Prestes a realizar um procedimento inovador para o tratamento de câncer (a terapia Car-T Cell), o Centro de Hematologia e Transplante de Medula Óssea (CHTMO) do Hospital Erasto Gaertner (HEG) comemorou neste mês de fevereiro dois anos de portas abertas. A unidade também celebra o desempenho neste biênio e a entrega dos serviços à sociedade paranaense.
De acordo com dados do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no ano passado o Erasto Gaertner foi o centro que mais realizou transplantes de medula óssea (TMOs) não aparentados no Brasil. Desde a inauguração, já foram prestados nesse espaço 8.698 atendimentos e mais de 340 TMOs, o que faz do Erasto o maior centro transplantador de medula da Região Sul do país.
Os dois anos do CHTMO do HEG foram festejados com uma programação especial no último dia 24 de fevereiro, data do aniversário. O evento aderiu à temática do carnaval, com decoração tropical e apresentação musical, e contou com a presença do gerente executivo de Recursos Humanos da Volkswagen do Brasil, Edvaldo Picolo.
“É um marco que não podemos deixar de comemorar. A unidade foi construída e desenhada para dar boa qualidade, eficiência e segurança para os nossos pacientes. Conta com 25 leitos. Tivemos 348 procedimentos nos mais diversos tipos de transplante de medula óssea. Destes, 24 transplantes foram feitos no ano passado entre não aparentados, um recorde brasileiro nessa modalidade”, informa o chefe do serviço de Hematologia e Hemoterapia do Erasto, Dr. Johnny Camargo.
O médico ressalta, ainda, que a alta capacitação das equipes médica e multidisciplinar e todo o aparato voltado para transplante de medula habilitaram o HEG a oferecer a terapia Car-T Cell. O Erasto foi a primeira instituição de saúde e o primeiro centro oncológico do Sul do país homologado para atuar com essa técnica fora do caráter de pesquisa.
No tratamento, são extraídas do sangue as células T do paciente, que atuam como “soldados” do sistema imunológico. Elas passam por um processo de modificação genética em laboratório e, posteriormente, são reintroduzidas no organismo via corrente sanguínea para identificar e combater o tumor. Em síntese, as próprias células do paciente são utilizadas na terapia.
“O nosso primeiro procedimento de células aqui dentro da nossa unidade já vai ser realizado no início de março. Vários dos nossos pacientes apresentam essa indicação de tratamento”, explica Camargo.
Inovações
Outros diferenciais do espaço são as instalações disponíveis. Os internados no CHTMO contam nos quartos e em toda a área com o controle do ar por meio do filtro Hepa (High Efficiency Particulate Arrestance), com alta eficiência na detenção de partículas, o que reduz significativamente o risco de infecções. Isso permite ao paciente sair do leito e trafegar pela unidade com segurança no que se refere aos níveis de pureza do ar.
“Nestes 24 meses conquistamos marcas impressionantes e importantes. Com muito orgulho, celebramos este aniversário, sabendo que cada atividade desenvolvida, numa área única e exclusivamente feita para os atendimentos relacionados ao transplante de medula óssea, com profissionais especializados, é um ganho para a sociedade, em tratamentos de qualidade que podemos oferecer aos pacientes, às suas famílias. Estamos muito felizes com essa conquista de dois anos. Que venham muitos e muitos novos anos para comemorarmos novos resultados”, salienta o superintendente do HEG, Adriano Lago.
Investimento que retorna
Resultado de um investimento firmado entre Erasto, o Governo do Estado e a Volkswagen do Brasil, o complexo, logo de início, elevou de sete para 25 o número de leitos adultos. A estrutura do CHTMO, de 1.300 metros quadrados, contempla transplantes autólogos (aqueles em que as próprias células-tronco do indivíduo são usadas), aparentados (em que o doador é um familiar) e não aparentados.
