Covid-19: InCor participa de um dos maiores estudos para investigação de casos graves

Em março de 2020, milhares de pesquisadores em todo o mundo se uniram para responder a uma pergunta urgente e complexa: quais fatores genéticos influenciam para que pacientes com Covid-19 desenvolvam doenças graves e fatais que exigem hospitalização, enquanto outros escapam com sintomas leves ou nenhum?

Um estudo mundial publicado pela revista científica britânica Nature, revela que 13 loci, ou seja, 13 locais no genoma humano, estão associados à infecção ou a gravidade da Covid-19. O levantamento do qual o InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP) – referência em cardiologia, pneumologia e cirurgias cardíaca e torácica – fez parte reuniu diversos centros de pesquisas e de genética humana de 25 países. A pesquisa também identifica associação entre fatores genéticos e o tabagismo e alto índice de massa corporal.

Segundo o Prof. Dr. José Eduardo Krieger, diretor do Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular do InCor, este estudo revela as pistas de como a nossa diversidade genética influencia a relação do homem com o vírus, determinando aqueles que serão ou não infectados ou que poderão desenvolver a doença mais grave. “Com a grande diversidade de dados de todo o mundo, os pesquisadores foram capazes de produzir análises robustas. O foco é entender melhor como a nossa diversidade genética influencia os fatores que determinarão a nossa relação com a SARS-CoV-2. Isto permitirá desenvolver novas drogas ou reposicionar drogas existentes para aumentar a eficiência do tratamento aos pacientes e suas consequências”.

Foram reunidos dados clínicos e genéticos de quase 50 mil pacientes que testaram positivo para a doença. O InCor contribuiu com dados genéticos de 800 pacientes que tiveram o vírus de forma leve à grave. “Estes dados fazem parte de um estudo com amostras de DNA de 5 mil brasileiros, em fase final de análises, onde procuraremos identificar os fatores genéticos que contribuem para que os pacientes Covid-19 desenvolvam a forma grave da doença”, diz Krieger.

A pesquisa destaca também outras novidades: dois dos 13 locais no genoma das pessoas que sofreram a doença estão próximos a genes que estão ligados à câncer de pulmão ou a doenças imunológicas que afetam os pulmões. “Percebeu-se que alguns genes que identificados nas pessoas que tiveram a Covid têm mais propensão a outras doenças. Além disso, identificaram também outros dois loci que têm mais incidência entre pessoas de ascendência do Leste ou Sul Asiático do que naqueles de ascendência europeia”.

Redação

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