Ratificando sua condição de instituição conhecida e respeitada como polo de excelência na compreensão do que determina e promove a saúde da pessoa idosa, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) foi convidada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) a apresentar um diagnóstico sobre a política de saúde da pessoa idosa, avanços e desafios, tendo em vista a implementação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) no Brasil.
Na reunião com a Coordenadora da Comissão Intersetorial de Atenção à Saúde nos Ciclos de Vida (Criança, Adolescente, Adulto e Idoso) do Conselho Nacional de Saúde, Dra. Vânia Lúcia Ferreira Leite, a SBGG foi representada pelo membro da SBGG-DF e do Conselho do Direito do Idoso do DF, Dr. Otávio Nóbrega, e pela Dra. Walquíria Cristina Batista Alves Barbosa, membro da SBGG-PA e coordenador adjunto da mesma Comissão.
“Frente ao ambiente acolhedor e bastante fértil em termos de soluções apontadas para as deficiências identificadas no Sistema Único de Saúde (SUS), fizemos questão de frisar que a SBGG seguirá disponível para contribuir com os debates e os estudos técnicos que o CNS julgar relevantes para aperfeiçoar e impulsionar a implementação da PNSPI no país”, afirma o Dr. Otávio Nóbrega.
O principal tema levantado pelo representante da SBGG durante a reunião foi a crise em recursos humanos qualificados para a geriatria e a gerontologia, uma vez que, em sua análise, a maioria das faculdades em saúde no país não contempla conhecimentos e saberes gerontológicos específicos em seus projetos pedagógicos. Por sua vez, a Dra. Walquíria Barbosa alertou sobre a celeridade com que se processa o envelhecimento demográfico no Brasil, com a estimativa de que venha a ter em breve mais idosos que crianças e adolescentes em nosso país.
Dr. Otávio Nóbrega avalia como a SBGG pode contribuir para o debate sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI): “A SBGG tem amplo conhecimento sobre os desafios que temos à frente para uma efetiva implementação da PNSPI. Estão entre esses desafios a escassez de equipes multiprofissionais com conhecimento necessário em envelhecimento e em saúde da pessoa idosa; bem como a hipossuficiência de estruturas de cuidado intermediário e de serviços de cuidado domiciliar.
O representante da SBGG acrescenta apontando como que a linha de cuidado com a pessoa idosa tem que ser um dos assuntos centrais para avançar na implementação da política: “Por isso, a SBGG entende que a implementação da linha de cuidado com a pessoa idosa configura-se como aspecto central para que possamos organizar estrategicamente a atenção integral (em todas suas necessidades) e longitudinal (ao longo do tempo) ao idoso. Isso deverá permitir que as pessoas idosas sejam acolhidas e atendidas conforme suas necessidades de saúde e conforme o nível de (in)capacidade (funcional ou mental) que possam apresentar”.
Por fim, sobre qual é a expectativa a médio e longo prazo, Dr. Otávio Nóbrega afirma: “A expectativa da SBGG é a de que implementação da linha de cuidado com o idoso no SUS, desde a atenção básica à especializada, promova também a articulação e a integração das ações de saúde com as demais políticas públicas voltadas ao envelhecimento, pois tão importante quanto a eficiência dos serviços de saúde é também sua atuação integrada com outros setores, a exemplo da assistência social, das instituições judiciárias e também das entidades e associações comunitárias, visando à integralidade do cuidado e à construção da intersetorialidade e da solidariedade intergeracional”, finaliza.
