Mesmo com meio milhão de médicos, distribuição de profissionais pelo país é desigual

Crédito: Wynitow Butenas/Hospital Pequeno Príncipe

De acordo com dados da Demografia Médica no Brasil, de 2020, divulgados pelo Conselho Federal de Medicina, o país conta com mais de meio milhão de médicos, o que corresponde a uma média de 2,4 profissionais a cada mil habitantes. Mesmo assim, a distribuição desses profissionais pelo país é desigual. No Sul e Sudeste, por exemplo, são 2,68 e 3,15 médicos por mil habitantes; já nas regiões Norte e Nordeste, essa média cai para 1,3 e 1,69.

Quando se fala em especialistas voltados à assistência de crianças e adolescentes, a desigualdade é maior. Ainda de acordo com o mesmo censo, são quase 40 mil pediatras no país, o que corresponde a apenas 10% do necessário para suprir a demanda dos brasileiros. A pesquisa mostra também que mais da metade dos pediatras (55%) está instalada na Região Sudeste. Em segundo lugar estão as regiões Sul e Nordeste, com pouco mais de 16% dos profissionais especializados na área; 8,6% no Centro-Oeste e 4% no Norte.

Por isso, no Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro, o Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), chama atenção para a desigualdade na distribuição desses profissionais pelo país. “A pediatria representa uma medicina qualificada para assistência, prevenção, promoção da saúde e defesa social. No Brasil, considerado um dos dez países mais desiguais no mundo, percebemos a falta desses especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS), e eles precisariam estar inseridos nas unidades básicas de saúde, principalmente até contarmos com um número maior de médicos da família, que hoje somam sete mil. Considerando que o SUS corresponde ao atendimento de 75% da população do país, isso é motivo de preocupação”, avalia o diretor-técnico do Pequeno Príncipe, Donizetti Giamberardino Filho.

Considerada o berço da pediatria no Paraná, a instituição contribui para melhorar o cenário nacional da assistência oferecida às crianças e aos adolescentes. “Há mais de 90 anos, o Pequeno Príncipe se tornou um dos mais importantes centros formadores de profissionais na área de saúde, proporcionando internato em três escolas médicas”, destaca Giamberardino Filho, do Pequeno Príncipe.

Atualmente, o Hospital disponibiliza, em parceria com a Faculdades Pequeno Príncipe, além da residência em pediatria, opções de residência médica em outras áreas e também em áreas de atuação em pediatria. Os programas do Pequeno Príncipe concentram em um mesmo ambiente a experiência profissional, diferentes especialidades e acesso a diversas terapias e meios diagnósticos, além de cirurgias de alta, média e baixa complexidade.

Coordenador da residência médica em pediatria do Pequeno Príncipe, o médico Victor Palazzo conta que o contato com ex-residentes que estão trabalhando fora do Paraná é diário. “Recebemos muitos pacientes encaminhados pelos ex-alunos, porque eles sabem que aqui temos várias especialidades e tratamento multiprofissional que não estão disponíveis nas regiões onde estão atuando”, explica. Para ele, é essa diversidade de especialidades que, juntamente com o atendimento humanizado, atrai os residentes.

O programa de residência pediátrica da instituição está entre os mais concorridos do Brasil, com uma média de 14 candidatos por vaga, e desperta o interesse de profissionais de vários estados e, até mesmo, de outros países. Ao longo dos últimos dez anos, formou especialistas pediátricos oriundos de 17 estados brasileiros, além do Distrito Federal. Também nos últimos cinco anos, a instituição formou 301 residentes nas suas mais de 30 especialidades em saúde da criança e do adolescente.

A Faculdades Pequeno Príncipe também oferece cursos da área de saúde, incluindo o de Medicina. Em sua matriz curricular, são apresentados todos os aspectos da medicina preventiva na atenção primária, assim como tratamentos hospitalares mais complexos. Desde a criação do curso, em 2014, já foram formados 300 médicos em seis turmas.

Redação

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