Hospital Santa Cruz investe em modelo de gestão participativa

A frase milenar de Sócrates “conhece-te a ti mesmo”, se aplica também à gestão empresarial. No Hospital Santa Cruz, em Curitiba (PR), a máxima do filósofo foi colocada em prática e trouxe mudanças significativas para a entidade. Para compreender melhor a rotina e os processos da organização, as lideranças ouviram os diferentes pontos de vista de toda a equipe, que traçou um raio X do hospital, trazendo uma percepção clara e imparcial do hospital, suas virtudes e oportunidades de melhoria.

Claudio Lubascher, diretor geral do hospital, explica que o envolvimento do corpo clínico e dos colaboradores, mudou as diretrizes da administração hospitalar, baseada no compartilhamento de informações entre todos os setores. “O engajamento da equipe culminou num modelo de gestão participativa e no desenvolvimento de um planejamento estratégico assertivo, com objetivos claros e tangíveis. A estratégia apresentou resultados imediatos para o Hospital Santa Cruz”, diz Lubascher.

Ele acrescenta que, para que seja eficiente, o planejamento estratégico precisa ser transversal, ou seja: deve atingir os colaboradores de todas as esferas da empresa. Trata-se de uma das principais ferramentas de gestão, que traz uma visão de futuro e auxilia na tomada de decisões. “O planejamento estratégico deve ser um instrumento prático e objetivo. Além disso, precisa ser revisado constantemente, de acordo com as mudanças mercadológicas, para que seja eficiente. Acreditamos que nosso modelo de gestão teve sucesso porque nossa equipe conseguiu entender, na prática, os desdobramentos do planejamento estratégico. Hoje, o corpo clínico atua de forma alinhada à nossa visão e à nossa missão, porque ajudou a construir esses conceitos, que refletem, na essência, a realidade e o posicionamento do Hospital Santa Cruz no mercado”, argumenta o executivo.

Desvendando o planejamento estratégico

O planejamento estratégico do Hospital Santa Cruz foi elaborado a partir dos seguintes aspectos: análise profunda do mercado local; leitura do movimento das fontes pagadoras; imersão na realidade da entidade, incluindo todas as áreas de gestão; definição de fatores críticos de sucesso, objetivos e perspectivas claras; e transformar o documento em uma ferramenta de eficácia operacional, que deve ser sempre revisado e consultado.

Durante oito meses, os colaboradores participaram de encontros nos quais foram discutidos assuntos como: conceito de planejamento estratégico, contextualização do mercado e revisão periódica; utilização de metodologias de planejamento (análise SWOT); revisão de bases institucionais (missão, visão e valores); reflexão sobre fatores críticos de sucesso; elaboração do mapa estratégico (BSC); estabelecimento de novas iniciativas a partir da visão; e elaboração e acompanhamento dos planos de ação.

Para Claudio Lubascher, todas essas etapas foram importantes para apresentar indicadores quantitativos e qualitativos da empresa e coletar informações sobre os processos realizados em todos os setores operacionais do hospital. “Conseguimos reduzir os desperdícios e perceber como pequenas atitudes do dia a dia afetavam o hospital. As soluções vieram de dentro de casa e foram apontadas pela própria equipe. Os bons hábitos foram disseminados e já estamos colhendo os frutos de todo esse trabalho”, afirma.

Mapa estratégico

Após a elaboração do planejamento estratégico, a equipe partiu para o desenvolvimento do mapa estratégico, com base na metodologia BSC (Balanced Scorecard). O instrumento promove ações voltadas, nesta ordem, para as pessoas (recursos humanos), processos, mercados e clientes e finanças. “Esses quatro pilares representam a organização, como um todo. E o trabalho promovido, em cada uma das partes, exerce influência nas demais. Os resultados financeiros, portanto, são reflexo das ações praticadas junto aos colaboradores, às melhorias dos processos e do atendimento aos clientes”, destaca o diretor geral do hospital.

Lubascher esclarece que a aplicação do BSC é essencial para a consolidação das estratégias. “O mapa é uma síntese do planejamento estratégico. A análise SWOT, um dos instrumentos utilizados para fazer esse planejamento, foi fundamental para coletar dados importantes que caracterizam as potencialidades e as fraquezas do nosso ambiente interno e também as ameaças e as oportunidades do mercado externo. Com base em todos esses estudos, conseguimos traçar 17 ações que compõem nosso mapa estratégico”, explica o diretor geral.

O plano de ações da entidade engloba a adoção de um programa robusto de Recursos Humanos para a retenção dos colaboradores, que diminuiu o turn over em 2,4%; implementação da metodologia Lean Healthcare, cujo objetivo é gerenciar e otimizar os processos; formação in-company para o desenvolvimento de projetos para melhorar o fluxo de atendimento no pronto-atendimento; investimento em tecnologias para otimização da capacidade instalada; ações para gerenciar e garantir a segurança do paciente, como a implementação de solução alcoólica à beira-leito e incubadores, que reduzem significativamente o número de infecções hospitalares; potencializar as pesquisas para ouvir sugestões e melhorias  dos clientes para garantir a satisfação dos pacientes; promoção de ações específicas para o setor de maternidade, com foco na UTI Neonatal; entre outros.

Conforme Lubascher, o projeto de gestão participativa teve início em 2016 e, apenas um ano depois, o hospital já alcançou resultados expressivos. “Temos, como meta, revisar constantemente nosso plano estratégico para se ajustar às mudanças do mercado e melhorar, cada vez mais, nossa competitividade no setor da saúde, com base num modelo de gestão eficiente e sustentável”, finaliza Claudio Lubascher.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.