Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de soluções relevantes para a saúde brasileira, o Hospital Israelita Albert Einstein desenvolve um projeto de Big Data e Inovação para o Ministério da Saúde dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Uma das ações deste projeto foi realizada com a participação de Hospitais Universitários das Universidades Federais do Maranhão e do Vale do São Francisco, no estudo “Ferramenta digital de apoio ao ACS para busca ativa de Doenças Negligenciadas”.
Este estudo teve o objetivo de transferir tecnologia do setor privado ao público, colaborando ao desenvolvimento dos profissionais de saúde, e de fomentar a inovação nas Universidades Federais, através do uso da metodologia Design Thinking .
“Essa metodologia contribui para a seleção de ideias a serem desenvolvidas durante o projeto. Ao todo, foram realizados nove workshops em parceria com Universidades Federais e Hospitais Universitários (UFMA, UNIVASF, UnB e UFMG), tendo como resultado a disseminação da metodologia para mais de 250 atores, entre estes alunos, professores, profissionais de saúde e tecnologia. Considerando perspectivas diversas e pontos de vista complementares, essa metodologia busca soluções que consideram os aspectos contraditórios do problema”, explica Edson Amaro, coordenador do projeto Big Data e Inovação do Hospital Israelita Albert Einstein.
Por meio dessa iniciativa, o poder público, o setor privado e a academia trabalham em conjunto no sistema de inovação aberta, com o intuito de criar uma cultura de inovação por meio de parcerias entre eles. O processo permite compartilhar conhecimento entre profissionais, pesquisadores e professores da área da saúde e tecnologia na criação de estratégias, metodologias e ferramentas para problemas complexos.
As universidades participantes do estudo foram escolhidas após uma pesquisa interna apresentada ao Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS (DEMAS), que validou e selecionou as que estavam mais aptas a participar do projeto.
Além do protótipo de Doenças Negligenciadas, outras duas soluções foram desenvolvidas pelo Núcleo de Inovação: o Modelo de Capacitação Gamificada em Segurança do Paciente para Equipe Multiprofissional no âmbito Hospitalar; e o GPSUS-AVC – Software com Sistema de Atendimento pré-hospitalar para pacientes com AVC (Acidente Vascular Cerebral) para detecção e conexão à rede de saúde.
Estas ferramentas foram entregues respectivamente à região de Pinheiro (UFMA) e Petrolina (UNIVASF), demonstrando a capacidade do modelo de inovação aberta em gerar soluções práticas, por meio da atuação de professores e bolsistas dessas instituições. Mais dados referentes à essa ação serão coletados após seis meses da entrega do protótipo por professores da UNIVASF, para a confecção de um artigo científico.
A escolha dos protótipos
Após as primeiras quatro oficinas do Design Thinking, nas quais foi realizada a seleção dos protótipos desenvolvidos no estudo, foram selecionadas 22 propostas, posteriormente apresentadas para o Ministério da Saúde. A Ferramenta Digital de Apoio ao ACS (Agente Comunitário de Saúde) para Doenças Negligenciadas é um dos projetos selecionados, e funciona para digitalização das tarefas de planejamento, o que permite o melhor manejo das pessoas acompanhadas pelos ACSs.
Em conjunto ao desenvolvimento da plataforma, profissionais de saúde foram capacitados sobre hanseníase e leishmaniose. “Isso permitiu que estes profissionais pudessem fazer a busca ativa dos casos e encaminhar os pacientes com suspeita à Unidade Básica de Saúde (UBS). Com foco nos gestores públicos, a ferramenta consolidará dados e terá a extração de relatórios para apoiar na melhoria de processos e tomada de decisão”, destaca Edson Amaro Jr.
Os protótipos seguintes foram entregues em dezembro de 2020 para os municípios de Petrolina (PE) e Pinheiro (MA). As Universidades ficaram responsáveis pela manutenção dos protótipos, ampliando a transferência de tecnologia do setor privado ao público. Essa tecnologia será utilizada nas duas cidades para melhor qualificação dos profissionais de saúde e no fomento da inovação e tecnologia entre as Universidades Federais. O coordenador do projeto destaca a importância desse projeto na prática. “Essa abordagem é de suma importância para à Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, uma vez que a análise de dados e das informações sobre a quantidade de subnotificações de doenças irá auxiliar o órgão a dimensionar o envio de medicamentos para a região e adotar políticas assertivas para o tratamento dessas doenças nas cidades onde o protótipo está em funcionamento”.
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