Oncologia de Precisão: livro aponta como a genômica está revolucionando o combate ao câncer

O câncer já é um dos principais desafios de saúde e a tendência é que a situação se agrave: a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), entidade vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), calcula que cerca de 18 milhões de pessoas receberam o diagnóstico da doença em 2020 e a expectativa é que, em 20 anos, esse número chegue a 28 milhões de novos casos ao ano. No Brasil, as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam mais de 650 mil novas ocorrências só este ano. Porém, junto com o aumento de casos, também crescem terapias que vêm revolucionando o tratamento. A principal – e mais recente delas – são as abordagens e drogas desenvolvidas a partir das análises genômicas.

As inovações são feitas a partir da avaliação precisa dos tumores em laboratório, tornando possível não apenas testar novas drogas e tratamentos, mas também obter um entendimento molecular profundo para saber como cada tipo de câncer se comporta. Desta forma, é possível elaborar estratégias terapêuticas mais assertivas, o que tem aumentando a sobrevida e qualidade de vida de diversos pacientes.

“Alternativas de terapias personalizadas e individualizadas podem fazer com que o câncer se aproxime cada vez mais de se tornar uma doença considerada crônica, com benefícios efetivos à qualidade de vida de pessoas com diagnóstico da doença”, aponta o oncologista Carlos Gil Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas e diretor médico do Grupo Oncoclínicas. Para ele, o futuro do tratamento da doença é promissor e permitirá que mais pessoas tenham alternativas terapêuticas para muito além da quimioterapia e radioterapia.

O médico é um dos autores do livro “Oncologia de Precisão”, produzido pelo Instituto Oncoclínicas e também assinado pelos especialistas Bruno Ferrari, fundador e CEO da Grupo Oncoclínicas, Mariano Zalis, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Oncoclínicas e Professor Adjunto da Faculdade de Medicina/ UFRJ, Rodrigo Dienstmann, Diretor do programa de Medicina de Precisão da Oncoclínicas e pesquisador do grupo Oncology Data Science no Vall d’Hebron Institute of Oncology (Espanha) e Jorge Reis Filho, Diretor de Patologia Experimental no Memorial Sloan Kettering Cancer Center em Nova Iorque.

A obra, lançada neste início de dezembro, explora em suas 417 páginas como a oncologia vem evoluindo significativamente através da utilização de técnicas de análise molecular para identificação das alterações genéticas das células cancerígenas, sejam elas hereditárias ou não. Esses avanços no conhecimento aprofundado dos mecanismos da doença se refletem não só em diagnósticos mais precisos e em estágios cada vez mais precoces, mas também possibilitam estratégias voltadas à individualização das linhas de cuidado.

Para Carlos Gil, exames que ajudam a detectar o perfil molecular de tumores como de pulmão, intestino e melanoma têm se mostrado importantes aliados no controle da condição. “Esse tipo de teste proporciona maior precisão e melhor qualidade no diagnóstico, o que é fundamental para uma definição precisa do tratamento. Isso porque, apenas conhecendo com precisão as células malignas o profissional de saúde conseguirá especificar o melhor tratamento para aquele caso”, comenta.

Neste cenário de amplos avanços científicos, o presidente do Instituto Oncoclínicas ressalta, ainda, a patologia digital, por unir inteligência artificial, big data e conhecimento médico altamente especializado para gerar análises ainda mais precisas para um diagnóstico assertivo. “A transformação digital e implementação de ferramentas de inteligência computacional vêm se mostrando altamente efetivas na redução do tempo de detecção de casos e indicação de melhores linhas de cuidado a serem adotadas para cada paciente”, destaca.

Genética é aliada essencial para tratamentos mais efetivos

Nas frentes de combate ao câncer, os autores apontam para as alternativas de tratamentos mais recentes – e celebradas – com olhar de lupa para a personalização de condutas. “A obra visa elucidar de maneira abrangente o tema, discorrendo sobre as diversas áreas da oncologia que o cercam. Durante os capítulos, abordamos como esses avanços vêm revolucionando os prognósticos em casos de cânceres de pulmão, de mama, de cabeça e pescoço, de sistema nervoso central (SNC), gastrointestinais, ginecológicos, hematológicos e geniturinários, além dos tumores raros”, sintetiza Mariano Zalis, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Oncoclínicas.

Através da utilização de técnicas de análise molecular para identificação das alterações genéticas das células cancerígenas, sejam elas hereditárias ou não, a oncologia de precisão contribui significativamente para que pesquisadores possam encontrar uma forma de atingir especificamente tais alterações e, assim, controlar o tumor. Faz parte desse arsenal de opções a terapia gênica CAR-T, que usa células do próprio paciente moduladas em laboratório para derrotar tipos especiais de tumores hematológicos, comprovando que a oncologia de precisão já faz parte do presente.

Outros exemplos já em uso pautados pelo olhar para a genômica são a imunoterapia – tipo de tratamento biológico com o objetivo de potencializar o sistema imunológico do indivíduo para combater o câncer – e as terapias-alvo moleculares – tratamento feito com substâncias que foram desenvolvidas para identificar e atacar características específicas das células cancerígenas, bloqueando o crescimento do tumor e permitindo que o organismo do paciente recupere as condições para derrotá-lo. E isso, asseguram os autores da obra Oncologia de Precisão, é apenas o início de uma nova Era da medicina.

“A evolução dos estudos envolvendo o genoma humano, código genético presente nas células e de forma única em cada indivíduo, fez com que nos últimos anos a análise dos genes se tornasse parte indispensável das áreas da medicina. O livro trará não só uma visão aprofundada sobre avanços e benefícios da oncologia de precisão, como também traça um panorama dos aspectos econômicos para que seja possível garantir a equidade de acesso à terapias mais avançadas para toda a população”, finaliza Carlos Gil Ferreira.

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Autores

Carlos Gil Ferreira é Presidente do Instituto Oncoclínicas e CMO do Grupo Oncoclínicas.

Mariano Zalis é Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Oncoclínicas e Professor Adjunto da Faculdade de Medicina/UFRJ.

Rodrigo Dienstmann é Diretor Médico da Oncoclínicas Precision Medicine (OCPM) e pesquisador do grupo Oncology Data Science no Vall d’Hebron Institute of Oncology (Espanha).

Jorge Reis Filho é Diretor de Patologia Experimental no Memorial Sloan Kettering Cancer Center em Nova Iorque, onde lidera um grupo de pesquisas de alterações genéticas que causam tumores raros.

Bruno Ferrari é oncologista clínico, fundador e CEO do Grupo Oncoclínicas.

Redação

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