Entre os tratamentos clínicos para a perda de peso e as cirurgias bariátricas, existem os tratamentos endoscópicos contra a obesidade. Dois deles estão entre os mais utilizados: o balão intragástrico e a realização da Endossutura Gástrica, uma redução do estômago feita através de endoscopia. Através deles, o paciente pode perder até 20% de seu peso inicial, mas, como em outros tratamentos contra a obesidade, é importante uma mudança nos hábitos de vida.
“A obesidade é uma doença que envolve muitos aspectos. Para que o paciente tenha resultados nos tratamentos, sejam eles clínicos, endoscópicos ou até cirúrgicos, é importante o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar e uma mudança de hábitos significativa, que vai desde uma alimentação mais saudável até a prática de exercícios físicos”, explica o médico endoscopista e cirurgião bariátrico, Admar Concon Filho.
De acordo com ele, a indicação do melhor tratamento deve ser feita pelo médico. “O balão, por exemplo, é indicado para pacientes com IMC (Índice de Massa Corpórea) acima de 27, que não possuem indicação para a cirurgia bariátrica, e também para pacientes superobesos, com IMC acima de 50, que precisam perder peso antes de ser submetido a uma cirurgia bariátrica. Neste caso, o objetivo é conseguir um pré-emagrecimento para que a cirurgia seja mais segura”, explica Concon. “Já a Endossutura Gástrica é indicada para pacientes com IMC entre 30 e 35, que também não têm indicação para a bariátrica”, complementa.
Os dois tratamentos também são uma alternativa para aqueles pacientes que têm indicação de cirurgia bariátrica, mas, por algum motivo, não querem fazê-la. A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com IMC acima de 40 ou acima de 35, desde que tenham doenças causadas pela obesidade.
Entenda as técnicas endoscópicas:
Balão intragástrico – através de uma endoscopia, é colocado um balão no estômago do paciente, com cerca de 600 ml de soro. Este balão, que pode ficar de seis meses a um ano no estômago, ocupa boa parte do órgão e dá ao paciente a sensação de “estômago cheio”, o que o faz ingerir menos alimento. A colocação pode ser feita em consultório, com sedação. O balão pode ser considerado como uma oportunidade de adaptação de novos hábitos durante os meses do tratamento. Dessa forma, assim que ele for retirado, o paciente já terá reestruturado seus hábitos e terá condições de mantê-los.
Endossutura Gástrica – este é um tratamento que chegou ao Brasil há pouco mais de um ano. Através de um aparelho colocado na ponta de um endoscópio, o cirurgião faz algumas “pregas” no estômago, que reduzem seu tamanho em cerca de 50% a 60%. O procedimento é feito em centro cirúrgico sob anestesia geral.