Março Vermelho: rotina com hábitos saudáveis colabora na prevenção do câncer de rim

Alertar a população sobre o câncer renal é o grande objetivo do “Março Vermelho”. O cuidado tem uma razão: estatísticas americanas apontam que, no mundo todo, 51 mil novos casos surgem anualmente, sendo que 13 mil pessoas vão a óbito pela doença. Porém, o mês também traz consigo outra data importante referente ao tema: a campanha de saúde global para conscientizar a população sobre a saúde deste importante órgão do corpo humano, lembrada pelo Dia Mundial do Rim (10). Em 2022, o tema é “Saúde dos Rins para Todos: Educando sobre a Doença Renal”.

De acordo com o Dr. Adolfo José de Oliveira Scherr, oncologista do Vera Cruz Hospital, o tipo mais comum é o câncer renal de células claras, responsável por 85% dos tumores diagnosticados. “A maioria dos pacientes é acometida pela forma esporádica da doença, com pico de incidência entre a 6ª e 7ª década de vida. Contudo, 2% dos pacientes a desenvolvem em idades mais precoces”.

A patologia, que apresenta sinais como sangue na urina, massa abdominal palpável, dor constante no fundo das costas ou aumento da pressão arterial, pode estar relacionada à predisposição da neoplasia renal e ser dividida em fatores evitáveis e não evitáveis. “As causas evitáveis estão relacionadas aos hábitos de vida da população, como o tabagismo e a obesidade, sendo que o tabagismo, isolado, é responsável por cerca de 20% dos casos. Entre as condições que não podemos evitar, relacionamos a doenças associadas, como a hipertensão arterial crônica e doença renal cística adquirida ligada à insuficiência renal crônica”, esclarece Scherr.

A patologia é a terceira mais frequente do aparelho geniturinário e representa aproximadamente 3% das neoplasias malignas do adulto: em cada três casos diagnosticados, dois são no sexo masculino. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, mais de 6 mil novos casos de câncer de rim são registrados todos os anos. “Aproximadamente 54% dos tumores renais diagnosticados hoje estão confinados ao rim, 20% são localmente avançados (acometendo gânglios regionais próximos ao rim) e 25% já apresentam metástases à distância da doença, principalmente para os pulmões, fígado e ossos”, adiciona o especialista.

Pouco incidente na população, a enfermidade pode ser descoberta por exames de rotina, ultrassonografia e/ou tomografia computadorizada do abdome. “A tomografia, além de auxiliar no diagnóstico, é bastante útil no seu estadiamento (verificação da extensão para outros órgãos) e no planejamento do tratamento mais adequado”, esclarece o médico.

O Vera Cruz Hospital possui uma unidade avançada, específica para o tratamento do câncer, com conforto e comodidade: o Vera Cruz Oncologia. “Os consultórios foram planejados para facilitar a conversa entre médico, pacientes e familiares. No espaço, aqueles que passam pela quimioterapia podem fazê-lo acompanhados, o que humaniza a terapia e promove mais segurança”, salienta.

Doenças renais: números e fatos

Os rins são responsáveis por filtrar as impurezas do sangue, controlar a pressão arterial e ainda produzir hormônios e vitaminas. Entre as doenças renais mais comuns estão: perda da função ou insuficiência, cálculos ou pedra, infecção ou pielonefrite e cistos. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que 850 milhões de pessoas possuem doença renal, decorrente de várias causas, e que a taxa de mortalidade seja de 2,4 milhões ao ano. No Brasil, são mais de dez milhões de pessoas com a doença.

Dr. Rodrigo Dias de Meira, nefrologista do Vera Cruz Hospital, explica que as patologias são silenciosas e demoram para apresentar sintomas. Quando os sinais aparecem, o quadro do paciente já costuma estar em estado avançado. “As doenças renais são reflexo de outras doenças, como hipertensão arterial e a diabetes, principais causas de hemodiálise no Brasil. Os altos níveis pressóricos, por muitos anos, assim como o alto nível do açúcar no sangue, afetam a estrutura dos rins, e isso causa o acúmulo de toxinas nos órgãos, o que acarreta os sintomas de mal-estar, perda de apetite, náusea, vômitos. Paralelo a isso, a quantidade de urina que é eliminada pelo corpo diminui, e este líquido se concentra nas pernas e nos pulmões, o que pode causar casos graves ou risco de morte”, detalha.

Um estudo realizado em 2020 pela Nephrology Dialysis Transplantation (NDT), grande revista de nefrologia, avaliou 500 mil pessoas e mostrou que ter hábitos saudáveis reduz a incidência de doenças renais. “Para diminuir a incidência da doença é importante adotar algumas medidas relacionadas a hábitos saudáveis, como beber água, praticar exercícios físicos, evitar fumar, manter o peso adequado e controlar a pressão alta e o diabetes”.

Com o objetivo de controlar e retardar a progressão da doença, o tratamento de suporte para a enfermidade é feito com base no quadro do paciente e no avanço da doença, com a hemodiálise e o transplante de rim. Dados do último Censo Brasileiro de Diálise, realizado em 2021 pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, revelam que cerca de 148 mil pessoas fazem hemodiálise atualmente, 2,5% a mais que no ano anterior (2020).

“Quem tem uma doença renal não deve encará-la como uma sentença de morte e, sim, como a necessidade de um ajuste na rotina de vida. Com todos os cuidados, é possível seguir uma rotina, trabalhar, estudar, ter uma vida social…é tudo uma questão de adequação”, conclui Meira.

Redação

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