o diagnóstico preciso, uma vez que a doença praticamente não manifesta sintomas em estágios iniciais”. Uma observação relevante que o Dr. Andriolo faz é que, além do exame digital retal, o urologista realiza uma consulta médica completa, na qual são avaliados eventuais fatores de risco pessoal e familiares, o que fortalece a convicção de que exames adicionais devam ser realizados.
Dados da Organização Pan-Americana da Saúde comprovam que o tratamento de pacientes com câncer diagnosticado precocemente é de duas a quatro vezes menos dispendioso se comparados aos tratamentos de pessoas que foram diagnosticadas em uma fase mais avançada da doença. Adicionalmente, a taxa de sucesso de tratamento em doença diagnosticada precocemente é muito maior do que nas diagnosticadas em fases mais avançadas.
O presidente da SBPC/ML, Wilson Shcolnik, reforça que, por este motivo, o alerta sobre a necessidade de realização do PHI, tem total aderência com o princípio da campanha #ImportantePrevenir, lançada neste ano pela Sociedade.
Recomendações
O Professor Dr. Adagmar Andriolo explica que o PHI é uma combinação da determinação da concentração de três substâncias, o Antígeno Prostático Específico total – PSA, a sua fração livre – PSA Livre e uma de suas frações modificada – p2PSA.
O exame é indicado em conjunto com o toque retal para todos os homens com mais de 50 anos. Principalmente para aqueles enquadrados nos chamados grupos de risco, que incluem pacientes que possuem parentes de primeiro grau que tiveram câncer de próstata e os que tem PSA total entre 2,5 e 10ng/ml.
“Com a realização do exame digital e do PHI, cerca de 90% dos casos de câncer podem ser diagnosticados precocemente”, alerta o Prof. Dr. Andriolo. No caso de homens com histórico familiar de câncer de próstata antes dos 50 anos, os exames devem ter início mais cedo, aos 45 anos de idade.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a cada 10 homens diagnosticados com a doença, 9 têm mais de 55 anos. Além disso, estudos recentes mostram a relação de maior risco em homens com peso corporal elevado.
O patologista clínico explica que algumas modificações no organismo, ainda que não específicas, pode ser indícios da presença de câncer prostático. Entre elas, destacam-se:
– Dificuldade de urinar, exigindo esforço;
– Demora para começar e terminar de urinar;
– Sangue na urina;
– Diminuição do jato;
– Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite;
– Sensação de presença de urina na bexiga, após urinar.
52% dos homens com câncer de próstata tiveram a lei dos 60 dias desrespeitada no SUS
O Instituto Oncoguia, ONG de apoio a pacientes com câncer, realizou uma pesquisa on-line para entender a jornada do paciente com câncer de próstata focando, principalmente, nos maiores desafios enfrentados. No SUS, 52% dos pacientes respondentes tiveram que esperar mais de 60 dias pelo primeiro tratamento. Destes, 27% iniciaram o tratamento mais de 120 dias após o diagnóstico. Os dados nos mostram que mesmo entre os pacientes de convênio, a demora também existe: 26% esperaram mais de 60 dias para iniciar o tratamento. Ao todo, 332 pessoas responderam à pesquisa.
“Os dados apurados pela pesquisa vem ao encontro de uma realidade que vemos em nosso canal Ligue Câncer, um 0800 de apoio a pacientes com a doença, que mostra que o acesso ao tratamento ainda é uma grande barreira para os homens que são diagnosticados com câncer de próstata”, aponta Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia. Dos 156 pacientes com câncer de próstata que entraram em contato pelo canal entre 2018 e 2019, 61% dos que eram do SUS e 60% dos que faziam acompanhamento por convênio também tiveram a lei descumprida.
Importância do diagnóstico precoce
O PSA e o toque retal são os principais exames para a investigação do câncer de próstata e fundamentais para o diagnóstico precoce da doença. Quando apresentam alguma alteração, o médico pode solicitar a realização de uma biópsia para confirmação ou não do diagnóstico. “A recomendação das sociedades de urologia e oncologia clínica é para que, a partir dos 45 a 50 anos, mediante uma conversa com cada paciente, os exames sejam realizados de maneira periódica. Para homens que tenham casos de câncer de próstata em parentes de primeiro grau, o ideal é conversar com o urologista para individualizar o rastreamento”, explica o uro-oncologista do ICESP e membro do comitê científico do Oncoguia, Arnaldo Fazoli.
Na pesquisa realizada pelo Oncoguia, 74% dos pacientes tinham entre 51 e 70 anos de idade, faixa etária em que o tumor ocorre com maior frequência na população. Dentre o total de participantes, 84% faziam exame de PSA regularmente e 72% realizavam o toque retal. Antes do diagnóstico, 71% não apresentavam sintomas e 76% tiveram a doença diagnosticada em estágio inicial.
“Esses dados mostram a importância do cuidado contínuo, incluindo consulta com urologista e realização dos exames de rotina. Como a doença é silenciosa, na maioria dos casos, a realização destes exames conforme recomendação médica é fundamental para que o câncer seja diagnosticado precocemente, possibilitando ao especialista acompanhar o paciente e determinar qual o melhor procedimento para cada caso de acordo com suas particularidades”, alerta Luciana Holtz.
