Tratamento antiviral contra a Covid-19 avança para fase 3

A MSD, empresa biofarmacêutica americana, e Ridgeback Biotherapeutics, empresa de biotecnologia com foco no tratamento de doenças infecciosas emergentes, anunciaram hoje avanços nos estudos de molnupiravir (MK-4482 / EIDD-2801), medicamento antiviral oral que atua impedindo a replicação do vírus e que tem potencial de ação em diversos vírus RNA, incluindo o SARS-CoV-2, agente causador da Covid-19.

Os dados referentes à análise interina de dois estudos de fase 2/3 com molnupiravir, controlados com placebo, avaliaram a eficácia e segurança do uso de 5 dias de tratamento via oral duas vezes ao dia em pacientes adultos (acima de 18 anos) portadores da Covid-19:

  • ESTUDO MOVe-OUT: Foi tomada a decisão de avançar para a Fase 3 com o estudo para doentes ambulatoriais com Covid-19, com avaliação da dose de 800 mg de molnupiravir duas vezes ao dia por cinco dias.
  • ESTUDO MOVe-IN: O estudo com pacientes hospitalizados já com duração mais prolongada de sintomas foi descontinuado porque a análise interina não demonstrou benefício clínico para esta população.

“Continuamos a progredir no desenvolvimento clínico de nosso antiviral, o molnupiravir. Os dados de determinação da posologia desses estudos são consistentes e fornecem evidências significativas para a dose de 800 mg”. “Com base nestes resultados, avançamos com um estudo de fase 3 em doentes ambulatoriais, o que potencializa estrategicamente a nossa ampla rede de centros de estudos para inclusão dos doentes apropriados a nível global”, explica Dr. Roy Baynes, vice-presidente sênior e chefe de desenvolvimento clínico global e diretor médico da MSD.

Os resultados interinos de fase 2/3 citados incluíram seis centros de estudo no Brasil, conduzidos nos estados de São Paulo (capital e interior), Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Brasília.

“Os dados destes estudos fornecem evidências convincentes para a atividade antiviral de molnupiravir. A MSD está totalmente comprometida em criar soluções que ajudem a enfrentar a pandemia, por isso centralizaremos nossos esforços em medidas que possam fazer a diferença no combate à Covid-19. Tudo isso aliado ao diálogo constante com autoridades sanitárias e com a comunidade científica para que novas alternativas cheguem o quanto antes aos pacientes”, afirma Márcia Abadi, diretora médica executiva da MSD no Brasil.

A MSD planeja iniciar a inclusão de pacientes para a Fase 3 do MOVe-OUT já no final de abril/início de maio. A previsão da companhia é que os dados finais de Fase 3 estejam disponíveis em setembro/outubro de 2021. MSD e Ridgeback Biotherapeutics planejam compartilhar outras descobertas do programa de desenvolvimento de molnupiravir em andamento à medida que atualizações se tornem disponíveis.

A companhia prevê a submissão às agências regulatórias para autorização de uso emergencial de molnupiravir, conforme andamento dos estudos no segundo semestre de 2021.

Além disso, a MSD planeja iniciar um programa clínico para avaliar o molnupiravir para profilaxia pós-exposição no segundo semestre de 2021.

Mais detalhes sobre o estudo fase 2/3

MOVe-OUT é uma fase 2/3 em andamento, randomizada, controlada por placebo, duplo-cego, estudo multicêntrico avaliando a eficácia, segurança e farmacocinética de molnupiravir administrado por via oral em participantes não hospitalizados, com Covid-19 confirmado. O objetivo primário do MOVe-OUT é avaliar a eficácia do molnupiravir em comparação com o placebo, conforme desfecho de pacientes que são hospitalizados e/ou morrem desde o momento da randomização até o dia 29 do seguimento. Parte 1 do MOVe-OUT inscreveu um total de 302 participantes, com início dos sintomas dentro de sete dias antes da randomização, que foram designados para receber molnupiravir 200 mg (75), 400 mg (77) ou 800 mg (76) ou placebo (74).

A porcentagem de pacientes que foram hospitalizados e/ou morreram na Parte 1 do estudo MOVe-OUT foi menor nos grupos tratados com molnupiravir em comparação com o braço do placebo; o número de eventos relatados não é suficiente para fornecer uma medida significativa do efeito clínico. Análise de SARS-CoV-2 em esfregaços nasofaríngeos e orofaríngeos de pacientes em ambos estudos indicou que o molnupiravir inibe a replicação viral quando comparado com o placebo nos dias 5 e 10 de avaliação. A maior magnitude geral do efeito antiviral foi observada na dose de 800 mg em comparação com as doses de 200 mg e 400 mg. Essas diferenças em endpoints de virologia foram mais pronunciados em participantes que iniciaram o uso de molnupiravir com menos de 5 dias do início dos sintomas.

Entre 299 pacientes que receberam pelo menos uma dose de intervenção do estudo MOVe-OUT, 6,2% (14/225) dos que receberam molnupiravir e 6,8% (5/74) dos que receberam placebo relataram eventos adversos relacionados ao medicamento. Nenhuma morte foi considerada relacionada ao medicamento do estudo e não houve a necessidade de descontinuação do medicamento por eventos adversos.

Redação

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