Pandemia causa aumento de terçóis de repetição em crianças

O terçol é a inflamação que ocorre nas glândulas que temos na borda da pálpebra. Quando uma bactéria penetra na glândula e inflama por dentro, ela incha e dói, formando uma “bolinha” vermelha na pálpebra, muitas vezes com um ponto amarelo.

Em geral, essa contaminação ocorre pelas mãozinhas da criança ou por uma blefarite crônica (inflamação que afeta a borda da pálpebra no local onde emergem os cílios), que forma crostas e seborreia no local, favorecendo o crescimento das bactérias.

De acordo com a oftalmologista pediátrica Márcia Keiko Tabuse, presidente do Departamento de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), com o uso de máscaras durante a pandemia, observou-se um aumento de crianças com terçóis de repetição. “Isso se deve a alguns fatores, como a contaminação do ar que vem pela boca e vai direto para as pálpebras e olhos, o estresse associado e o ar seco, que contribui para a mudança da flora bacteriana das pálpebras”, avalia a médica.

O terçol só sara com a drenagem do conteúdo da glândula inflamada, que pode ser por dentro, via conjuntiva, ou pela pele. “Essa drenagem deve ser espontânea, com ajuda de compressas mornas que amolecem o conteúdo e abrem o orifício de saída da glândula. Aplicar as compressas logo que se percebe o terçol, três a quatro vezes ao dia, de 5 a 10 minutos, inclusive aproveitando a hora do banho, o que ajuda na drenagem”, esclarece Márcia.

Em alguns casos mais persistentes, ela diz que é necessário associar pomada de antibiótico ocular tópico. “E, nas crianças com múltiplos terçóis de repetição, o uso de antibióticos orais com efeito de quebra da gordura das glândulas por período prolongado pode ser indicado pelo oftalmologista”, conclui.

Redação

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