A cirurgia foi o procedimento mais realizado como primeiro tratamento por 58% dos pacientes que responderam à pesquisa. Além disso, 14% passaram por hormonioterapia; 17% por radioterapia; 6% fizeram vigilância ativa e 3% realizaram quimioterapia. “Os critérios para definir a escolha do procedimento ideal para cada paciente inclui idade, doenças pré-existentes e o estágio em que a doença foi diagnosticada”, explica Arnaldo Fazoli.
Impactos da doença e do tratamento
Impotência e incontinência aparecem na pesquisa como áreas afetadas pelos tratamentos e isso merece uma atenção especial antes e depois da decisão pelo procedimento. “Percebemos pacientes desestruturados emocionalmente por falta de informação, conversa e cuidado. Isso não deveria acontecer dessa forma”, explica Luciana Holtz. Os impactos mais comuns declarados pelos pacientes após o diagnóstico são: emocional (34%), relacionamento amoroso (29%), financeiro (18%) e físicos (10%). “Focamos muito na recuperação física dos pacientes, mas muitas vezes isso não é o que mais os afeta. A equipe multidisciplinar tem papel fundamental nesse quesito. A presença de um psicólogo, fisioterapeuta, enfermeiro e assistente social pode fazer toda a diferença. Consultas de 20 minutos, por mais que sejam suficientes para comunicar ao paciente e familiar qual é o tratamento que deve ser feito, está muito longe de ser o suficiente para discutir com segurança todo o aspecto emocional e o impacto que a doença pode trazer. Acho que essa questão deva ser mais discutida e priorizada em todos os serviços (SUS e privados)”, conclui Fazoli.
Artigo – Homens e meninos com saúde
Ao nos lembrar sobre a saúde do homem, o Novembro Azul é uma oportunidade para falarmos também dos meninos. É que, desde cedo, as mães vão com as meninas aos ginecologistas, mas os pais não têm a cultura de levar os filhos aos urologistas. A campanha de conscientização é um alerta para a necessidade de mudanças de hábitos. Se em relação aos adultos uma das preocupações dos médicos é a incidência do tumor maligno de próstata, os mais jovens também correm riscos como o câncer de testículo.
Para o menino há indicação do exame da genitália externa para detecção de patologias como fimose, hidrocele (líquido derramado intraescrotal), varicocele (varizes escrotais) e criptorquidia (testículo fora da bolsa escrotal). No jovem e no homem maduro, o autoexame do testículo poderá determinar a presença de câncer testicular.
Já a inspeção da uretra pode detectar a presença de secreções uretrais (DSTs). O autoexame masculino poderá determinar a presença de verrugas próprias do HPV, ulcerações compatíveis com herpes ou mesmo com cancro sifilítico.
Tanto para os adultos como para os garotos é sempre importante ficar de olho na higiene. A tendência é que o câncer de pênis desapareça, com a maior conscientização da população mundial sobre a limpeza pessoal, segundo estudos na área médica.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo a atingir a população masculina, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Por isso, vale sempre ressaltar a importância da realização dos exames preventivos. Eles não visam evitar a doença, mas diagnosticá-la previamente e com isto permitir a instituição de um tratamento rápido, o que pode levar a evitar as mortes.
Outra arma contra a doença é o exame do toque transretal da próstata. Através do exame digital da glândula, o urologista pode avaliar o seu tamanho, a superfície, os contornos, a mobilidade, a sensibilidade e especialmente a consistência. É o toque com o dedo que indica se a próstata está dura ou se possui nódulos, e essas informações podem falar sobre a existência de um câncer.
O toque deve ser feito em paralelo ao exame de sangue que verifica a dosagem de uma enzima produzida pela próstata, chamada de PSA. A análise pode falhar em até 16% dos casos. Um exame não exclui o outro. Existe também a ultrassonografia da próstata, que pode falhar em mais de 40% dos casos. Recentemente, exames de imagem mais sofisticados, tais como a RM funcional prostática e até o PET-CT de PSMA, vieram trazer subsídios valiosos para o diagnóstico. A conjunção de todos esses exames pode diminuir o número de falhas na detecção quando bem utilizados.
O toque prostático ajuda a diagnosticar e a diferenciar a hipertrofia benigna da próstata e o câncer da próstata. Se o paciente apresenta um histórico familiar de câncer de próstata, de mama e de cólon recomenda-se que o primeiro exame seja feito entre 40 e 45 anos e, depois, anualmente. Podemos incluir no rol das pessoas de risco também os afrodescendentes, já que a incidência de câncer de próstata é maior entre eles. O recomendável é fazer o exame após os 50 e repeti-lo todos os anos.
É preciso ficar sempre atento às mudanças do nosso corpo, sem medos. Quanto mais cedo aprendermos a lição, melhor para a nossa saúde e a de quem amamos.
