Reconstrução mamária e micropigmentação elevam autoestima

Dra. Fabiana e Dra. Natália, do Departamento de Cirurgia Plástica do IBCC. Foto: ACS IBCC

Foi em outubro de 2014 que Sandra Regina Gomes Bueno, na época com 48 anos, em uma consulta de rotina com o ginecologista descobriu um nódulo na mama direita e aproximadamente 1,5 centímetro. “Após realizar uma punção foi constatada um carcinoma mamário invasivo, quando fui encaminhada para a cirurgia”, lembra. A ideia era tirar apenas o nódulo, numa cirurgia mais simples, mas, aconselhada pelo médico, acabou optando para a mastectomia bilateral devido a um alto risco de desenvolver câncer na outra mama. “Tive que fazer a quimioterapia porque o câncer atingiu um linfonodo”, lembra a paciente.

Sandra Regina não se esquece desse período, “algo que marca”, como ela mesma relatou. “Mas após a mastectomia mudou muita coisa na minha vida”, salienta. Existem muitos tipos de mastectomia (retirada de toda a mama), o que varia é a forma da cirurgia e o quanto de tecido é removido nessa intervenção para se tratar o câncer de mama.

De acordo com as médicas Natália de Lima e Fabiana Takeuchi, do Departamento de Cirurgia Plástica do IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, passar por uma mastectomia tem um forte impacto na vida e autoestima das pacientes de câncer de mama. Mas as técnicas hoje permitem a reconstrução mamária ao mesmo tempo da mastectomia – com próteses de silicone ou expansores – ou em um momento posterior. “Tudo depende de avaliação da saúde da paciente, da quantidade de tecido mamário removido, se vai ser uma cirurgia que poupa mais pele e o mamilo, entre outras. Cada caso é um caso, mas a probabilidade dessa reconstrução deixar a autoestima dessas pacientes mais elevada é o que as têm motivado a fazer”, destaca a cirurgiã Natália de Lima.

Micropigmentação

No pós-cirúrgico, a paciente Sandra Regina fez a reconstrução das mamas, colocando a prótese. Na mama esquerda teve rejeição. Depois de dois anos, em 2016, colocou uma nova prótese, mas devido a retração no mamilo esquerdo resolveu fazer uma micropigmentação da aréola mamária, uma técnica que pode ser realizada de três formas: a cirúrgica, a cirúrgica com micropigmentação e a micropigmentação.

Este último é um procedimento realizado através da inserção do pigmento – nível dérmico – em que é feito um desenho tridimensional onde a papila (bico do peito) é visualmente reconstruída, dando a impressão que se tem o mamilo e aréola. Não é reconstrução. “O tempo de procedimento dura de 1 hora e meia a três horas. A paciente chega por encaminhamento, após cirurgia de mastectomia e reconstrução mamária com o cirurgião. Após o médico finalizar todo o processo pós-operatório, a paciente é encaminhada para a micropigmentação, quando ela opta por isso, sendo este o último passo da reconstrução”, explica Valéria Yoshino, micropigmentadora profissional e voluntária no IBCC desde janeiro deste ano.

Reconstrução

A reconstituição da aréola com cirurgia é realizada com enxerto, quando normalmente se retira um fragmento da pele da região da virilha ou da parte interna da coxa. “Bico e aréola são as últimas coisas que se faz no processo de reconstrução. Nesse processo conseguimos manter a aréola, essa região rosada na mama, com a cor original”, destaca a médica cirurgiã, Fabiana Takeuchi. Já a micropigmentação mamária sem cirurgia tornou-se uma solução prática porque não provoca cicatrizes nas outras partes do corpo.

Redação

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