A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) apoiou o desenvolvimento de um projeto capaz de esterilizar o ar de exaustão de ventiladores pulmonares utilizados por pacientes com Covid-19. A iniciativa é da startup Innovatus, de Campinas, no interior paulista, e contou com a atuação dos pesquisadores da Unidade EMBRAPII – Senai Cimatec, de Salvador, capital baiana.
Atualmente, os filtros existentes nos ventiladores pulmonares necessitam de ser trocados manualmente, o que pode gerar um risco de contágio aos profissionais que os manipulam. Além disso, a própria utilização constante do aparelho pode fazer com que este filtro perca eficiência ao longo do tempo. Com o desenvolvimento do equipamento nacional, será possível a limpeza deste ar de maneira automatizada evitando sua propagação.
Segundo Marcos Machado, diretor da Innovatus, o principal objetivo da nova tecnologia é aumentar a segurança nos Centros de Terapia Intensiva (CTIs) para ajudar a salvar vidas de pacientes infectados com a Covid-19 e outras doenças infecciosas protegendo os profissionais de saúde que os atendem.
Os testes realizados com o protótipo constataram a eficácia da esterilização do ar por micro-ondas em 100% das amostras. Posteriormente, a tecnologia poderá ser adaptada para utilização em outros ambientes, como transportes coletivos de passageiros, por exemplo.
Como funciona a tecnologia?
O processo de esterilização do equipamento ocorre quando o ar contaminado que vem dos respiradores pulmonares passa por uma câmara onde estão concentradas as micro-ondas. As ondas eletromagnéticas fazem com que o ambiente interno atinja temperaturas de 800 Graus Célsius. A combinação do calor com o tempo do ar dentro da câmara faz com que vírus e bactérias sejam eliminados. Outra vantagem da inovação é não utilizar partes móveis ou filtros, o que simplifica a operação, reduz custos e elimina riscos de contaminação, numa abordagem diferente das soluções atuais que utilizam filtros convencionais.