Uso de antibióticos antes dos dois anos está associado com problemas de saúde na infância

Em um estudo retrospectivo, pesquisadores da Mayo Clinic descobriram que antibióticos administrados em crianças menores de dois anos estão associados com várias doenças ou condições recorrentes, desde alergias até obesidade. As descobertas estão na Mayo Clinic Proceedings.

Usando registro de dados de saúde do Rochester Epidemiology Project (Projeto de Epidemiologia Rochester), uma colaboração de pesquisa baseada em população em Minnesota e Wisconsin, os pesquisadores analisaram dados de mais de 14.500 crianças. Cerca de 70 por cento delas tinham recebido pelo menos um tratamento de antibióticos para doença antes dos dois anos de idade. As crianças que receberam múltiplos tratamentos de antibiótico tinham mais propensão a ter várias doenças ou condições mais tarde na infância.

Os tipos e frequência das doenças variaram dependendo da idade, tipo de medicação, dose e número de doses. Também houve algumas diferenças entre meninos e meninas. As condições associadas com uso precoce de antibióticos incluíram asmarinite alérgica, problemas com peso e obesidade, alergias alimentares, transtorno do déficit de atenção com hiperatividadedoença celíaca e dermatite atópica. Os autores especulam que mesmo que os antibióticos possam apenas afetar transitoriamente o microbioma e a coleção de microbiomas no corpo, isso pode ter consequências de longo prazo na saúde.

“Nós queremos enfatizar que esse estudo mostra associação, não causa, dessas condições,” diz Nathan LeBrasseur, Ph.D., pesquisador no Centro de Envelhecimento Robert e Arlene Kogod da Mayo Clinic e autor sênior do estudo. “Essas descobertas fornecem a oportunidade de focar pesquisas futuras em determinar abordagens mais confiáveis e seguras em relação a sincronia, dose e tipos de antibióticos para crianças nesse grupo etário.”

Embora dados recentes mostrem um aumento em algumas das condições da infância envolvidas no estudo, os especialistas não estão certos quanto ao motivo. Além da questão da resistência a múltiplos fármacos, os antibióticos são considerados presumidamente seguros pela maioria dos pediatras.

Os pesquisadores também dizem que o objetivo final é fornecer orientações práticas para os médicos sobre a maneira mais segura de usar antibióticos cedo na vida.

Outros coautores do estudo são Dra. Zaira Aversa, Ph.D., primeira autora; Elizabeth Atkinson; Marissa Schafer, Ph.D.; Dra. Regan Theiler, Ph.D.; e Dr. Walter Rocca, todos da Mayo Clinic, e Dr. Martin Blaser, da Rutgers University.

O estudo foi apoiado pela Pritzker Foundation (Fundação Pritzker), Leonard and Mary Lou Hoeft Fund in Healthy Aging and Independent Living Research (Bolsa Leonard e Mary Lou Hoeft para Pesquisa em Envelhecimento Saudável e Vida Independente), Rochester Epidemiology Project (Projeto em Epidemiologia Rochester), C&D Fund (Fundo C&D), e Transatlantic Networks of Excellence of the Leducq Foundation (Redes de Excelência do Transatlântico da Fundação Leducq).

O Rochester Epidemiology Project tem sido apoiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA desde sua concepção há mais de 50 anos.

Redação

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