Rio de Janeiro presta homenagem aos parceiros do Programa Estadual de Transplantes

Foto: Maurício Bazílio

Nesta quarta-feira (26), o governador Luiz Fernando Pezão e o secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio D’Abreu Gama, participaram de uma homenagem aos parceiros do Programa Estadual de Transplantes (PET), na Gávea. No evento “Parceiros Pela Vida” foram apresentados os números de transplantes, além da entrega de medalhas às pessoas e instituições que auxiliam na captação de órgãos no Estado.

Entre os homenageados, a família do policial militar Rodrigo Limeira Gregori, morto em uma tentativa de assalto, que atuava como batedor do Batalhão de Choque da PM, abrindo caminho para as ambulâncias do transporte de órgãos. Além da equipe do Corpo de Bombeiros que pilota o Helicóptero do PET, representantes dos hospitais transplantadores e famílias de doadores de órgãos.

“É uma alegria imensa ver o avanço do Programa Estadual de Transplantes.  Saímos dos últimos lugares em números de transplantes no Brasil e hoje estamos em quarto. Quero agradecer o trabalho de todos os envolvidos no processo, que se esforçam tanto para salvar vidas, e agradecer, principalmente, as famílias que, em momento de dor quando perderam um entre querido, tiveram esse gesto de nobreza de pensar no próximo”, disse o governador Luiz Fernando Pezão.

Criado em 2010, o PET vem batendo todos os recordes. Só este ano, já foram realizados 1.287 transplantes, cerca de 11% a mais do que no mesmo período do ano passado. Desde a criação do programa, quase 15 mil vidas foram transformadas. Em 2017, foram 2.676 procedimentos, um aumento de 318% em relação a 2010.

“Todos esses recordes batidos pelo PET são fruto de uma equipe que trabalha com muita dedicação. Além disso, as parcerias com o Batalhão de Choque da PM e com o Corpo de Bombeiros são fundamentais para a agilidade no transporte de órgãos. E para os receptores de órgãos que tiveram a vida transformada pelo trabalho dessas pessoas, eu desejo que vivam intensamente e aproveitem cada minuto”, disse o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Gama.

Para o transplante acontecer é imprescindível que famílias, no momento da dor, digam apenas uma palavra: sim. Atualmente, a autorização familiar é a única forma dos transplantes acontecerem.

“Sabemos que a decisão de doar os órgãos de um parente é tomada no momento mais difícil, mas o debate nos ajuda a aumentar o número de doações. A doação de uma única pessoa pode significar até sete transplantes, mudando a vida de muita gente”, explica Gabriel Teixeira, coordenador do PET.

Morador da Rocinha, José Osmar foi um dos pacientes salvos pelo PET. Portador da Doença de Chagas, ele precisava de um transplante de coração e viu sua vida mudar após o transplante. Hoje ele é atleta e maratonista.

“Se não fosse pela família que autorizou a doação de órgãos, eu não estaria aqui para contar minha história. Depois do transplante, foi como se eu tivesse voltado a viver. Serei eternamente grato à família do doador que teve uma atitude tão nobre”, conta José Osmar.

PET EM NÚMEROS – O aumento no número absoluto de procedimentos não foi o único recorde batido. Transplantes de coração realizados pelo Programa Estadual de Transplantes nunca atingiram o patamar de 2018. De janeiro a agosto, 17 pessoas passaram a viver com o órgão. Em 2017, foram 12. Além disso, foram 668 transplantes de córnea realizados entre janeiro e agosto de 2018. Ao todo, desde a criação do PET, foram 3.295 procedimentos. Já para fígado, no mesmo período, foram transplantados 170. Em 2017, foram 247. Esse número, recorde no estado, representa um aumento de 263% de transplante de fígado em relação a 2010, quando foram realizados 68 procedimentos. No geral, em 2018 já foram feitos 1.287 transplantes.

Doe+Vida – As equipes da Coordenação Familiar do PET também realizam, desde 2015, palestras de conscientização em empresas, instituições e diferentes entidades para falar sobre o assunto. Além disso, o programa disponibiliza o site www.doemaisvida.com.br, onde as pessoas que querem se declarar doadoras podem se cadastrar, além de imprimir o Cartão do Doador. Apesar de não ser um documento legal, uma vez que somente familiares diretos podem autorizar a doação, o cadastro visa estimular as famílias que discutam o assunto, busquem informações e compartilhem entre todos a vontade de ser doador.

Vidas que dependem do “sim” – A legislação brasileira determina que apenas parentes diretos de pacientes com diagnóstico de morte encefálica têm o direito de autorizar a doação de órgãos e tecidos. Portanto, conversar e expor o desejo de ser doador à família são a forma mais importante de fazer com que essa vontade seja respeitada.

Disque-Transplante: 155

Redação

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