Lições da pandemia: mulheres compartilham suas histórias na área médica

A presença feminina na área de saúde sempre foi expressiva e cresce a cada década. As mulheres na saúde representam 65% dos mais de seis milhões de profissionais ocupados no setor público e privado, tanto nas atividades diretas de assistência em hospitais, quanto na Atenção Básica. Segundo dados baseados no Censo do IBGE, em algumas carreiras, como Fonoaudiologia, Nutrição e Serviço Social, elas alcançam quase a totalidade, ultrapassando 90% de participação. Em outras, como Enfermagem e Psicologia, estão com percentuais acima de 80%.

Durante a pandemia de Covid-19, as profissionais de saúde seguem tendo que se desdobrar em suas funções e nas tarefas domésticas. A rotina exige muito comprometimento e equilíbrio emocional, mas o poder feminino de adaptação é admirável. Na Bradesco Seguros, profissionais da rede de clínicas Meu Doutor Novamed compartilham suas experiências na área médica e vida pessoal em meio aos desafios do combate à pandemia.

Annellie Juass Cardoso, enfermeira da Unidade de Santo André (SP), conta sua experiência desde o início da pandemia. “Em março de 2020, estava atuando na área administrativa da clínica. No início, tínhamos que enfrentar o medo do desconhecido. Logo, iniciamos os cuidados, uso das máscaras, higienização mais rigorosa das mãos, distanciamento entre os colegas de trabalho. Em setembro, fui promovida à Enfermeira. Como líder, minha visão sobre prevenção ficou ainda mais rígida, sendo necessário estar em constante análise do que poderia ser feito para melhorar a proteção de todos”, comenta.

“Quando chego em casa, tento descansar, me distrair, conversar com meu marido. O distanciamento da família e do lazer é algo que impacta em nosso estado emocional, algo que tentamos amenizar com a fé, colocando foco em outras coisas que nos fazem bem. A tecnologia nos aproxima de quem amamos e nos preocupamos”, completa Annellie.

Novos aprendizados e amor à profissão 

Para a Dra. Ana Beatriz Pinotti Pedro Miklos, da área de Endocrinologia e Metabologia, um momento tenso foi quando recebeu a convocação para fazer plantão de pacientes com Covid. “Eu estava há mais de 25 anos sem dar nenhum plantão.  Tive que voltar a estudar tudo sobre medicina de urgência.  Na vida, tudo tem um lado bom e um lado ruim. Digo que foi uma ótima experiência pessoal ter feito estes plantões. Além de reaprender muitas coisas da Medicina, pude lidar com a dor da perda, a alegria da recuperação e a superação”, revela a médica, que atende na Unidade de Santo André (SP).

Quando o tema é conciliar trabalho e vida pessoal, a nutricionista Viviane Franco, que atua nas unidades de Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR), destaca que as mulheres têm a capacidade de fazer mil coisas ao mesmo tempo. “Isso é tão real quando me deparo no fim do dia e vejo como consegui fazer tanta coisa. Manter a casa em ordem, cuidar de mim, da família, dos pacientes e ainda estudar, porque precisamos sempre nos atualizar. Parece mais desafiador do que é, mas quer saber o segredo? Amor pela profissão e muita dedicação e parceria na família”, declara.

Com o aumento da procura por tratamento relacionados à saúde mental, a psicóloga Agnes Siqueira, que atua nas Unidades de Santo André e São Bernardo do Campo (ambas no estado de São Paulo), deixa uma mensagem importante. “Estamos passando por um momento histórico de dificuldades. As pessoas precisam ter empatia, se colocar no lugar do outro. É um bom começo! Acredito que o amor por cuidar ajuda muito na conduta dos meus atendimentos psicológicos”, destaca.

Redação

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