Hospital Estadual de Doenças Tropicais realiza dinâmica sobre prevenção ao suicídio com pacientes da unidade

Profissionais da Terapia Ocupacional, Psicologia e de Fonoaudiologia participaram do encontro

Em celebração ao Setembro Amarelo, a equipe de Terapia Ocupacional em parceria com a Psicologia e Fonoaudiologia  do Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), em Goiânia (GO), promoveu no dia 18 de setembro, uma roda de conversa com os pacientes e familiares da unidade para discutir sobre prevenção ao suicídio.

Com mensagens nos balões e lacinhos na cor amarelo, a equipe realizou uma dinâmica para debater mitos e verdades sobre o tema. Para o Manuel (nome fictício utilizado para proteger a identidade do paciente, o suicídio é um problema social sem distinção e que necessita de um olhar atencioso e sem julgamento. “Pessoas com problemas sentimentais, com problemas financeiros, dependentes químicos, pessoas com depressão e ansiedade, precisam ser levadas a sério. Temos que nos importar com o próximo, e procurar ter um envolvimento emocional para estender a mão para quem necessita de ajuda”.

No Brasil, uma pessoa se suicida a cada 45 minutos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O psicólogo do HDT, Cássio Fernandes, explicou durante a atividade que o suicídio e a depressão estão por trás de vários fatores, e na maioria das vezes, é perceptível no comportamento do indivíduo. “Precisamos dar mais atenção ao isolamento, às mudanças fortes de humor, e ao uso de frases alarmantes”.

A terapeuta ocupacional do hospital, Marilda Polônio, com especialização em Saúde Mental, ainda enfatizou que segundo a OMS, o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo. “O índice tem aumentado na faixa etária ainda mais jovem, de 15 a 19 anos, por isso a importância da abordagem sobre o tema na comunidade (hospitais, escolas e centro de convivências), como forma de alerta”.

Durante a dinâmica, Sergio*, internado no hospital há 93 dias, ressaltou a importância da equipe ao realizar esse tipo de atividade. “Estamos todos no mesmo barco, e esse momento acaba servindo como um espaço para colocar os nossos sentimentos para fora, desabafar um pouco, e uma oportunidade de refletir com pessoas que estão passando por problemas parecidos”.

A psicóloga da unidade, Renata Fonseca, explicou a relevância do hospital em oferecer um canal de abertura e diálogo com os pacientes e acompanhantes. “É preciso discutir sobre os sinais de alerta, mostrar as possibilidades e principalmente não falar somente sobre a morte, mas enfatizar a valorização da vida”. “Aqui no HDT tem muitos pacientes com casos de tentativas, e é algo que necessita ser trabalhado constantemente. Tanto a equipe quanto os familiares desses pacientes precisam estar atentos”.

Coordenada pela equipe de Terapia Ocupacional, a Roda de Conversa acontece toda quinta-feira, às 10h da manhã, como forma de integração entre a equipe multiprofissional e os pacientes e seus familiares. Com temas diversos, e atividades interativas, o encontro tem como intuito promover a reflexão, a relação interpessoal e a troca de experiências.

Redação

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