Pesquisa do Einstein revela que anomalias vasculares estão presentes em cerca de 2% dos pacientes submetidos a exames

Um levantamento inédito envolvendo todos os exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética de uma única instituição (996.569 estudos realizados entre 2009 e 2019) identificou anomalias vasculares em aproximadamente 2% dos pacientes, ou 18,49 para cada 1.000 exames (17,41 hemangiomas; 0,69 cavernoma e 0,39 malformação vascular por 1.000 exames). O feito está no artigo científico “Perfil radiológico de 18.430 anomalias vasculares: incidência e distribuição demográfica em uma população adulta”, realizado por pesquisadores do Einstein.

“Nosso objetivo era descobrir com que frequência elas acometiam as pessoas, e conseguimos identificar este percentual de 1,8%”, afirma a cirurgiã-vascular Maria Fernanda Portugal, pesquisadora e doutoranda do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências da Saúde do Einstein.

As anomalias vasculares são malformações de vasos sanguíneos (veias e artérias) que podem ser simples ou complexas. Entre as mais frequentes temos o hemangioma, que é um tumor benigno comum na infância, formado pela proliferação excessiva e desordenada de minúsculos vasos sanguíneos que se acumulam na pele ou em órgãos internos, e que podem desaparecer sem a necessidade de intervenção, enquanto outros podem necessitar de tratamento.

“As anomalias identificadas em menores de 18 anos já foram exploradas em outros trabalhos. Já acima dessa faixa etária, para a qual estudos são mais raros, a maior parte das alterações foi identificada em mulheres submetidas a exames de imagem”, explica o Marcelo Passos Teivelis, pesquisador e orientador do trabalho, que foi publicado no periódico Annals of Vascular Surgery.

Já o cavernoma, um aglomerado de vasos sanguíneos anormais geralmente encontrado no cérebro e na medula, também é uma anomalia frequente. Ele consiste em uma lesão benigna, porém com risco de gerar sangramentos e compressão de estruturas do sistema nervoso central.

Na maioria das vezes, contudo, essa malformação não causa nenhum sintoma e só é descoberta acidentalmente, quando o paciente realiza exames de imagem por outro motivo. Nesse caso, o tratamento pode ser indicado para prevenir eventuais hemorragias ou resolver compressões.

“Esse levantamento teve como objetivo saber a realidade no país, ou seja, mostrar a proporção de anomalias em uma população geral – e conseguimos isso”, explica o cirurgião-vascular Nelson Wolosker, co-orientador da pesquisa e reitor da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein.”

Para acessar o estudo clique aqui.

Redação

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