Pedro Paulo de Sá Earp é urologista e professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (RJ)
Setor de check-up do Hospital Marcelino Champagnat ajuda na prevenção do câncer de próstata
Novembro Azul é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros e as maiores vítimas são homens a partir dos 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
No Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), o cuidado com a prevenção não só do câncer de próstata, mas de vários tipos de doenças começa com o serviço de check-up, que oferece uma série de consultas médicas com especialistas e exames laboratoriais e de imagem em um único dia, no mesmo local.
O atendimento é personalizado e considera a faixa etária, sexo, hábitos de vida e antecedentes, além de características individuais, familiares, ambientais e profissionais do paciente. O objetivo é prevenir problemas de saúde que possam ocorrer no futuro.
A coordenadora do check-up executivo do Hospital Marcelinho Champagnat e médica cardiologista, Aline Alexandra Iannoni de Moraes, explica que a ideia é avaliar o global para a detecção precoce de doenças cardiovasculares e neoplasias, como o câncer de próstata. “O paciente faz os exames e é avaliado por diversos profissionais como fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas”, explica.
Tabagismo
No caso da prevenção especificamente do câncer de próstata, o paciente faz a dosagem do PSA, além do exame físico urológico. Segundo a médica, o que influencia muito neste caso é o estilo de vida do paciente, que deve ficar longe dos principais fatores de risco relativos ao câncer de próstata, e o principal deles é o tabagismo. “A indicação é a suspensão imediata desse hábito, e não tem aquela história de que a pessoa só fuma um cigarro por dia. Tem que parar totalmente”, afirma. Ela explica que o histórico familiar é muito importante e quem tem pai ou avô que tiveram câncer de próstata, deve fazer um check-up anualmente.
A ideia do check-up é fazer com que os especialistas conversem entre si e possam fazer uma avaliação global do paciente. “Realmente conseguimos fazer um acompanhamento para que a pessoas estejam a cada ano um pouco melhor “, complementa a médica.
Prevenção
Adotar hábitos saudáveis diminui o risco de várias doenças, inclusive o câncer. Recomendamos:
- Manter uma alimentação saudável e equilibrada;
- Não fumar;
- Identificar e tratar adequadamente a pressão alta, diabetes e problemas de colesterol;
- Manter um peso saudável;
- Praticar regularmente atividades físicas.
Hospital Universitário de Jundiaí realiza campanha do Novembro Azul com seus colaboradores
Novembro Azul é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros e as maiores vítimas são homens a partir dos 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
Pensando nisso, a comissão de Eventos e Humanização do Hospital Universitário de Jundiaí (SP) realizou uma campanha junto aos colaboradores da instituição. Informativos e brincadeiras com um painel para fotos foram montados para chamar atenção para a importância da campanha.
A conscientização foi realizada em todos os turnos.
O que é a próstata
A próstata é uma glândula masculina que tem forma de uma noz e fica logo abaixo da bexiga e à frente do reto. O órgão envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina é eliminada da bexiga.
O que é câncer de próstata?
Durante o funcionamento da próstata, algumas células podem se desenvolver e multiplicar de forma anormal, provocando o surgimento de um tumor. O câncer de próstata é o segundo mais incidente entre os homens no Brasil, apenas atrás do câncer de pele não melanoma. Estima-se 68.220 mil novos casos da doença no país, em 2018. O risco estimado é de cerca de 66,12 novos casos para cada 100 mil homens.
Sintomas
A doença pode não apresentar (ou apresentar poucos) sintomas em sua fase inicial. Em alguns casos, os sinais são parecidos com os do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Na fase mais avançada, o paciente pode ter dores nos ossos, sintomas urinários ou, nos casos mais graves, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Ressonância magnética pode evitar biópsias desnecessárias para investigação de câncer de próstata
Anualmente, o mês 11 é marcado pela campanha Novembro Azul, cujo objetivo é conscientizar a população sobre a importância de prevenir e diagnosticar precocemente o câncer de próstata. Na área médica, existem diversos estudos em andamento que contemplam o tema, e a área de radiologia está muito envolvida nesses processos. Recentes evidências científicas apontam que a ressonância magnética deve ser considerada para todo paciente com suspeita da doença, mudando o paradigma sobre a atuação médica necessária.
Um estudo recente traz uma nova perspectiva sobre o procedimento padrão, que, até recentemente, consistia na realização de biópsia – coleta invasiva de amostra de tecido ou células para análise – da próstata às cegas, sem a certeza da presença e da localização precisa de uma lesão neoplásica. Publicado pelo New England Journal of Medicine, o trabalho revela, entre outros dados, que 28% das biópsias feitas desta forma – às cegas –, para diagnóstico de câncer de próstata, são desnecessárias. Esse estudo, no entanto, não é o único que aponta tais evidências, mas se destaca por ter a metodologia científica mais criteriosa.
