Cerca de 30 mil crianças nascidas no Brasil, anualmente, apresentam alguma anormalidade da estrutura ou função do coração: a cardiopatia congênita. Diferente da cardiologia pediátrica – que trata de doenças do coração adquiridas na infância, como miocardite, pericardite, Doença de Kawasaki, febre reumática, entre outras – as cardiopatias congênitas englobam as alterações cardíacas desde o feto até a idade adulta.
Hospital referência em cardiologia no país, o HCor conta com uma área exclusiva destinada a oferecer uma linha de cuidado completa a pacientes com diagnósticos de cardiopatias congênitas, tanto pela saúde suplementar quanto pelo SUS, por meio de sua filantropia.
O atendimento a esses pacientes no hospital foi estruturado há mais de 35 anos (em 1983) e, de lá para cá, a instituição implementou uma unidade totalmente dedicada a esses pacientes. Hoje, são 16 leitos de UTIs disponíveis, sendo quatro para recém-nascidos de até 30 dias e 12 para pacientes acima dessa faixa etária. Na Unidade de Internação, o paciente conta com uma equipe de hospitalistas com formação em cardiopatias congênitas e cardiologia pediátrica para acompanhá-lo durante todo o período da internação.
Entretanto, de acordo com a Dra. Ieda Jatene, cardiologista responsável pelo Serviço de Cardiologia Pediátrica e Cardiopatias Congênitas do HCor, a atenção dada aos pacientes com cardiopatia congênita vai muito além da área física. “Contamos com equipe médica especializada, equipe multiprofissional treinada e equipamentos de última geração. Tudo isso nos permite oferecer as melhores práticas em um acompanhamento diferenciado, que vai do pré ao pós-operatório”, destaca Ieda.
É esse, aliás, o principal diferencial da Instituição. No HCor, o programa de cardiologia fetal permite o acompanhamento das gestantes e a realização de partos cujos fetos apresentam cardiopatias graves que necessitam de tratamento (cirúrgico ou por cateterismo) logo após o nascimento, e a continuidade do seguimento sempre que necessário, uma vez que alguns pacientes podem necessitar de novos procedimentos ao longo da vida.
“O paciente com cardiopatia congênita muitas vezes não tem alta, por isso, o acompanhamento pós-operatório é extremamente importante”, explica a cardiologista.
Procedimentos disponíveis
A área de Cardiopatia Congênita do HCor realiza todos os tipos de procedimento, como: atendimento ambulatorial; exames de imagem (necessários para a confirmação e esclarecimento do diagnóstico da cardiopatia congênita); transplantes cardíacos; cirurgias convencionais; e cirurgias híbridas (realizadas nas chamadas Salas Híbridas, onde o cirurgião e o hemodinamicista trabalham em conjunto em um ambiente que une centro cirúrgico e laboratório de hemodinâmica para procedimentos de intervenção não cirúrgica, associados a equipamentos de imagem de alta definição).
Os procedimentos podem ser feitos pela saúde suplementar ou por meio de projetos de filantropia, a depender de encaminhamento. Em ambos os casos, a assistência é oferecida com a mesma qualidade e pela mesma equipe de profissionais. A diferença é que, no caso dos atendimentos filantrópicos, o serviço segue as regras do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), que permite atendimento de pacientes de todo território nacional, exceto do estado de São Paulo.
A cardiopatia congênita é, atualmente, a segunda maior causa de morte de crianças em todo o Brasil, perdendo apenas para a má formação cerebral.