Hospital Mãe de Deus utiliza laser em técnica combinada para desobstruir artérias

A obstrução de artérias é um problema cada vez mais frequente entre a população, podendo trazer graves consequências, como o infarto e o acidente vascular cerebral. Para atender esses casos, o Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre (RS), conta agora com o laser como tecnologia adicional no tratamento.

Apesar da tecnologia do laser já existir há algum tempo, ela era preterida em favor dos stents, tubos expansíveis introduzidos para restaurar o fluxo sanguíneo na área interrompida. Agora, percebeu-se que ambos os métodos podem ser complementares, indicados para resolver principalmente os casos de placas mais compactas, chamadas, na linguagem técnica, de fibróticas.

Nesses casos, o balão utilizado para abrir caminho para a passagem do stent pode não alcançar a força necessária para executar o processo. É aí que entra a importância do laser: dissolver a placa para abrir o espaço necessário para o implante do stent. Este é que será capaz de recuperar o calibre original do vaso para a restauração ou melhora da circulação sanguínea.

O laser também é indicado para os casos de stents obstruídos, pois é capaz de atuar na desobstrução de forma segura, sem danificar o material do stent.

“O ganho principal é para pessoas com uma oclusão muito fibrótica, muito dura, especialmente, para aqueles com implante prévio de stent, já que dispositivos como o Rotablator (equipamento utilizado para fazer a desobstrução) podem danificá-lo. Dessa forma, o laser mostra-se uma alternativa eficiente e mais segura para esses casos”, explica o cardiologista intervencionista do Corpo Clínico do HMD, Dr. Alexandre Zago, responsável pela realização do procedimento.

Combinação de tecnologias foi essencial para sucesso do tratamento

O procedimento realizado no HMD foi guiado via Tomografia de Coerência Ótica (OCT). Esse aparelho conta com uma microcâmera para acessar e visualizar a parte interna da artéria, com uma resolução 10 vezes maior do que a fornecida pelo ultrassom coronário. Com isso, é possível enxergar de forma muito mais detalhada o tecido que deverá ser removido, permitindo um melhor planejamento da intervenção.

A combinação dessas tecnologias foi essencial para o sucesso do tratamento em um caso complexo.

“Quando colocamos um stent em um local onde o processo inflamatório é muito intenso, ocorre um estímulo inflamatório adicional e a tendência é o stent obstruir. Foi isso o que aconteceu com a nossa paciente, que já havia sido submetida ao implante de 3 stents no mesmo local por recorrência da obstrução. Por isso, selecionamos uma técnica diferente, com a associação do laser, o uso de um balão com lâmina conhecido como cutting-balloon para cortar o tecido restante, um balão para compactar a carga de placa residual, infusão local de fármaco por meio de um balão farmacológico e, por fim, o implante de um novo stent farmacológico de alta força radial”, ressalta o Dr. Zago.

Redação

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