Segundo o dr. Valdair Muglia, diretor científico do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), o novo padrão indica que a ressonância magnética, como primeira abordagem, é a melhor prática. “A ressonância possui um elevado valor preditivo negativo – quando o exame é negativo, significa que a probabilidade de encontrar um câncer é muito baixa, dispensando a biópsia, salvo em casos de pacientes de alto risco. Além disso, ela é mais eficaz para diagnosticar cânceres que podem ser realmente lesivos”, argumenta o especialista.
A conduta começou a ser reforçada pelas Sociedades Europeia e Americana de Urologia, as duas maiores entidades internacionais do mundo que endossam a realização do procedimento em qualquer paciente com suspeita de câncer de próstata.
Uma nova alternativa para diagnóstico
A nova recomendação diagnóstica também aconselha que a biópsia seja feita com o auxílio da ressonância magnética, por ser um método mais sensível que a ultrassonografia isolada. O dr. Valdair explica que, atualmente, a técnica conhecida como biópsia por fusão de imagens, ou biópsia dirigida, na qual imagens de ressonância magnética são importadas para um aparelho de ultrassonografia, que localiza a área suspeita e a projeta nessas imagens, é o método padrão para colher amostras do tecido prostático.
Hospital Moinhos de Vento desenvolve ações para conscientizar homens sobre câncer de próstata
A cada 38 minutos, uma pessoa morre no Brasil vítima de câncer de próstata. De janeiro até aqui, um entre mil gaúchos descobriram ter essa doença, de acordo com estimativas. É o segundo tipo mais comum de tumor entre os homens, matando em torno de 15 mil brasileiros todos os anos.
Porém, as chances de cura e de uma vida normal após o tratamento aumentam quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico. Técnicas avançadas, como a cirurgia robótica, fazem com que o Rio Grande Sul tenha uma das mais altas taxas do mundo de sucesso e preservação da função urinária e sexual do paciente. A retirada completa do tumor é possível em 94% dos casos.
Buscando conscientizar a população masculina sobre o tema, o Hospital Moinhos de Vento está desenvolvendo uma série de ações durante o Novembro Azul. Para o chefe do Serviço de Urologia do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), Eduardo Carvalhal, combater a doença passa, em primeiro lugar, por superar os preconceitos. “Infelizmente, ainda existe uma resistência muito grande com os exames de diagnóstico, especialmente o toque retal. Muitos acham que pode afetar a masculinidade do paciente. Mas não há risco algum. É apenas um exame médico completo e fundamental”, esclarece o urologista.
Exames para diagnóstico
Eduardo Carvalhal ressalta que o câncer de próstata pode ser identificado a partir da combinação de dois procedimentos. O primeiro é a dosagem do antígeno prostático específico (PSA), por meio da coleta do sangue do paciente. O segundo envolve o exame de toque retal, em que se verifica a existência de alguma alteração de tamanho, presença de nódulos (caroços) ou tecidos endurecidos (possível estágio inicial da doença).
De acordo com o especialista, a maioria dos homens apresenta um nível de PSA abaixo de 4 ng/ml. No entanto, mesmo dentro do patamar de normalidade, podem ter um tumor maligno, às vezes até mais agressivo. Em razão disso, o exame de sangue não pode ser a única forma de diagnóstico.
O urologista aponta que, em casos iniciais e de baixa agressividade, uma estratégia que tem sido adotada é a da vigilância ativa – sem necessidade de intervenções no primeiro momento. “Um dos maiores desafios, hoje em dia, não é somente diagnosticar a doença. É avaliar quais pacientes realmente necessitam tratamento e quais podem ser acompanhados, que costuma variar entre 20 e 30% dos novos diagnósticos. Isso reduz riscos e a necessidade de intervenção”, salienta.
A história de quem já enfrentou a doença
Para alertar os homens, o Hospital Moinhos de Vento está compartilhando o depoimento de um paciente que enfrentou a doença. É um vídeo com a participação do agente de investimentos Marcos Eugenio Peres e dos médicos que o atenderam. O material aborda diagnóstico, tratamento e recuperação.
Peres conta que descuidou da prevenção, ficando cinco anos sem fazer os exames. Num check up recente, foi surpreendido pelo resultado. Desde então, percebeu que não era o único na família a passar pelo drama de um diagnóstico de câncer. “Descobri que um tio fez a cirurgia, mas ninguém tinha comentado. A mulher costuma buscar o atendimento. Já o homem espera a dor extrema. Não podemos deixar isso acontecer”, aconselha Marcos.
Confira o vídeo:
Cirurgia robótica
A campanha aborda também os tipos de tratamento disponíveis. Os mais comuns são radioterapia e cirurgia. Entretanto, cada caso deve ser avaliado pelo médico, em conjunto com o paciente.
Uma nova técnica que tem apresentado algumas das melhores taxas de sucesso é a cirurgia robótica. De acordo com o coordenador do Núcleo de Cirurgia Robótica do Moinhos de Vento, André Berger, o Rio Grande do Sul possui uma das equipes mais experientes na área. São mais de três mil casos atendidos e um dos melhores resultados da América Latina. Só na instituição, já foram realizadas mais de 200 procedimentos.
