Fibromialgia: alívio na palma da mão

Ela não é provocada por traumas físicos e não há roxos nos locais onde ocorre. Ela é incurável e as medicações convencionais acabam por desencadear outras patologias orgânicas, formando um combo de sofrimento circular crônico. Nove entre dez pacientes acometidos são mulheres, com idade entre 20 e 55 anos. Assim é a fibromialgia, doença que afeta 2,5% da população mundial de acordo com estimativas da Sociedade Brasileira de Reumatologia, e que causa dores por todo o corpo.

Tendo o fator emocional como forte gatilho disparador da patologia, seja no seu surgimento ou no seu agravamento, a fibromialgia – também conhecida como Síndrome da Dor Generalizada -, não é possível de ser identificada por meio de exames laboratoriais ou de imagem e, por isso, o diagnóstico conclusivo é exclusivamente clínico e costuma consumir um pouco mais de tempo.

A doença é caprichosa e exige tratamento multidisciplinar. No pacote, estão médico, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista e educador físico. No entanto, nem todos os pacientes podem ter acesso a tudo isso e seguem a vida equilibrando períodos de mais e menos dor, que pode chegar a ser incapacitante desde pequenos movimentos cotidianos, como escovar os dentes ou pentear o cabelo, até pegar uma criança no colo ou trabalhar.

Tirando a dor com as mãos

A feliz e bem vinda novidade nesse cenário chegou oficialmente há um ano, por meio de um tratamento inovador para pacientes de fibromialgia, com ultrassom e laser – duas terapias muito conhecidas e consolidadas na Fisioterapia – aplicadas nas palmas das mãos. De acordo com a fisioterapeuta Karen Laurenti, Especialista em Fisioterapia Hospitalar com Enfoque em UTI e mestre em Bioengenharia, o procedimento é essencialmente diferencial em dois pontos.

“Quem sofre de fibromialgia, invariavelmente também pode sofrer com problemas estomacais em função da quantidade de medicamentos ingeridos diariamente, ou sofrer da síndrome do cólon irritável, que desorganiza o intestino, ou sofrer com quadros mais acentuados de ansiedade e depressão. E aqui está o primeiro benefício do tratamento com ultrassom e laser, que é um grande relaxamento muscular logo na primeira aplicação da terapia, gerando mais conforto ao paciente. Como o emocional é fator termômetro regulador para essas pacientes, a redução da dor e o conforto que isso traz promove ordenação na parte psíquica e, consequentemente, um impacto bastante positivo ao organismo físico, como redução de refluxos causados pelos remédios, melhora do sono e da disposição, e regularização do funcionamento intestinal”, explica Laurenti.

O outro ponto diferencial do tratamento é a aplicação simultânea do ultrassom e do laser, que não ultrapassa três minutos em cada mão, totalmente indolor e nada invasivo. Karen Laurenti esclarece que a terapia é direcionada somente para as regiões tênar, túnel do carpo e hipotênar da mão, que são as duas almofadinhas localizadas abaixo do dedão e abaixo do mindinho. “Pacientes com fibromialgia possuem mais terminações nervosas ao redor dos vasos sanguíneos presentes nessa região, conforme nos mostraram estudos científicos. Isso traz maior eficiência de resposta em relação às medicações convencionais, menor tempo de tratamento porque são duas terapias sendo aplicadas ao mesmo tempo, maior rapidez na retomada das atividades cotidianas e, claro, melhora significativa na qualidade de vida dessas pessoas, independentemente do estágio da patologia”, pontua a fisioterapeuta.

O protocolo de intervalo entre as aplicações de ultrassom e laser nas palmas das mãos é sempre em dias alternados, com até três vezes na semana, e protocolo de dez sessões, que garantem, segundo Karen Laurenti, resultados positivos que estendem o retorno da paciente para um ano. “É uma imensa satisfação saber que contribuímos com a melhora da qualidade de vida de quem sofre com fibromialgia”, entusiasma-se.

Recupero

O perfil revolucionário do tratamento da fibromialgia com terapias de ultrassom e laser vermelho é resultado de dez anos de trabalho com pesquisa agregada de ciência e tecnologia, que cumpriu as etapas de estudos in vitro, com células; estudos in vivo, com animais; e estudos clínicos com humanos, até chegar ao equipamento Recupero, estrela do ineditismo do procedimento.

Para a fase experimental do aparelho, a empresa MMOptics, instalada em São Carlos, no Interior de São Paulo, responsável pelo seu desenvolvimento e comercialização, organizou, em 2018 e 2019, junto à Santa Casa de Misericórdia de São Carlos, uma chamada em todo o Brasil para tratamento gratuito. No total, foram realizados mais de mil atendimentos com mulheres de diversos lugares do país.

A comerciante Maria de Fátima Lemos de Almeida, 60, é uma delas. Moradora de Salvador (BA), ela conta que sofreu muito com a fibromialgia antes de participar como voluntária dos testes do Recupero. “Fiz três sessões por semana, durante um mês, e o alívio foi muito grande. Hoje, um ano após o tratamento, estou sem dores, mas se precisar, farei novamente. Indiquei a todas as minhas amigas que têm o mesmo problema”, disse Fátima. Para a enfermeira Juraci Teresa Porfírio, 53, de São Carlos (SP), a melhora também foi impactante. “A terapia renovou minha qualidade de vida. Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido para mim”, afirma.

Vivendo em Cachoeirinha (RS), a vendedora Karen Luzie Souza da Silva, 48, é outra paciente que participou do programa de testes do Recupero. “Tinha muito tempo que eu não sabia o que era dormir e logo no primeiro dia de aplicação, eu voltei a dormir. As dores diminuíram muito e os meus dedos, que estavam travados, também melhoraram bastante, a ponto de eu poder retomar atividades manuais que não conseguia mais fazer. De todos os tratamentos que fiz, esse foi o único que vi efeito”, atesta a gaúcha.

Luci Guedes Fonari, 59, aposentada, de Araraquara (SP), relata melhoras de 90% em suas dores. “A diferença veio logo na segunda aplicação e, após as dez sessões, fiquei sem dores por um ano, com forte redução nas doses de relaxante muscular e anti-inflamatório. Depois desse período, repeti o tratamento e estou me sentindo muito bem. O aparelho me surpreendeu. Foi realmente muito bom. Ninguém merece sentir dor e quanto menos medicamentos a gente tomar, melhor”, comemora.

Pioneirismo

Além de todas as inovações em relação ao alcance e aos benefícios da terapia, o aparelho Recupero também apresenta novidades técnicas como sensor de acionamento, funcionamento condicionado ao toque na pele do paciente, desenho ergonômico e único no mercado nacional com a aplicação simultânea de ultrassom e laser.

O Recupero é destinado ao uso exclusivo de fisioterapeutas e a empresa fabricante oferece treinamento e suporte gratuitos aos profissionais – desde a ficha de avaliação da paciente até a correta aplicação da terapia -, ministrado online pela própria Karen Laurenti, que também é doutora e pós doutora em Engenharia Mecânica e consultora técnica junto à equipe responsável pelo projeto. Patologias agudas e crônicas, como osteoartrite, fascite plantar, neuroma de Norton, bursite e tendinopatia, entre outras, também podem ser tratadas com a tecnologia do Recupero.

Entre os sintomas que devem ser alertas para casos de fibromialgia, estão dor no corpo por mais de três meses sem causa aparente, distúrbios do sono, fadiga extrema, e quadros de ansiedade e depressão. A fibromialgia pode aparecer sozinha ou como consequência de outra patalogia.

Redação

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