O home care, ou Serviço de Atenção Domiciliar, tem auxiliado milhares de pessoas por meio do atendimento de profissionais de saúde que proporcionam tratamento no domicílio do paciente, beneficiando-o com maior conforto, segurança e qualidade de vida.
De acordo com dados do censo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o Núcleo Nacional de Empresas de Serviço de Atenção Domiciliar (Nead), o setor cresceu 22% nos últimos dois anos. São 830 empresas que prestam o serviço, responsáveis pelo atendimento de aproximadamente 300 mil pacientes.
Para auxiliar no melhor entendimento sobre os critérios que estão envolvidos para ter acesso ao serviço, especialistas da AssistCare, empresa voltada à assistência domiciliar com unidades nos estados de Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, e da BSL Saúde, empresa especializada em cuidados pós-agudos, esclarecem as principais dúvidas recorrentes sobre essa modalidade de cuidados.
Acesso ao serviço
O diretor médico da BSL Saúde, da qual a AssistCare faz parte, explica que a decisão sobre a necessidade desse tipo de serviço parte inicialmente do médico, responsável por requerer o atendimento à operadora de saúde.
“Além da solicitação médica, há critérios técnicos previamente definidos pelo Nead para embasar o pedido e que são avaliados pelas operadoras de saúde. Quando o serviço é autorizado, a empresa de home care faz uma avaliação e elabora o Programa de Atendimento Domiciliar (PAD), contemplando as indicações de atendimento que serão prestadas ao paciente”, explica o Dr. Felipe Vecchi.
No âmbito público, o Ministério da Saúde contempla a assistência de Atenção Domiciliar a diversas complexidades clínicas através das equipes de saúde da família do SUS. Já no setor privado, o serviço não integra o rol de cobertura obrigatória da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e, por isso, operadoras de planos de saúde têm autonomia para contratá-lo.
“Desde o final da década de 90, elas utilizam o home care como importante ferramenta de gestão de custos, já que as diárias são mais baixas que a estada em hospital. Além disso, o serviço reduz o risco de infecções hospitalares e contribui para a reabilitação de pacientes, que retornam às suas casas junto aos seus familiares,” explica a gerente operacional da AssistCare, Rosana Vieira.
Serviço é diferente de cuidador
Pelo tratamento ser feito na residência do paciente, há quem confunda a atuação do profissional do home care com o trabalho de um cuidador.
Rosana esclarece que são serviços distintos, tanto no aspecto operacional quanto em sua finalidade. O primeiro, engloba uma equipe treinada e graduada, que presta um atendimento técnico, com conhecimento especializado para lidar com o problema de saúde do paciente. Já o cuidador é responsável por auxiliar “o indivíduo com alguma limitação física ou cognitiva que necessita de acompanhante, a fim de desempenhar suas atividades de vida diária”, informa. Mudança de posição na cama, banho, e troca de fraldas são alguns exemplos.
Perfil de paciente
A elegibilidade dos pacientes é definida levando em conta critérios técnicos do Nead, mas, de maneira geral, são pessoas enfermas que não podem se deslocar à rede credenciada para atendimento.
No contexto de pacientes acamados, a solicitação do home care pode ser feita diante de problemas como: sequelas de AVC, fratura de fêmur que impossibilita o apoio da perna, demências em estágio avançado e doenças neurológicas ou motoras que impeçam o deslocamento ao tratamento.
“Pessoas com alta complexidade de cuidados, por exemplo, que possuem traqueostomia ou algum tipo de ventilação mecânica (por aparelhos) também são elegíveis para a assistência domiciliar”, explica Vecchi. O serviço também pode ser requerido por quem enfrenta doenças oncológicas em grau avançado e que necessitam de cuidados paliativos.
Definição do tipo de assistência
O Programa de Atenção Domiciliar, elaborado pela empresa de Home Care, definirá o tipo de serviço profissional prestado na residência do paciente. De acordo com Rosana, para estabelecer esse plano de cuidados, o setor se baseia no score Nead, instrumento do qual foi uma das autoras. “Utilizamos esse parâmetro para analisar as necessidades do paciente, de acordo com a sua condição clínica”, completa.
Especialidades contempladas
Profissionais de quase 20 especialidades fazem parte do serviço de Home Care. A área médica, por exemplo, é composta por geriatras, paliativistas, neurologistas, fisiatras, nutrólogos e pediatras. Enfermeiros generalistas, pediátricos, paliativistas e especialistas em Gestão em Saúde também estão na modalidade, bem como, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas, assistente social, terapeuta ocupacional e gerontólogo.