O conhecimento desses profissionais é compartilhado com equipes de outras regiões do Brasil. Neste mês, foi realizado o curso Hands On, de introdução à Cirurgia Robótica, e o 2º Workshop de Cirurgia Robótica.
Novo curso de formação
O Hospital também está lançando um curso de extensão com objetivo de preparar cirurgiões para operar com robôs. A primeira turma inicia a formação em março de 2020. Com duração de seis meses e dividido em módulos mensais, a programação abordará em detalhes os aspectos técnicos dos procedimentos robóticos urológicos. Os profissionais farão uma imersão na tecnologia. O último módulo será realizado na University of Southern California (USC), instituição americana que é referência mundial na área.
O coordenador do Núcleo de Medicina Robótica do Moinhos de Vento ressalta que o curso supre uma lacuna importante na formação de cirurgiões robóticos no Brasil. “Com essa capacitação, os colegas terão contato com o time que tem uma das maiores experiências do mundo em educação e disseminação de conhecimento nessa área. E poderão se familiarizar com a tecnologia”, conclui Berger.
Como as emoções interferem no câncer de próstata
Novembro é o mês marcado para se lembrar a importância de diagnosticar precocemente o câncer de próstata. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de próstata é o segundo mais comum, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Se considerarmos a totalidade da população, este tipo de câncer continuará a ocupar o segundo lugar em incidência.
Caracterizada como doença da terceira idade, as maiores ocorrências são observadas em homens acima dos 65 anos (75% dos casos mundiais são detectados nesta faixa etária). No Brasil, estima-se que em 2019 ano serão descobertos 68.220 casos desse tipo de câncer, ainda de acordo com o INCA. É um número alto que serve de alerta para a relevância da conscientização e das campanhas para a detecção precoce perante o público-alvo.
Os números não mentem. A medicina tradicional avançou e muito quanto a qualidade do diagnóstico e tratamento do câncer de próstata. Mas a questão que me leva a falar sobre o assunto vai além: o sucesso na prevenção e no tratamento pode ser maior, caso descubramos o que o causou. Aprofundando mais o raciocínio, se desde a primeira divisão celular já temos os genes que determinam que teremos câncer, por que não nascemos com a doença? Por que o câncer só aparece em determinada época de nossas vidas? Será que as emoções e as escolhas que fazemos em nossas vidas podem oferecer respostas?
A Nova Medicina Germânica desenvolvida na Alemanha pelo oncologista Dr. Ryke Geerd Hamer, buscou alternativas. Baseando-se em na própria experiência com o câncer de testículo diagnosticado após a perda de seu filho, Dr. Hamer concluiu uma possível ligação entre a doença física e o trauma psicológico. Em seguida, passou a analisar detalhadamente o histórico pessoal e os exames clínicos de seus pacientes, procurando informações que contribuíssem ou refutassem a linha de raciocínio. O resultado: mais de 50 estudos publicados explicando a ligação entre os dois universos.
Não podemos afirmar que o câncer de próstata é puramente uma questão emocional. A genética é algo forte e, por vezes, inquestionável. Em paralelo, não podemos esquecer que a mente exerce poder em nossas ações e em nosso corpo. É necessário lembrar que desde o surgimento da vida no planeta Terra até o surgimento da espécie humana, a natureza investiu cerca de 3,5 bilhões de anos em erros e acertos, exterminando aqueles que não se adaptaram.
Dessa forma, percebemos que tanto os animais como os seres humanos possuem os mesmos programas biológicos de sobrevida. Após tantos anos, seria no mínimo estranho supor que a natureza poderia errar ou que estaria a nos punir através dessas doenças “malignas”. Precisamos entender o que representa a próstata, sua função biológica e, só a partir disso, associar possíveis conflitos à função dela.
Próstata
A próstata é uma glândula exócrina, do tamanho de uma bola de golfe, que faz parte do sistema reprodutor masculino e está localizada abaixo da bexiga. Sua função é produzir e armazenar um líquido incolor que, juntamente com os espermatozoides, constitui o sémen, ajudando a neutralizar a acidez da vagina, além de ajudar na nutrição dos espermatozoides, até que cheguem aos óvulos e sejam fecundados.
É importante entender que a próstata, no homem, é o correspondente biológico do útero nas mulheres, de forma que ambos estão diretamente relacionados à reprodução humana. Isto nos faz pensar: caso o homem esteja passando por algum evento relacionado a situações que exijam dele voltar a ser “o lobo alfa” para manter o “clã coeso”, possivelmente colocará o seu sistema reprodutor em hiperfunção novamente, na tentativa de voltar a ser o responsável pela manutenção da espécie.
O câncer de próstata foi analisado em vários pacientes do Dr. Hamer, que descreveu suas observações em alguns casos de hiperfunção:
- Pai que descobre que o filho é homossexual e não pode dar continuidade a família. Sob o ponto de vista emocional, ele precisa voltar a ser o lobo alfa;
- Pai que descobre que a filha vai ser mãe solteira;
- Pai que descobre que o filho tem algum problema de esterilidade;
- Pai que descobre que o genro está traindo sua filha;
- Homens que se relacionam com mulheres mais jovens e são trocados por outro mais jovem;
- Homens que se relacionam com mulheres mais jovens e não conseguem acompanhar a performance ou não se sentem capazes de acompanhar.
