Obesidade não diagnosticada coloca em risco saúde de 124 milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo

Um em cada cinco adolescentes não percebe que tem obesidade e um em cada três de seus pais desconhecem o diagnóstico, de acordo com um novo estudo internacional de referência.1 A obesidade não reconhecida em crianças e adolescentes pode levar a uma onda crescente de outras doenças crônicas, incluindo problemas de saúde mental, doenças cardíacas, diabetes tipo 2, bem como alguns tipos de câncer e problemas nos ossos e articulações.2 Uma em cada 10 crianças brasileiras de até 5 anos está com o peso acima do ideal: são 7% com sobrepeso e 3% já com obesidade – ou seja, estima-se que 6,4 milhões de crianças têm excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade.3

Patrocinado pela Novo Nordisk e apresentado no Congresso Europeu de Obesidade (ECO) em Maastricht, Holanda, o estudo ACTION teens incluiu mais de 5.000 adolescentes de 12 a 17 anos que vivem com obesidade, mais de 5.000 pais/cuidadores e mais de 2.000 profissionais de saúde.

Ele revela que, embora estudos apontem que as crianças que vivem com obesidade enfrentam um risco três vezes maior de morte no início da idade adulta do que as que vivem sem,4 um em cada três pais luta para reconhecer a obesidade em seus filhos.1

“ACTION Teens colhe percepções, atitudes, comportamentos e possíveis barreiras para o tratamento eficaz da obesidade em uma escala sem precedentes em adolescentes que vivem com essa doença crônica. São necessários mais esforços para impulsionar a mudança na obesidade. Quatro em cada cinco crianças que vivem atualmente com obesidade continuarão a tê-la quando adultos”.5 Esse desafio de saúde pública não resolvido está afetando a vida de muitos jovens, cuja saúde continua a ser afetada pela obesidade à medida que crescem”, disse Stephen Gough, vice-presidente sênior e diretor médico global da Novo Nordisk.

Vicki Mooney, autora do estudo ACTION teens, presidente da Coalizão Irlandesa para Pessoas que Vivem com Obesidade (ICPO) e diretora executiva da Coalizão Europeia de Pessoas que Vivem com Obesidade (ECPO), disse: “Os resultados mostram que os adolescentes querem perder peso e melhorar sua saúde. No entanto, um em cada três adolescentes se sente incapaz de falar com seus pais sobre isso e muitos recorrem às mídias sociais para orientação. É difícil entender a pressão para esses adolescentes, especialmente porque dois terços acreditam que é sua responsabilidade exclusiva perder peso, com muitos de seus pais/cuidadores tendo dificuldades para saber como cuidar melhor de seus filhos.”1

O estudo também revela que é necessária uma melhor educação para os profissionais de saúde, com a grande maioria dos médicos (87%) revelando que não tiveram treinamento significativo sobre como controlar a obesidade após a faculdade de medicina.1

“O impacto da obesidade nos indivíduos – em crianças e adultos -, na sociedade e nos nossos sistemas de saúde não deve ser subestimado. Há uma necessidade urgente de que os governos e a sociedade reconheçam e tratem a obesidade como uma doença, para que mais adolescentes possam conseguir a ajuda certa para ter vidas mais felizes e saudáveis”, disse o autor principal, professor Jason Halford, diretor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Leeds e presidente da Associação Europeia para Estudo da Obesidade (EASO).

Obesidade infantil impacta a saúde dos países da América Latina

Relatório divulgado em 2021 pela consultoria de inteligência The Economist6, também em parceria com a Novo Nordisk, calculou o custo da obesidade infantil e adolescente aos cofres públicos no Brasil, Bolívia e Chile. Estima-se que a obesidade tenha custado 28 bilhões de dólares para os sistemas de saúde desses países apenas em 2020, dos quais 1,2 bilhão foram diretamente atribuíveis a adultos que viveram com obesidade na adolescência. O custo total da obesidade em adolescentes é mais alto no Brasil, com 818 milhões de dólares, mais de 2 bilhões de reais por ano.

A análise do relatório também mostra que intervenções baseadas em evidência, como o tratamento médico multidisciplinar, para controlar a obesidade em adolescente afetados, podem economizar USD$ 4 bilhões cumulativamente em gastos com saúde, ao longo de dez anos.  Sem intervenção, o custo cumulativo de adultos vivendo com obesidade desde a adolescência chegará a USD$ 19 bilhões, num horizonte de dez anos, o que por si só equivale a 1% do PIB nominal atual desses países.

Para além da formulação de políticas públicas efetivas e do incentivo à alimentação saudável desde cedo, Simone Tcherniakovsky, diretora de Assuntos Corporativos da Novo Nordisk, afirma a necessidade da implementação de campanhas de educação e informação sobre obesidade infantil e suas consequências, caso não seja tratada logo de forma adequada.

“Campanhas de educação podem ajudar o público a entender a obesidade e os problemas associados a ela. Existem conceitos errôneos generalizados sobre a obesidade na população brasileira, que tendem a vê-la como um indicador de boa saúde. Iniciativas de comunicação simples, dirigidas aos pais, que incentive hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de exercícios físicos, além de atendimento médico multidisciplinar, podem ajudar a mudar esse cenário”, afirma Tcherniakovsky.

Como definir a obesidade

O Índice de Massa Corporal (IMC) é a medida mais comum usada para definir se uma pessoa tem obesidade, porém não é a única. A calculadora de IMC pode ser encontrada no site da campanha Saúde Não Se Pesa, um movimento para conscientização sobre obesidade coordenado pela Novo Nordisk em parceria com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), cujo objetivo é dar luz à obesidade como doença crônica, trazendo o assunto para debate, com informações e dados que evidenciem as doenças associadas à obesidade e os benefícios que o seu controle pode oferecer para uma melhor saúde e maior qualidade de vida.

Redação

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