Santa Casa amplia participação dos pais em projeto de bem-estar de recém-nascidos

Contato Pele a Pele com o pai dos gêmeos Kenay e Kayná

Um novo passo no cuidado com a saúde e o bem-estar de recém-nascidos vem ganhando espaço na maternidade Mário Motta, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS). O projeto Contato Pele a Pele, realizado tradicionalmente com a mãe, agora também pode ser estendido para o(a) acompanhante em situações em que a parturiente precisar de algum tipo de atendimento logo após o nascimento ou tiver alguma impossibilidade.

Conhecido por promover o contato íntimo do bebê direto no peito da mãe, o projeto é importante tanto para criação de vínculo como para o próprio desenvolvimento do recém-nascido. Com a inclusão do(a) acompanhante, o bebê passa a ser colocado no peito de quem foi escolhido para realizar o contato pele a pele e posicionado ao lado da mãe, onde fica durante uma hora, período considerado para fazer a materno-regulação do bebê. “Quando a mulher vê isso acontecer, o sentimento automático é de conforto e tranquilidade, o que impacta diretamente no trabalho da nossa equipe, facilitando o atendimento pós-operatório”, explica o enfermeiro obstetra Fabrício Moraes, supervisor do Centro Obstétrico da Santa Casa.

Além dos benefícios para o bem-estar da criança e da mãe, a iniciativa amplia a participação do parceiro ou parceira no nascimento, tornando o momento um marco inicial para a criação do novo vínculo. “Foi uma experiência indescritível. Sentir eles correspondendo ao toque, calmos, se sentindo seguros gera um sentimento, uma confiança que não tem explicação”, contou Leandro Niemayer da Silva, que participou do projeto no nascimento dos gêmeos Kenay e Kayná, no final de outubro, na maternidade Mário Motta.

Para a mãe, Kelly de Souza da Silva, ver os pequenos com o pai foi fundamental para manter o coração leve após a cesárea. A paciente, que teve uma intercorrência logo após o nascimento dos filhos, também destacou que viver esse momento tem um significado especial na sua vida. “Além de mãe, eu sou enfermeira e poder fazer parte de uma mudança envolvendo a saúde da mulher foi muito importante pra mim”, disse, emocionada. “Normalmente as pessoas acham que o pai não participa como deveria de todo o processo. E essa é outra quebra de paradigmas”, destacou.

Redação

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