Decodificação Mente Corpo
Diante de tantos fatos, não faz sentido ignorar tratamentos auxiliares que complementam a medicina convencional. A DMC – Decodificação Mente e Corpo (criada por mim e aplicada desde 2017), é um conjunto de técnicas que visa detectar eventos traumáticos capazes de influenciar a aparição de diversas doenças, além de complementar o tratamento médico. Desde o início, a DMC vem apresentando resultados satisfatórios.
Com a técnica, o paciente descobre eventos traumáticos e atua sobre eles por meio da regressão, pela hipnose. Assim, tem a chance de ressignificar em tempo real aquilo que impede o corpo de tentar melhorar. É a única técnica diagnóstica que encontra o problema/desequilíbrio psicológico e o corrige em tempo real, durante a sessão.
A técnica DMC prevê a pesquisa de variadas informações emocionais dos pacientes, de modo que possam dar novo significado às emoções, através de protocolos que envolvem hipnoterapia, constelação familiar e tomada de consciência. Com as ações, acreditamos que o corpo possa recuperar a capacidade de autocura.
Porém, é fundamental salientar; a pessoa que está enfrentando situações conflituosas, como mencionadas neste artigo e observadas pelo Dr. Hamer, precisa buscar ajuda para resolver conflitos e emoções, a fim de dar ao corpo a chance de não ser forçado a se adaptar às demandas exigidas por circunstâncias externas que comprometem seu funcionamento biológico saudável.
Estudo para tratamento de câncer de próstata avançado segue para nova etapa em 2020
A terceira fase do estudo HERO alcançou seu objetivo primário de eficácia e todos os seis objetivos secundários em homens com câncer de próstata avançado, de acordo com os desenvolvedores do medicamento em análise.
Os resultados até o momento levaram os pesquisadores a solicitar ao FDA (Food and Drug Administration), a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, autorização para a próxima etapa no segundo trimestre de 2020. Se aprovado, pesquisadores afirmam que o medicamento se tornaria a primeira opção oral do gênero para o tratamento do câncer de próstata avançado.
O estudo clínico multinacional randomizado tem avaliado a segurança e a eficácia do medicamento relugolix oral em homens com câncer de próstata avançado sensível ao andrógeno, que necessitaram de pelo menos um ano de terapia contínua de privação de androgênio.
O relugolix é um antagonista dos receptores do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) de molécula pequena, que reduz a produção de testosterona testicular e a produção de estradiol ovariano.
O estudo
Os pacientes foram randomizados em uma proporção de 2:1 para receber uma dose única de 360 mg de relugolix, seguida de 120 mg de relugolix uma vez ao dia ou injeção de depósito de acetato de leuprorrelina por 3 meses.
O desfecho primário foi alcançar e manter a supressão de testosterona nos níveis de castração (<50 ng / dL) por 48 semanas.
No geral, 96,7% dos participantes que receberam a medicação alcançaram supressão sustentada de testosterona até os níveis de castração (IC 95%, 94,9% -97,9%).
Além de outras vantagens do medicamento em comparação ao acetato de leuprorrelina, os resultados farmacodinâmicos não mostraram aumento da testosterona após o início do tratamento. Após descontinuado o uso, os níveis médios retornaram aos níveis normais em 90 dias.
Os eventos adversos mais frequentes, relatados em pelo menos 10% dos homens medicados, foram ondas de calor, fadiga, constipação, diarreia e artralgia.
Próxima fase
Cerca de 1.100 pacientes devem ser incluídos no estudo no próximo ano, incluindo aproximadamente 430 pacientes com câncer de próstata metastático. A entrada de novos integrantes ao estudo deve apoiar a análise de sobrevida livre de resistência à castração.
Novos dados são esperados para o terceiro trimestre de 2020.
Artigo – Novembro Azul: prevenção ou mercantilização?
Criado em 2003, na Austrália, o movimento “Novembro Azul” teve como objetivo inicial chamar a atenção para a prevenção e diagnóstico precoce de doenças que acometem a população masculina. No Brasil, a campanha chegou em 2011, por meio do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL). Neste período, uma série de iniciativas foram desenvolvidas. No entanto, de acordo com nossa percepção, houve um desvio de propósito, reduzindo a saúde do homem ao diagnóstico precoce do câncer de próstata.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, em 2019, estima-se mais de 68 mil novos casos de câncer de próstata no país. Os números são relevantes, porém não dizem nada sobre a eficácia da campanha “Novembro Azul”, do modo como é sugerida e que traga benefícios reais à saúde dos homens de maneira integral: as recomendações para detecção precoce de câncer de próstata não são baseadas em evidências científicas.
