HC da Unicamp deve ter equipe de cirurgia itinerante para ajudar no mutirão de cirurgias eletivas

Uma das estratégias apresentadas ontem para viabilizar o mutirão de cirurgias eletivas na região de Campinas é a criação de uma equipe de cirurgia itinerante do HC (Hospital das Clínicas). A proposta foi apresentada em uma reunião que aconteceu na sede da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas), com a presença do secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, e da diretora do Departamento Regional de Saúde de Campinas, Fernanda Penatti Ayres Vasconcelos.

Fernanda explicou que, com essa parceria, a equipe itinerante poderá levar cirurgias de média complexidade a santas casas e hospitais filantrópicos. “O ideal é que o paciente fique dentro do seu território, então a equipe itinerante vai até a cidade. A gente quer operar perto da gente. Isso é importante para o usuário”, destaca. A equipe itinerante também seria responsável pelo pré-operatório e pelo pós-operatório. A viabilidade, no entanto, depende dos gestores municipais em aceitar esta parceria.

Embora a parceria com o HC ajude no mutirão, ela não é suficiente para zerar a fila de 71,5 mil pessoas à espera de um procedimento. Para sensibilizar serviços de saúde privados, quem participar do mutirão receberá o dobro da tabela SUS (Serviço Único de Saúde). O secretário destacou que é fundamental o apoio dos hospitais privados, de forma solidária. “Precisamos entender que, neste momento, temos pessoas que sofrem”, disse, referindo-se aos pacientes que aguardam na fila.

O mutirão, que terá uma verba de R$ 350 milhões, prevê a realização de 54 tipos de cirurgias, de sete especialidades. As ações especiais desta ação, previstas para acontecerem de junho a setembro, envolvem a rede estadual, a rede SUS e a rede privada. Com isso, o tempo para a realização de todos os procedimentos que estão na fica cairia de dois anos e meio para quatro ou cinco meses.

Durante os vários pronunciamentos, foi reforçada a importância de todos se unirem, como aconteceu nos momentos mais difíceis da pandemia. “A pandemia trouxe efeitos terríveis para diversos setores. Um efeito perverso foi a suspensão dos serviços eletivos. A pandemia só agravou uma situação que já era complicada”, destacou o prefeito e Campinas, Dario Saadi, que também participou do evento.

A presidente da SMCC, Fátima Bastos, lembrou da forma como os hospitais de Campinas se uniram, com a intermediação da SMCC, na pandemia. “Muita gente nem sabe, mas hospitais públicos emprestaram medicamentos para hospitais privados e hospitais privados emprestaram para hospitais públicos”, exemplificou, para mostrar o quanto é importante que essa ajuda volte a acontecer.

A reunião contou com mais de 100 pessoas, entre elas, o presidente da RCM (Região Metropolitana de Campinas), Gustavo Reis, o reitor na Unicamp, Tom Zé, a superintendente do HC, Elaine Ataíde, prefeitos de diversos municípios, secretários de saúde da região, representantes de hospitais privados, representantes do SindHosp (Sindicato dos Hospitais), da Unimed Campinas, da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes da do Estado de São Paulo), entre outros.

Redação

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