SIG Covid-19 Brasil promove troca de experiências entre médicos e pesquisadores

O SIG Covid-19 Brasil, criado emergencialmente e em caráter temporário pela Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) para aprofundar a discussão sobre o novo coronavírus, reúne em uma mesma sala de teleconferência os maiores especialistas no enfrentamento à doença, médicos e pesquisadores. A troca de conhecimento entre profissionais de Saúde do Brasil e de vários países, como China, Itália, Israel e EUA, tem propiciado um rico aprendizado a todos os participantes.

Luiz Ary Messina, coordenador nacional da Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), coordenada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), frisa que nesse momento de pandemia o debate sério, de alto nível científico, inclusive com palestrantes de outros países, é ainda mais importante. “O SIG reúne um pool de especialistas que estão trabalhando na área e reportam as descobertas cientificas e trocam experiências de combate à doença. O relato de casos do SIG tem contado com salas lotas e permite a difusão das informações através de webinar que continuam disponíveis a outros profissionais”, relata.

O coordenador ainda ressalta que outras iniciativas, como palestras sobre Inteligência Artificial e Ciência de Dados, que irão acontecer até o final de abril, integram os esforços de contenção da doença baseados em meios digitais, destacando a Rede Vírus MCTIC, criada por recente portaria do Ministério, que irá reunir, a partir da próxima semana, especialistas sobre vacinas, medicamentos e outros temas no combate ao Covid-19″, conclui Messina.

Até agora, foram realizados sete encontros do SIG Covid-19, todos com as salas lotadas pelos profissionais. O primeiro evento contou com o Dr Milton Steinman, do HIA Einstein, e o Prof. Elhanan Bar-On MD, MPH, Director of The Israel Center for Disaster Medicine and Humanitarian Response.

Entre os vários assuntos de interesse nos encontros seguintes, a enfermeira e mestranda Mariana de Jesus Meszaros, responsável pela Seção de Enfermagem em Educação Continuada do Hospital das Clínicas da Unicamp (HC-Unicamp), falou sobre a importância da utilização adequada e consciente dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) pelos profissionais de saúde e outros trabalhadores que atuam em unidades que estão na linha de frente do combate à epidemia; a radiologista gaúcha Fabiane Barbosa, intervencionista do Hospital Niguarda, localizado em Milão, na Lombardia, região que teve uma das maiores incidências da doença e registrou número expressivo de mortos, forneceu um relato emocionado do surgimento da doença.

O radiologista Dr. Rafael Grando, da equipe do Hospital Moinhos de Vento (HMV) em Porto Alegre, RS, por sua vez, expôs uma coleção de imagens radiológicas que identificam o paciente como portador do novo coronavírus; o Prof. Dr. Antonio Marttos, da Universidade de Miami e residente nos EUA há mais de 15 anos, abordou a importância do uso da ferramenta virtual como meio de troca de conhecimento, informação e experiência neste momento de combate à pandemia; o Dr. Ricardo Affonso Ferreira e o Dr. Gustavo Pereira Fraga abordaram o Pronto Atendimento ao Covid-19 no auxílio ao fluxo de pacientes no HC-Unicamp. O próximo tema será testagem, apresentado por profissionais da FioCruz.

Desafio global pede enfrentamento integrado

A Dra. Evelyn Eisenstein, uma das coordenadoras do Sig Covid-19, conta que, entre o momento do surgimento da ideia (19 de março) e a primeira webconferência, em 23 de março, não mais de uma semana havia transcorrido. “O compartilhamento de experiências em plena pandemia é a forma mais eficiente de mitigar os danos”, diz ela. “O SIG permite que profissionais renomados, atuando na linha de frente do combate à doença, transmitam conhecimentos de uma forma horizontal”, diz a professora da Uerj, que destaca o caráter não ideológico das palestras. “Mais do que nunca, agora é o momento de usarmos a tecnologia a nosso favor”.

O Dr. Gustavo Fraga, professor de cirurgia do trauma da Unicamp (SP), conta que a experiência positiva de articulação de uma rede de telemedicina para atender as vítimas da boate Kiss, de Santa Maria, pesou favoravelmente na criação do Sig Covid-19. “Os temas específicos são trazidos por profissionais nacionais e internacionais, todos de altíssimo gabarito e lideranças em suas universidades”, conta ele, que avalia que as palestras “estão ajudando muito a que cada serviço organize o enfrentamento à pandemia”.

As sessões do SIG Covid-19 Brasil acontecem nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 12h às 13h. Os encontros são destinados aos médicos e pesquisadores na área da saúde.

Redação

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