A abordagem atual é prejudicial porque indica que homens saudáveis, acima de 50 anos, mesmo sem nenhum sintoma, busquem um médico para realização de exames preventivos, entre eles, o exame de toque e o de sangue chamado Antígeno Prostático Específico, mais conhecido como PSA. Este último, é um exame muito sensível, capaz de detectar elevações nos níveis do antígeno prostático, potencialmente relacionadas ao câncer de próstata. Porém, essa elevação não significa necessariamente que o paciente possui a doença, ou seja, não é um exame específico para a confirmação do diagnóstico: sozinho ele não é capaz detectar efetivamente o câncer de próstata.
Logo, como não há uma relação inequívoca entre a elevação do PSA e o câncer de próstata, em muitos casos o exame gera resultado positivo, desencadeando uma cascata investigativa, com exames invasivos como uma biópsia de próstata, para no final chegar à conclusão de que se tratava de um resultado falso-positivo. Até receber o resultado conclusivo, o estado emocional do homem já foi afetado, principalmente, pela ansiedade causada pela alteração laboratorial do PSA e pela expectativa do diagnóstico de uma doença frequentemente associada à morte.
Além dos falsos-positivos, a realização do PSA neste contexto leva também ao sobrediagnóstico do câncer de próstata, ou seja, diversas pessoas sem sintomas são diagnosticadas com uma doença que, no fim das contas, não causará sintomas ou morte precoce. Algo importante de se comunicar, mas muito contraintuitivo: mesmo o resultado de uma biópsia positiva de câncer de próstata, ou seja diagnóstico de câncer, não está inequivocamente relacionado ao adoecimento e morte prematuros.
A evolução natural do câncer de próstata é imprevisível, especialmente nos casos em que a detecção foi mais precoce, sendo no entanto muito mais comum nestes casos uma evolução lenta e gradativa, colocando em dúvida se a melhor opção é o tratamento do câncer, que frequentemente leva à impotência sexual e outras complicações urinárias e sistêmicas, ou se a melhor opção é não tratar, dado que o homem diagnosticado neste contexto não apresentava sintomas. Aqui temos um problema: prescrever exames de PSA para toda população, indiscriminadamente, em pacientes assintomáticos com mais de 50 anos produz piora na qualidade de vida dos homens – boa parte deles serão submetidos a exames invasivos e tratamentos desnecessários. Movimenta-se “o mercado da doença”, mas isso não é garantia de saúde para população.
O ponto que levantamos aqui é: não é possível afirmar que o diagnóstico precoce pelas vias atualmente disponíveis leve ao aumento da qualidade e expectativa de vida de um paciente diagnosticado com câncer de próstata. No entanto, é possível afirmar que a realização em massa destas ‘medidas preventivas’ produz piora da qualidade de vida.
Um estudo feito pela “Cochrane Database of Systematic Reviews” (em português, Banco de dados Cochrane de Revisões Sistemáticas), em 2013, rastreou cerca de 2 mil homens, com 50 anos ou mais. Divididos em dois grupos de mil, o primeiro não fez o PSA. Ao longo da pesquisa, sete homens morreram devido ao câncer de próstata e 210 morreram por outras causas.
Em paralelo, o estudo apontou que, dos outros 1 mil homens, na mesma faixa etária, que foram assistidos e acompanhados durante os exames, sete morreram por causa do câncer de próstata – a mesma quantidade que no primeiro grupo; 200 morreram por outras causas – a mesma quantidade novamente, e 180 homens foram expostos a biópsia e suas potenciais complicações, sendo que no primeiro grupo nenhum homem precisou passar por isso. Além disso, 20 homens foram diagnosticados e tratados para o câncer de próstata desnecessariamente.
O Manual do Câncer de Próstata, elaborado pelo Ministério da Saúde, orienta que se o paciente sadio chegar com o pedido de exames – porque foi impactado pela campanha, que o induz a fazer exames equivocadamente – ele deve ser orientado quanto aos riscos inerentes ao processo, entendendo quais são os prós e contras da realização do PSA, por exemplo. Já o Caderno de Atenção Primária de Rastreamento de Doenças, do Ministério da Saúde (MS), esclarece que o “nível de evidência ainda é insuficiente para tecer recomendações a favor ou contra a adoção do rastreamento para o câncer de próstata em homens assintomáticos com idade inferior a 75 anos. Não há evidências que essa prática seja eficaz ou as evidências são pobres e conflitantes e a relação custo-benefício não pode ser determinada”. Neste caso, o MS fica em cima do muro.
O Brasil ainda é um dos poucos países que adotam esse tipo de sugestão para a realização do PSA. Em países desenvolvidos essa conduta é contra indicada, principalmente como uma medida populacional. Entenda: não estamos desmerecendo o câncer de próstata como uma real problema de saúde que afeta os homens, e sim indicando que a realização do exame PSA não deve ser propagandeada desta forma. O que questionamos é que tentar impedir a evolução da morte por câncer de próstata usando a realização do PSA como ferramenta de prevenção não é melhor do que esperar o homem apresentar sintomas, diagnosticar e tratar. Remediar, neste contexto, é melhor do que prevenir.
