Uma nova oportunidade de cooperação científica entre médicos do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), e da Johns Hopkins Medicine está em andamento há cerca de um mês. Equipes dos serviços de Radiologia e da Medicina Nuclear do Moinhos de Vento estão utilizando critérios da instituição americana para estruturar e normatizar o laudo de PET/CT Gálio 68-PSMA. Trata-se de um exame não-invasivo para avaliação e estadiamento da neoplasia de próstata – e que fusiona imagens metabólicas (PET) com imagens tomográficas (CT) para diagnosticar o câncer de próstata. Com extrema precisão, ele é indicado para investigar recidiva bioquímica (elevação do PSA) após tratamento, para diagnosticar metástases e para o estadiamento inicial de neoplasia de alto risco.
Conforme Gabriel B. Grossman, chefe do Serviço de Medicina Nuclear, os médicos do Hospital Moinhos de Vento revisaram a literatura e se reuniram com médicos da Johns Hopkins por meio de teleconferência para discutir os critérios baseados em casos apresentados. Cinco médicos do Moinhos fazem parte da equipe que realiza o PET/CT com PSMA. “Será possível realizar pesquisas em conjunto aplicando os critérios desenvolvidos na instituição americana nos pacientes atendidos aqui. Esses dados serão utilizados em publicações científicas com participação das duas instituições”, explica Dr. Grossman.
De acordo com a médica Alice Schuch, coordenadora do Núcleo de Radiologia Abdominal do Hospital Moinhos de Vento, o PSMA é um radiofármaco específico para detectar as áreas que têm neoplasia de próstata. “A Johns Hopkins fez uma proposta de padronização dos relatórios do PET/CT com PSMA, chamada de PSMA-RADS, para que se classifique o grau de probabilidade das lesões serem neoplásicas”, observa Dra. Alice.
O oncologista Pedro Isaacsson Velho, que compõe a equipe pesquisadora, destaca que o Moinhos passa a utilizar da metodologia PSMA RADS criada pela Johns Hopkins, a mesma instituição que desenvolveu o PET/CT com PSMA. “Os avanços são imensos. Os laudos ganham ainda mais confiabilidade e reprodutibilidade. Além disso, agora estamos prontos para colaborações em pesquisa entre as duas instituições”, conclui Dr. Pedro.