A necessidade de criar um novo escore clínico para identificação de isquemia miocárdica foi o que apontou um estudo realizado na Quanta Diagnóstico por Imagem, premiado com o primeiro lugar em “Temas Livres” no 75º Congresso Brasileiro de Cardiologia ocorrido nos dias 20 a 22 de novembro. A pesquisa teve como autora principal a médica residente da Santa Casa de Curitiba Bárbara Benevides Rehme, com coordenação de Miguel Morita, cardiologista e pesquisador da Quanta Diagnóstico por Imagem.
Denominado “Performance dos escores clínicos de probabilidade pré-teste de doença arterial coronária para predizer isquemia miocárdica moderada a acentuada”, o estudo, que agora está em fase de publicação, fez uma análise retrospectiva de dez anos comparando resultados de exames de Cintilografia e escores clínicos utilizados para predizer isquemia miocárdica. Essa é a primeira vez que uma pesquisa avalia escores usando esse tipo de exame. “O estudo mostrou que os escores utilizados hoje na consulta clínica não são os mais adequados para investigar a isquemia miocárdica. Considerando que esses escores são utilizados para investigação de isquemia miocárdica, não só da obstrução das artérias, é necessário que o cardiologista use outras informações”, explica Dr. Miguel Morita.
Atualmente, os escores são calculados em uma consulta para investigar a possibilidade do paciente ter uma doença coronária ou obstrução nas artérias. Para isso, são usados dados da avaliação clínica e entrevista, como sexo, idade, fatores de risco, características da dor no peito, entre outras informações. “Esses dados ajudam a determinar qual a chance de uma pessoa ter obstrução das coronárias e definir se são necessários exames complementares. A análise desses escores já é conhecida para determinar a chance de entupimento nas artérias, mas nós investigamos se eles são bons para investigar a presença de isquemia, que é a diminuição da circulação de sangue para o coração”, revela o cardiologista.
Quando um paciente tem um escore alto, tem uma chance grande de ter obstrução, assim como quem tem escore baixo, tem menores chances. “Esses escores são tão melhores quanto maior a capacidade deles de discernir o paciente que tem do que não tem a doença”, afirma Miguel Morita.
Com os resultados obtidos, o cardiologista assinala que agora precisam ser realizados novos estudos para definir uma nova forma de investigação clínica. “Para distinguir quem tem ou não maior chance de apresentar isquemia miocárdica é necessário um novo escore que indique mais adequadamente a necessidade e o tipo de exames para o tratamento da doença coronária”, esclarece.