Obesidade infantil exige cuidados multidisciplinares

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças, com idade entre 5 e 9 anos, está acima do peso no Brasil. Já no mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2025, o número de crianças obesas chegue a 75 milhões. A melhor forma de combater a obesidade ainda é a prevenção.

Como prevenir a obesidade infantil? A prevenção está relacionada a diversos fatores, sendo um dos principais a amamentação. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), no país, a amamentação exclusiva, dura em média 51 dias, ou seja, menos de dois meses. A recomendação é que seja realizada até os dois anos de idade, ainda que, muitas vezes, se introduza alimentação láctea já no primeiro ano de vida. “Na sociedade moderna, os profissionais de saúde infantil têm uma importante missão: o controle e a prevenção do excesso de peso e das dificuldades alimentares na infância e na adolescência”, destaca Dr. Tulio Konstantyner, Mestre e Doutor em Ciências Aplicadas à Pediatria pela EPM/UNIFESP e Coordenador Científico da Força-Tarefa Nutrição da Criança do ILSI Brasil.

Ainda como forma de prevenção da obesidade infantil, a introdução da alimentação láctea para crianças deve ter acompanhamento de um profissional da saúde. Em julho de 2020, a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) publicou um consenso sobre consumo de alimentos lácteos de crianças com idades entre 1 e 5 anos. Neste documento, a associação concluiu que as recomendações brasileiras atuais sugerem o consumo de três porções de produtos lácteos por dia para crianças com idade entre 1 e 3 anos e reconhecem a importância desses alimentos para a saúde nutricional. Entretanto, não há regulamentação específica no Brasil para produtos lácteos para esta fase da vida. E, ainda de acordo com o documento, é justamente na fase da pré-escola em que há uma maior prevalência da obesidade, sendo um dos fatores contribuintes para este aumento, o consumo excessivo de proteínas e calorias.

Sobre este tema, o ILSI Brasil – International Life Sciences Institute – através da Força-Tarefa Nutrição da Criança, promoveu um webinar que contou com a participação do Médico e Nutrólogo com atuação em Nutrologia Infantil, Dr. Carlos Alberto Nogueira de Almeida (UFSCAR) e da Dra. Virginia Weffort, Pediatra Nutróloga e Presidente do Departamento Científico de Nutrologia da SBP. O evento virtual, foi coordenado pelo Dr. Tulio Konstantyner e contou também com a expertise e coordenação científica do Pediatra e Nutrólogo Mauro Fisberg (Instituto Pensi).

Segundo o Dr. Tulio Konstantyner, “o consumo alimentar equilibrado nos primeiros cinco anos de vida, com a ingestão de nutrientes como: cálcio, ferro, zinco, vitaminas A e D e ácidos graxos poli-insaturados, de acordo com as recomendações diárias, é uma das estratégias para reduzir as taxas de obesidade e de erros alimentares e suas consequências a longo prazo”.

Para esclarecer estes temas tão relevantes, o ILSI Brasil, realizou também outro webinar com a finalidade de promover um debate multidisciplinar, com a presença de diferentes profissionais especialistas na área infantil.

Durante as palestras, que focaram nas estratégias para combater a doença, que pode gerar graves consequências para a saúde também na vida adulta, a nutricionista Dra. Ana Paula Black Dreux ressaltou que a atuação de seus colegas de profissão é realizada em ações multivariadas, com profissionais de saúde e governo, levando em consideração, também, a influência do ambiente escolar, da qualidade do sono e dos hábitos dos pais e/ou criadores. “Condutas na melhora da alimentação e estilos de vida dos progenitores podem, também, ser vistas como uma oportunidade para mudança dos hábitos familiares como um todo, inclusive, na introdução de alimentos saudáveis, preferencialmente, in natura para a criança”, recomendou a Dra. Ana Paula Black Dreux.

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Redação

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