János Valery Gyuricza é Head de Medicina na Cuidas, startup que conecta empresas com médicos e enfermeiros para atendimentos no próprio local de trabalho. Médico formado pela Universidade de São Paulo, com residência em Medicina de Família e Comunidade no Hospital das Clínicas, na mesma universidade. É doutorando pelo Departamento de Medicina Preventiva (USP), em parceria com a Research Unit for General Practice da Universidade de Copenhague
Rafael Barreto Coelho é Head de Enfermagem na Cuidas, startup que conecta empresas com médicos e enfermeiros para atendimentos no próprio local de trabalho. Enfermeiro formado pela Universidade de São Paulo, com residência em Atenção Básica em Saúde da Família, na mesma universidade. É mestrando pelo Departamento de Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da USP, em parceria com o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Câncer de próstata: olhar multidisciplinar é essencial no tratamento ao paciente
Todos os anos, mais de 60 mil homens recebem o diagnóstico de câncer de próstata no Brasil. Apesar de 75% dos casos ocorrerem após os 65 anos, pode acontecer em qualquer idade e se intensifica após os 50, atingindo boa parte da população masculina ainda em faixa etária produtiva. Nesse cenário, apenas tratar o câncer não é o suficiente para reestabelecer a qualidade de vida desses homens, reforçando a necessidade de uma abordagem médica multidisciplinar.
“Hoje em dia, o trabalho em conjunto entre diversas especialidades é o principal pilar dos grandes centros de oncologia. A equipe precisa se reunir e dialogar com frequência sobre todos os aspectos da saúde do indivíduo. Pode ser que, além do oncologista, um mesmo paciente precise de urologista, cardiologista, radioterapeuta, fisioterapeuta ou educador físico e psicológo”, destaca o oncologista clínico e coordenador de Uro-oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Ariel Kann.
O acompanhamento psicológico é, inclusive, uma das principais frentes da terapia oncológica, já que o paciente precisa lidar melhor com as implicações ocasionadas pelo câncer e ter motivação para os processos do tratamento. Segundo o especialista, diversos estudos já comprovaram ao longo dos anos que, quando há engajamento do paciente na busca da cura, aumenta-se a satisfação em viver e a disposição para se tratar, ocasionando melhores resultados.
Ao ser diagnosticado com doença avançada, será necessário reduzir o nível de androgênios (hormônios masculinos) e alguns efeitos podem ser incômodos para o paciente. “O tratamento pode mexer com a qualidade de vida do homem, já que pode apresentar queda de libido, disfunção sexual, ondas de calor, perda de massa óssea e muscular, fadiga e aumento do risco cardiovascular”, explica.
O paciente que passa por tratamento hormonal deve ser orientado a ter uma rotina saudável para que todo o processo tenha o menor impacto possível no seu bem-estar. Entre as dicas para uma vida melhor, estão hábitos como manter uma alimentação equilibrada, evitar o consumo de bebidas alcoólicas em excesso, parar de fumar, procurar ter um sono reparador, realizar atividades de lazer e relacionamento social com amigos e familiares e praticar exercícios físicos regularmente.
Além disso, cerca de 33% de quem sofre com câncer de próstata avançado apresenta também uma complicação cardiovascular associada. Nesses casos, os cuidados devem ser ainda maiores. “Do ponto de vista preventivo, uma análise dos fatores de risco: tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, obesidade, colesterol elevado, entre outros, e o controle destes é o primeiro passo. Ao oncologista, cabe escolher as medicações mais bem toleradas e que são mais seguras do ponto de vista cardiovascular”, completa o oncologista.
Cristo Redentor vestirá camisa em prol da campanha
Em alusão à campanha Novembro Azul, criada em 2011 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), o Cristo Redentor (RJ) recebe, em 29 de novembro, luzes azuis para chamar atenção da população para a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, que em 2017 foi o responsável por 15 mil mortes no Brasil e, em 2018, foram diagnosticados 68 mil novos casos, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer).
O principal ponto turístico da cidade do Rio de Janeiro ficará azul entre 19h30 e 21h. A ação, promovida pelo LAL, tem como objetivo reforçar aos homens de todas as idades que eles devem estar atentos aos cuidados com a saúde de forma integral, em todas as fases da vida e não somente dar atenção à próstata, na fase adulta.
Durante a tarde, a presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, estará no Rio de Janeiro e poderá participar de entrevistas, contanto a historia da criação da campanha e o intenso trabalho de prevenção da saúde realizado pelo Instituto e, também, sua atuação junto aos legisladores e gestores públicos para influenciar a criação de políticas públicas voltadas a melhorar o acesso dos homens aos sistemas público e privado de saúde.
Em 2019, o LAL produziu uma ampla pesquisa, “Um Novo Olhar para a Saúde do Homem”, realizada em parceria com a Área de Inteligência de Mercado da Editora Abril, que fez um mapeamento das percepções e os cuidados com a saúde de 2.405 brasileiros, de distintas idades e das cinco regiões do país. A pesquisa mostra de que forma esses homens cuidam do coração, da sua saúde urológica e encaram os temas que abalam a saúde emocional.