SBD alerta sobre sinais e sintomas da psoríase e acesso a medicamentos eficazes

Alertar a população sobre uma doença de pele que afeta cerca de 5 milhões de pessoas no país, em especial nos grupos de 30 e 40 anos e 50 e 70 anos, sem distinção quanto ao gênero. Esse é o objetivo da Campanha Nacional de Conscientização sobre a Psoríase, lançada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A iniciativa engloba uma série de ações que ocorrerão durante o mês de outubro e tem como alvo também atualizar os médicos sobre as opções existentes para o diagnóstico e o tratamento dessa doença.

“Queremos deixar claro para todos que a psoríase tem tratamento, pode ser controlada. O melhor de tudo: graças ao trabalho da SBD e de outras organizações da sociedade, o SUS e os planos de saúde disponibilizaram para os pacientes acesso a medicamentos de alta eficácia, os chamados imunobiológicos. Ao contrário de anos anteriores, em 2021, temos um motivo para comemorar”, resumiu o coordenador Nacional da Campanha, André Carvalho.

A estratégia desenvolvida pela SBD inclui postagens (textos e vídeos) nas redes sociais, o compartilhamento de vídeos de especialistas com esclarecimentos sobre a doença e a participação de celebridades com depoimentos sobre o tema. A cantora Kelly Key, que tem o diagnóstico de psoríase, e o jornalista Fernando Rocha estão entre as personalidades que emprestaram sua imagem e voz para alertar os brasileiros sobre os cuidados.

A SBD também preparou uma live para a população, no dia 29 de outubro, quando interessados poderão interagir com especialistas. Além disso, vários prédios e monumentos também vão iluminar suas estruturas em roxo e laranja, as cores da psoríase. Entre eles, estão o Congresso Nacional, em Brasília, a sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, e o Teatro Amazonas, em Manaus. Prefeitura, órgãos públicos e outras entidades também vão compartilhar as mensagens de prevenção em seus canais de comunicação.

Para os dermatologistas, a SBD desenvolveu duas abordagens. A primeira é a realização de uma live, durante a qual serão compartilhadas as mais recentes atualizações científicas e terapêuticas para o diagnóstico e o tratamento da psoríase. Da mesma forma, os profissionais serão alertados, por meio de mensagens, sobre a disponibilidade de medicamentos modernos e de alta performance na rede pública e nos planos de saúde.

Psoríase – A psoríase é uma doença da pele, relativamente comum, crônica, não contagiosa e que tem tratamento. Trata-se de um quadro autoinflamatório, no qual por predisposição genética, surgem lesões avermelhadas e que descamam na pele. Aspectos ambientais e emocionais podem funcionar como gatilho para o início de crise, que podem ser controladas com a ajuda de dermatologistas.

O combate ao preconceito contra as pessoas que têm psoríase é um ponto importante na assistência aos pacientes, lembra André Carvalho. Segundo ele, por não ser contagiosa, o contato com os pacientes não precisa ser evitado. Além disso, ele destaca que a confirmação dessa doença significa que seu portador tem mais chances de desenvolver outras comorbidades.

“Em até 30% dos pacientes com psoríase, inflamação similar pode acontecer nas articulações, levando à artrite psoriásica, outra forma de manifestação da doença. Também existe associação de psoríase com doenças cardiometabólicas e gastrointestinais, assim como com diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor, o que diminui a qualidade de vida do paciente e pode também, dependendo da gravidade, diminuir a expectativa de vida, se não tratados”, explicou.

Ciclos – Segundo André Carvalho, a psoríase se caracteriza por apresentar ciclos, ou seja, sintomas aparecem, desaparecem e reaparecem periodicamente. Entre eles, estão: manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas; pequenas manchas brancas ou escuras residuais após melhora das lesões avermelhadas; pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento; coceira, queimação e dor; unhas grossas, descoladas, amareladas e com alterações da sua forma (sulcos e depressões); inchaço e rigidez nas articulações; e em casos mais graves, destruição das articulações e deformidades. As manifestações variam, conforme a gravidade.

“Em casos de psoríase leve pode haver apenas um desconforto por causa dos sintomas, mas nas formas graves, pode ser dolorosa e provocar alterações que impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes”, enfatizou André Carvalho.

Alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver a doença ou piorar o quadro clínico já existente, dentre eles: histórico familiar, estresse, obesidade, tempo frio, infecções diversas, uso de medicamentos, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo. “Há vários tipos de psoríase, sendo necessário procurar um dermatologista especializado no tratamento da doença para poder identificar, classificar e indicar a melhor opção terapêutica caso a caso”, salientou o coordenador da Campanha da SBD.

Tratamento Há inúmeras opções de tratamento (tópicos, sistêmicos, biológicos e com fototerapia) para a psoríase. A escolha terapêutica da melhor para cada caso deve sempre ser feita por um médico dermatologista. De acordo com André Carvalho, “cada situação pode de forma diferente a um tipo diferente de tratamento (ou combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra. Dessa forma, o tratamento da psoríase é individualizado. Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase”.

Outro ponto importante, destacado pelo coordenador, é a necessidade de adesão ao tratamento por parte do paciente. “Nunca se deve interromper o tratamento prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação. É fundamental estar atento. Caso perceba qualquer um dos sintomas, procure o dermatologista imediatamente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais precoce será o tratamento e menores os riscos de impacto da doença sobre a qualidade e quantidade de vida”, finalizou.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.