A missão de encarar os desafios trazidos por uma nova doença que surgia no mundo. O desejo de seguir cuidando dos pacientes e vê-los voltando para a família. A comemoração em cada alta ou mesmo em pequenos passos de recuperação. Estes foram alguns dos sentimentos dos colaboradores que estiveram – e ainda estão – na linha de frente da pandemia da Covid-19.
Pouco mais de um ano após os primeiros atendimentos feitos nas unidades Covid-19 custeadas pelo Governo do Tocantins e gerenciadas pelo ISAC – Instituto Saúde e Cidadania, os profissionais de saúde relatam suas experiências e ressaltam que, por trás da máscara, a humanidade sempre prevaleceu.
A fisioterapeuta Rayssa Bandeira, do HECC – Hospital Estadual de Combate à Covid-19, ressalta que o enfrentamento à pandemia foi muito desafiador, mas cada profissional se dedicou e superou seus próprios limites em um processo constante de aprendizado.
“Conseguimos nos unir enquanto equipe sempre buscando um trabalho em conjunto. A Covid-19 veio para reforçar ainda mais a importância de uma equipe multidisciplinar e também trouxe visibilidade a nós, fisioterapeutas, tanto nas unidades de internação, quanto nas Unidades de Terapia Intensiva”, afirma.
Reinvenção
Nesta equipe multitalentos, a importância do assistente social também ganhou destaque no enfrentamento à pandemia. “O assistente social teve que se reinventar dentro de uma nova realidade. Hoje somos o principal elo entre os familiares e pacientes, já que eles são impedidos de receber visitas ou de ter acompanhantes”, detalha Maria José Mendes, assistente social do HECC.
Para ela, o que mais marcou durante esse período de um ano foi a chegada de pacientes vindos do Amazonas. “Foi muito marcante ver pacientes chegando sem acompanhantes, em uma terra que desconheciam, em busca de atendimento e de esperança de vida. Quando seis deles tiveram alta de uma só vez, foi extremamente emocionante e gratificante para todos nós. Ver a vida recomeçar é muito bonito”, diz.
Emoções
Após um ano de muito aprendizado, a técnica de Enfermagem Thays de Souza, da UTI Covid-19 no HGP – Hospital Geral de Palmas, afirma que hoje os profissionais sentem-se mais capacitados e experientes no cuidado com o paciente.
“Tivemos momentos difíceis, exaustivos, na tentativa de salvar vidas de pacientes e colegas, mas olhando para trás, a gente vê que aprendemos muita coisa, a valorizar a vida, a procurar humanização e excelência no atendimento”, conta.
Para ela, testemunhar a saída do paciente do hospital, voltando para a família, é o mais gratificante. “Poder ver um paciente sair sorrindo e voltando para casa, sabendo que você fez nem que seja um pouquinho para a recuperação dele, é a nossa maior recompensa”, conclui.
A psicóloga Katylla Costa, que trabalha na UTI Covid-19 do HRG – Hospital Regional de Gurupi, destaca que os colaboradores passaram por um turbilhão de sentimentos neste período. “Ficamos tristes quando perdemos pacientes, mas nos alegramos em dobro com as altas. A equipe sempre está unida em prol da saúde e da vida de cada paciente. É muito gratificante poder estar ali e fazer parte da família com um só objetivo e um só proposito de salvar a vida do próximo”, afirma.
Avanços
A coordenadora de Enfermagem da UTI Covid-19 do HRA – Hospital Regional de Araguaína, Helaide Schielke, lembra as dificuldades do início da pandemia e o alcance de conquistas importantes no período.
“Todos nos empenhamos em aprender juntos, superando desafios dia após dia. Hoje temos uma estrutura cada vez melhor, com muita tecnologia à disposição. Conseguimos construir uma ótima estrutura com fluxos e rotinas definidos, com uma equipe multiprofissional para dar assistência de qualidade na nossa UTI”, finaliza.
Gestão ISAC
Atualmente, o ISAC gerencia 109 leitos públicos de UTI Covid-19 no Tocantins, a maioria deles regulados pelo Governo do Estado. Outros são custeados pela Prefeitura Municipal de Araguaína. São 10 leitos no HECC, 30 no HGP, 17 no HRA, 10 no Hospital Municipal de Campanha de Araguaína, 6 no Hospital Municipal de Araguaína e 36 no HRG.
Para a superintendente administrativa do ISAC, Meire Fonseca, o compromisso de colocar as pessoas em primeiro lugar faz a diferença nas unidades Covid-19 gerenciadas pela organização social.
“Temos muita gratidão por cada colaborador que, mesmo diante do medo do desconhecido, do estresse e da pressão, deu o melhor de si. O time atuou em conjunto para oferecer uma assistência de qualidade, humana e segura para os usuários, desde a equipe de apoio, administrativa até a assistencial. São muitas pessoas unidas em prol do atendimento humanizado”, afirma Meire.