Medidas de segurança e indicadores assistenciais fazem da maternidade do Hospital Moinhos referência

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 810 mulheres e mais de seis mil recém-nascidos morrem diariamente devido a causas evitáveis relacionadas à gravidez e ao parto. Vidas que poderiam ser salvas com a prestação de cuidados seguros e de qualidade por equipes multidisciplinares de profissionais de saúde. A meta da OMS é reduzir a taxa de mortalidade neonatal para pelo menos 12 por mil nascidos vivos até o ano de 2030.

Na contramão dessa realidade, a Maternidade Hilda Gerdau Johannpeter, do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), possui excelentes indicadores assistenciais focados em segurança para o atendimento, especialmente em determinados casos. “Temos um ‘código vermelho’ no tratamento da hemorragia pós-parto — uma das três grandes causas mundiais de mortalidade materna — que consiste em um conjunto de medidas para manejo seguro. Monitoramos os índices de sangramento e sempre nos mantemos abaixo da média”, exemplifica o chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do hospital, Edson Vieira da Cunha Filho. Ele acrescenta que as intercorrências obstétricas atendidas são revisadas mensalmente, implementando medidas para mitigar a possibilidade de repetição daquele desfecho, quando possível.

Há ainda um monitoramento dos números de infecções pós-parto, partos vaginais e cesáreas, partos vaginais em pacientes de baixo risco obstétrico — sendo este um indicador de qualidade assistencial. Também foram estabelecidos indicadores para manejo de pacientes hipertensas, a fim de otimizar e qualificar as medidas e procedimentos para esse grupo. “Por fim, estamos trabalhando na elaboração de um sistema de checagem na beira do leito, a fim de garantir que o processo de medicação seja o mais seguro possível. Ou seja, que o remédio prescrito seja administrado pela via correta, na dose correta, na paciente correta, eliminando possíveis falhas de interpretação”, acrescenta o médico.

Andreia Amorim, enfermeira e coordenadora assistencial da Maternidade Hilda Gerdau Johannpeter, também destaca a preocupação do hospital com os aspectos de segurança do parto. “Personalizamos o atendimento dessa gestante. Incentivamos que ela traga o seu plano de parto, que tenha o seu acompanhante e que seus anseios sejam atendidos pela equipe. Preparamos a ambiência e as rotinas para adaptar as necessidades das mães e dos bebês, com uma equipe acolhedora e sensível, pautada nas melhores práticas e conforme as evidências e recomendações de entidades de referência”, relata.

Importância do acompanhamento médico

Cunha Filho ressalta o papel da instituição hospitalar na gestação. “Inúmeras publicações científicas evidenciam maiores taxas de complicações, morbidade e mortalidade materna e neonatal com a prática do parto domiciliar”, acrescenta. Nessa linha, Andreia Amorim, frisa a importância de uma boa assistência pré-natal, além de informação e acesso a serviços que possam evitar intercorrências e até mortes. “Dado do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2020 aponta que 67% da mortalidade materna no Brasil decorre de causas diretas, ou seja, complicações obstétricas durante a gravidez, parto ou puerpério”, alerta.

Andreia atenta também para a importância do pré-natal, principal recurso na prevenção de agravos e detecção precoce de patologias, tanto maternas quanto fetais. “Além disso, existe uma série de orientações à mãe, em cada fase do desenvolvimento da gestação. Recomenda-se que profissionais da saúde, ou seja, médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e educadores físicos preparados e capacitados sejam os responsáveis por orientar e acompanhar as gestantes”, reforça.

A gestação e suas intercorrências

A gestação é um acontecimento fisiológico na vida da mulher e seu desenvolvimento ocorre, na maioria das vezes, sem complicações. “As intercorrências possíveis acontecem devido às complexas interações entre fatores demográficos, epidemiológicos e estilo de vida”, esclarece a enfermeira. Os fatores de risco gestacionais serão identificados no pré-natal e deve-se levar em conta o histórico da gestante e sua história familiar, bem como investigação de doenças prévias.

Atendimento Hospital Moinhos de Vento

O Centro Obstétrico do Hospital Moinhos de Vento possui áreas de pré-parto individualizadas para garantir a privacidade da paciente e seu bebê. Bolas de pilates, chuveiro e barras de alongamento compõem alguns dos materiais que são oferecidos às pacientes para o acompanhamento de seu trabalho de parto. Há o monitoramento por um obstetra assistente próprio da paciente e pela equipe assistencial obstétrica, composta por dois médicos plantonistas obstétricos, um médico plantonista anestesista, três enfermeiras obstétricas, técnicos de enfermagem e mais um time multidisciplinar de fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogas, farmacêuticos, profissionais da hospedagem, que atuam 24 horas por dia.

O hospital oferece também o serviço de parto na suíte, onde além da decoração própria para favorecer a sensação de estar em casa, o casal pode trazer seus familiares como acompanhantes para participarem do momento do nascimento de seu filho. O bebê nasce na suíte, é celebrado e recebido imediatamente por todos, é atendido diretamente no quarto pelo pediatra logo no momento do nascimento e ali, após um período de recuperação, o casal permanece até o final de sua internação.

Redação

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