Pesquisa revela panorama das residências em medicina de família e comunidade no Brasil

Uma pesquisa inédita no Brasil investigou como os programas de residência em medicina de família e comunidade (PRMFC) são percebidos por profissionais em formação, supervisores e lideranças e o impacto na rede de saúde pública. O projeto, do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), revelou que os gestores municipais identificaram que a presença de médicos de família e comunidade na atenção primária promove qualificação dos processos assistenciais e aumento da cobertura dos serviços aos usuários do sistema.

Os primeiros resultados foram revelados no Seminário de Construção do Plano de Apoio aos Programas de Residência em Medicina da Família e Comunidade. O evento está dividido em três etapas ao longo deste mês. Após a abertura com a apresentação do diagnóstico, os pesquisadores, profissionais e gestores participaram de oficinas para a elaboração de um plano de apoio, a partir dos resultados da pesquisa, para o fortalecimento dos programas de residência e ampliação do quadro de médicos de família e comunidade na rede de saúde pública. O encerramento será na próxima segunda-feira, 30, quando será apresentado esse plano, e será realizada uma mesa-redonda sobre perspectivas da Residência em Medicina da Família e Comunidade Brasil.

O evento faz parte das ações do Projeto de Apoio “Fortalecimento da Política Nacional de Atenção Básica através da qualificação dos Programas de Residência Médica”, do PROADI-SUS. O objetivo é elaborar um Diagnóstico Nacional dos Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade (PRMFC) e, a partir disso, estimular a qualificação dos programas existentes, com a meta de promover a formação e a alocação de recursos humanos em regiões prioritárias do SUS.

De acordo com a médica de Família e Comunidade e líder do projeto, Ana Paula Tussi Leite, eventos como este estimulam a reflexão sobre uma área que, mesmo sendo fundamental para a medicina na atualidade, é pouco estimulada e reconhecida. “Não existem especialistas suficientes para suprir a cobertura da atenção primária do país. Formar mais profissionais na área é o caminho para a promoção de um melhor cuidado dos pacientes”, salienta a profissional.

Pesquisa

A primeira parte do projeto foi uma pesquisa para caracterizar os PRMFC do Brasil. Para isso foram desenvolvidos cinco questionários, um para cada integrante dos programas (supervisores, preceptores, médicos residentes e médicos residentes egressos) e para os gestores municipais vinculados à área técnica da Residência em Medicina de Família e Comunidade de municípios que possuem pelo menos um PRMFC. Os questionários, incluindo questões abertas e fechadas, foram adaptados para cada grupo, abordando 5 temáticas: perfil; programa; pedagógico; integração ensino-serviço; e perspectivas. A pesquisa obteve um total de 1.076 participantes, dentre esses, responderam 155 supervisores (62,2%), 177 preceptores (40,0%), 544 residentes (40,9%), 48 gestores (30,6%) e 152 egressos (20,3%), representando 199 variados programas.

Redação

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