Altas demandas de trabalho, estresse, ansiedade, dificuldades para dormir e exaustão, são alguns dos sintomas de uma enfermidade que está cada vez mais presente na vida dos brasileiros: a síndrome de Burnout. Diagnosticada por meio de um esgotamento físico e mental, a doença acomete profissionais, em sua maioria com uma rotina muito intensa de trabalho. Entre professores, psicólogos, assistentes sociais e policiais, os mais afetados pela síndrome são os médicos.
De acordo com o mais recente relatório do Medscape sobre Burnout no Brasil, cerca de 26% dos médicos afirmam sofrer da doença e outros 11% relatam ter tanto burnout como depressão. O levantamento foi realizado de forma online e anônima com 1.838 profissionais de medicina, de 38 especialidades diferentes em 2018.
O efeito da síndrome na rotina de trabalho destes médicos é um ponto relevante e que levanta preocupação – uma vez que – são responsáveis pela tomada de decisão clínica em diagnósticos e circunstâncias complexas. A pesquisa aponta que 34% dos profissionais admitem ser menos cuidadosos com as anotações dos pacientes, já 33% afirmam ser menos engajados em escutar e responder de maneira atenta.
A pesquisa, entretanto, revela que 49% dos médicos entrevistados não procuram ajuda, por considerar que os sintomas não são suficientemente graves.
Dicas de como identificar e lidar com a síndrome por Ronaldo Gismondi, Doutor em Medicina pela UERJ e médico conteudista da startup de saúde PEBMED:
· Não deixe para lá: a pessoa começa a apresentar os sintomas, mas acredita que seja temporário, até que o esgotamento chega;
· A exaustão emocional traz adversidades ao dia-a-dia: queda de produtividade e problemas com memória, além da perda de motivação e falta da sensação de “realização”;
· Separe um tempo para ‘recarregar as baterias’: não será um tempo perdido, mas sim um investimento para que o seu rendimento melhore;
· Mexa-se: procure atividades que você goste muito ou uma terapia profissional, isso ajuda a melhorar o estresse.
O médico ainda reforça que caso os sintomas permaneçam, o ideal é procurar ajuda profissional, pois pode ser necessário fazer uso de medicações até que o quadro se estabilize. O relatório registrou que dentre os motivos pelos quais o número de casos de Burnout aumentou, estão: baixa remuneração, carga horária excessiva e desrespeito por parte de chefes e empregados.